Fruta se destaca pela quantidade maior de açúcares e acidez reduzida
Notícia publicada do dia 26 de julho, na Revista da Propriedade Industrial (RPI), do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), informa que o órgão conferiu a 100ª Indicação Geográfica. O reconhecimento da Denominação de Origem foi conquistado pela Região de Tanguá, no Rio de Janeiro, e contempla laranjas da espécie Citrus sinensis das variedades Seleta, Natal Folha Murcha e Natal Comum.
A Denominação de Origem está localizada integralmente nos limites dos municípios de Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Araruama e abrange uma área aproximada de 8.525 km² no Estado do Rio de Janeiro.
Diferencial
Apesar de ser semelhante em cor e forma, a laranja produzida na Região de Tanguá se diferencia das comuns principalmente pela baixa acidez. Com isso, o Ratio, que é a relação entre sólidos solúveis totais (açúcares) e acidez total da solução (suco), é maior na laranja da Região Tanguá.
Essa característica confere ao produto uma boa aceitação organoléptica, ou seja, estimula os nossos melhores sentidos, graças à forma, à coloração e à textura de uma fruta jovem e saudável (olhar e tato); ao odor (olfato); e, principalmente, ao paladar, pela sensação de doçura.
A medida de sólidos solúveis é uma análise físico-química que também atesta a qualidade diferenciada da laranja da Região de Tanguá por meio de uma escala Brix, usada para medir a quantidade de açúcares em frutas e bebidas. Nessa escala, cada 1 g de açúcar medido em 100 g de solução representa 1% de açúcar na composição total do produto.
As laranjas comuns apresentam em torno de 9 graus de Brix, ou 9% de sua composição formada de açúcares. Já a laranja da Região de Tanguá, apresenta média de 12,2 e 12,4 graus brix para as variedades de laranja seleta e natal folha murcha.
A quantidade maior de açúcares e a acidez significativamente reduzida tornam essa laranja única no mundo, uma fruta prazerosa de ser consumida. Essa condição é resultado de uma combinação de fatores naturais e humanos exclusivos daquele lugar, como concentração elevada de cálcio e magnésio no solo, temperatura média e amplitude térmica bem definidas na região, menor precipitação pluviométrica no período de maturação dos frutos, dentre outros.
A produção é baseada na agricultura familiar e o cultivo respeita técnicas tradicionais e o manejo sustentável, com o uso reduzido de produtos químicos sintéticos prejudiciais para a saúde humana e para o meio ambiente.
Registro
Com toda documentação necessária reunida, o processo de requisição do registro foi aberto no dia 11 de novembro de 2020. São diversas etapas legais até o reconhecimento definitivo de Denominação de Origem (DO), a espécie de IG requerida e que protege aquelas regiões onde os fatores humanos e naturais interferem diretamente nas características de seus produtos, tal como acontece com a laranja da Região de Tanguá.
Esta é a 100ª Indicação Geográfica reconhecida pelo INPI, sendo 32 Denominações de Origem (23 nacionais e nove estrangeiras) e 68 Indicações de Procedência (todas nacionais).