O Melão de Mossoró, produzido no Rio Grande do Norte, nordeste brasileiro, é reconhecido pelo seu alto frescor e por ser uma importante fonte de vitaminas A e C e minerais, como o potássio
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu o registro de Indicação Geográfica (IG) para o Melão de Mossoró, em 2013, na categoria Denominação de Origem (DO). Localizada no oeste do Estado do Rio Grande do Norte, a região de Mossoró é uma das maiores produtoras da fruta, que está entre as mais exportadas pelo Brasil.
O melão (cucumis mello), embora confundido como fruta, é uma hortaliça muito apreciada. Excelente fonte de vitamina A, C e muitos minerais, como o potássio e suas fibras dietéticas, é altamente nutritivo e refrescante. O melão de Mossoró é ótimo para ser degustado in natura ou em sucos.
Suas características nutricionais fazem dele excelente recompositor energético. Além disso, ele possui uma peculiaridade, suas sementes são comestíveis e deliciosas quando tostadas e salgadas.
O melão tem uma grande importância para o comércio do Brasil. Representa o terceiro maior produto, considerado fruta fresca, em valor de exportação. No mercado internacional, o melão brasileiro goza de alta aceitação, devido à sua qualidade.
A produção
Atualmente, a produção da fruta gera mais de 24 mil empregos diretos e outros 60 mil empregos indiretos, apenas na Região de Mossoró. Este setor demanda mão de obra intensiva e qualificada, mantendo o homem no campo, evitando o êxodo rural.
O cultivo permite uma vida digna às famílias, em pequenas propriedades ou nos grandes projetos. Entre as variedades cultivadas, estão o melões Amarelo, Cantaloupe, Charentais, Gália, Orange, Pele de Sapo e White Honey Dew.
O melão estabeleceu-se no semiárido nordestino ao longo da década de 1990. Nas últimas décadas, o Brasil deixou de ser importador para ser exportador de melão de alta qualidade. Porém, a chegada da fruta no país se deu por volta do século XVI.
As referências literárias indicam que a difusão do melão se deu da Ásia para Europa pela região do mar Mediterrâneo. O seu consumo já era popular na Itália, por volta do século III, alcançando a Espanha durante o século V. No entanto, a entrada da fruta na França se deu somente por volta do século XV. Ela foi trazida pelos escravos para o Brasil, por volta do século XVI. Porém, foi com os imigrantes europeus, no século XIX, que ocorreu a expansão da cultura nas regiões Sul e Sudeste.
Foram nos estados de Rio Grande do Sul e São Paulo, na década de 1960, que o cultivo do melão alcançou escala comercial. Mas, por motivos de melhor adaptação ao meio físico e às condições climáticas, no início dos anos 1980, a produção transferiu-se para a região Nordeste do Brasil.
O território
A área geográfica que delimita abrange os municípios de Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Areia Branca, Açu, Baraúna, Carnaubais, Grossos, Ipanguaçu, Mossoró, Porto do Mangue, Serra do Mel, Tibau e Upanema, todos do estado do Rio Grande do Norte.
A região de Mossoró, de clima tropical semiárido, é propícia para a produção do melão de grande valor no mercado nacional e no exterior. Os melões cultivados na região, que possuem a IG, encontram excelentes condições climáticas, possuindo ótima aparência, harmonia e sabor.
As características gerais do solo e da irrigação, combinados com os índices de insolação, temperatura, velocidade do vento e precipitação apresentam uma perfeita combinação para produção de um melão de melhor qualidade.
Em algumas áreas, de solo mais arenoso, os produtores têm a possibilidade de plantio durante todo o ano, sobretudo porque esses solos não armazenam água, o que diminui a umidade na superfície do solo, garantindo as suas excelentes propriedades e características.