Conquista do selo valorizou ainda mais a cultura que sempre foi uma das alternativas de renda dos produtores familiares do norte de Goiás
Neste mês de fevereiro, a conquista do selo de Indicação Geográfica (IG) do açafrão da região goiana de Mara Rosa completa seis anos. A iniciativa partiu da Associação dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa (Cooperaçafrão) e teve como objetivo dar visibilidade ao produto, além de buscar garantir mais segurança e proteção para os produtores e para os consumidores.
Fruto de um trabalho de dez anos, a IG também envolveu os esforços do Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O açafrão sempre foi uma das alternativas de renda dos produtores familiares do norte de Goiás. A IG conquistada pelo açafrão produzido na região é a de indicação de procedência e abrange, além de Mara Rosa, os municípios de Estrela do Norte, Amaralina e Formoso. E garante a preservação do produto em razão da sua origem geográfica, demonstra que a produção na área abrangida possui uma qualidade diferenciada.
Na safra passada, os produtores conseguiram os primeiros lotes de açafrão utilizando o selo de IG, num total de 4 toneladas. Crédito: Emater-GO
Atualização
Segundo a gestora ambiental da Emater, Isabela Lima, que acompanhou o processo de certificação, o selo agrega valor ao açafrão, possibilitando que o produtor possa vender a colheita com preço mais elevado, garantindo mais lucro. Ela acrescenta que o processo continua a ser realizado junto com os produtores, que precisam se adaptar às normas de produção.
“Até a obtenção do selo foram dez anos, mas ainda seguimos com o trabalho. Além da pesquisa que existe na Emater, os nossos técnicos continuam a dar o suporte para que os produtores possam se adequar ao caderno de especificações, que é o documento que respeita o modo de produzir e a legislação ambiental vigente”, conta Isabela.
“Isso garante o acesso do agricultor ao selo. Além disso, por meio da assistência técnica, buscamos inserir os produtores no mercado”, acrescenta a gestora ambiental da Emater.
“Durante o período de busca pelo selo, fizemos várias visitas aos produtores da região explicando sobre o que se tratava o selo. Além de acompanharmos desde a escolha da área para produção até a condução da lavoura, conseguimos fazer com que eles atendessem às normas previstas no caderno de uso”, relata Weslley Oliveira, extensionista da Emater-GO. “Na safra passada, conseguimos os primeiros lotes de açafrão utilizando o selo de IG, num total de 4 toneladas”, completa o técnico.
Selo garante a origem geográfica do açafrão e demonstra que a produção na área abrangida possui qualidade diferenciada. Crédito: Divulgação/Cooperaçafrão
Usos e produção
O açafrão cultivado na região de Mara Rosa pertence à espécie Curcuma longa, originária da Índia. Sua produção é usada na indústria de alimentos como temperos, mostarda, condimentos, massas, molhos, margarinas, entre outros. Porém, o produto possui substâncias oxidantes, antimicrobianas e corantes com aplicabilidade nas indústrias cosméticas, têxtil e farmacológica.
O Sebrae estima a produção anual da raiz em cerca de 5 mil toneladas, em 250 hectares de área plantada. A região que abrange os municípios de Mara Rosa, Amaralina, Formoso e Estrela do Norte é responsável por cerca de 90% da produção goiana e equivale a 26% da produção nacional.
