Para isso, comitiva busca em Bagé, RS, informações sobre certificação
Com o objetivo de lançar em 2023 a carne com Identificação Geográfica do Pantanal, a Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO) mobilizou entidades ligadas à pecuária de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso para conhecer detalhes sobre a IG criada para a proteína animal dos associados da Associação dos Produtores do Pampa Meridional do Estado do Rio Grande do Sul (Apropampa), desde 2006.
“Queremos que consumidor entenda que ele pode contribuir para a conservação. Ao valorizar a carne de origem pantaneira ele estará injetando recursos na economia local”, justifica o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta, referindo-se à busca por modelos concretizados de Indicação Geográfica.
Por sua vez, o diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno, afirmou que a ida ao Rio Grande do Sul teve como proposta a busca por reconhecimento, via IG para a carne pantaneira. “A região possui a única Indicação Geográfica das Américas para carne bovina, e teve registro concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)”, disse. “Da mesma forma que a proteína, existe um trabalho primoroso quanto ao IG dos vinhos, com indicação de procedência, que nos serve de base.”
Comitiva
A convite da ABPO, representantes da Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal, SebraeMS, Famasul, Semagro, Mapa e da Wetlands, participaram de uma agenda dinâmica, no Rio Grande do Sul, entre 6 e 11 de novembro. Sindicatos Rurais que integram a região do Pantanal de MT e MS também foram convidados. Os municípios de Cáceres e Poconé enviaram seus sindicatos, e a Famato representou os demais, que não puderam participar da comitiva.
Entre as entidades do Sul que recepcionaram a comitiva e contribuíram com informações estão a Alianza del Pastizal Brasil, Apropampa e Embrapa Pecuária Sul. As visitas ocorreram em propriedades ligadas às raças Hereford e Braford, além de cases sobre a produção de uvas e azeite de oliva.
“Nosso objetivo é contribuir para que bioma Pantanal também alcance o mérito de Indicação Geográfica de uma carne ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável. Em uma ação conjunta com Mato Grosso do Sul e o Ministério da Agricultura, pretendemos conquistar esse reconhecimento para o pecuarista do Pantanal”, destacou Marcos de Carvalho, analista de pecuária da Famato.
“Estamos na fase de conhecimento e de entender como funciona a tramitação para alcançarmos a Indicação Geográfica para a carne sustentável do Pantanal”, acrescentou Carvalho.
Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal, Urbano Gomes Pinto de Abreu, a pecuária moderna exige ser sustentável, certificação, indicação geográfica e também rastreabilidade.
“Estamos aqui para entender, acompanhar e transferir essa tecnologia para o Pantanal, principalmente no que diz respeito à indicação geográfica. Esse é um grande desafio para pecuaristas do Pantanal, e implantar essa tecnologia pode fazer com que consigamos novos mercados, com os produtos do bioma”, destacou Abreu.
O superintendente da Semagro, Rogério Beretta, avalia que o projeto está entre as prioridades de Mato Grosso do Sul. “Além de outros mercados, a identificação geográfica trará benefícios diretos ao produtor rural e todos dependentes da cadeia produtiva. As entidades representativas e as indústrias ganham, o consumidor passa a ter mais informação e qualidade, e a região recebe reconhecimento e valorização”, analisou