Projeto desenvolvido pela UENF inclui fatores naturais e humanos ligados às características do produto
A produção de abacaxi do Norte Fluminense, uma das mais importantes do país, quer o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG) da espécie Denominação de Origem. Esse é o mote de um projeto da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), coordenado pela professora Janie Mendes Jasmim, do Laboratório de Fitotecnia do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (LFIT/CCTA).
O IG da espécie Denominação de Origem proposto para o abacaxi do Norte Fluminense inclui fatores naturais e humanos ligados às características do produto, segundo a professora Janie, que destaca a importância do abacaxi no setor frutícola do Norte Fluminense, especialmente da agricultura familiar.
Para se ter uma ideia, dados de 2022 indicam que a cultura movimentou cerca de R$ 500 milhões na região, cuja produção está concentrada nos municípios de São Francisco de Itabapoana, São João da Barra, Campos dos Goytacazes e Quissamã. A área total colhida n o ano passado foi de 4732 hectares.
Benefícios
“O reconhecimento da IG – Denominação de origem fortalecerá a cadeia produtiva do abacaxi, trazendo maior visibilidade para a produção e novos negócios no Estado, em função da sua posição estratégica, infraestrutura, potencial turístico, além de conferir maior visibilidade ao Norte Fluminense no mercado nacional, possibilitando ainda a sua inserção internacional”, analisa Janie.
O Norte Fluminense é o quarto produtor nacional de abacaxi em importância, com destaque para o município de São Francisco de Itabapoana, que foi o segundo maior produtor em área colhida em 2019, de acordo com Junghans e Souza da Embrapa Mandioca e Fruticultura. “Esses dados mostram a importância da cultura para o desenvolvimento socioeconômico regional”, afirma a professora.
Na opinião da coordenadora do projeto, a IG vai propiciar maior valorização da produção de abacaxi na região e no Estado. “O selo também possibilitará maior interação entre os produtores, associações, assistência técnica e extensão rural por meio da Emater e Senar como o setor de pesquisa e desenvolvimento e Secretarias de Agricultura municipais, além de consolidar a transmissão dos saberes da abacaxicultura para as novas gerações, mantendo a tradição regional”, diz Janie.
O registro de IG é conferido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a produtos ou serviços característicos de seu local de origem, que podem ser distinguidos por atributos únicos.
Fonte: UENF
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