Campanha Gastronomia Origens Paraná do Sebrae-PR apresentou receitas de chefs de cozinha que usaram alimentos produzidos na região e que carregam o selo de Indicação Geográfica
Oferecer pratos com ingredientes regionais que contam histórias e aproximar os chefs de cozinha dos produtores de alimentos de todo o Paraná. Essa foi a proposta da primeira ação da campanha Gastronomia Origens Paraná, promovida pelo Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae/PR), na noite de terça-feira, 27 de agosto, na capital Curitiba. As receitas foram apresentadas durante a cerimônia do Prêmio Bom Gourmet, da Gazeta do Povo, que traz os destaques da gastronomia curitibana.
Diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta ressalta que a proposta aproxima o público de chefs, produtores paranaenses e ainda valoriza os alimentos típicos e reconhecidos com o registro de Indicação Geográfica (IG).
“Foi uma ação que trouxe visibilidade para o trabalho que estamos realizando. Os produtores realizaram novos contatos e encaminharam negócios com os chefs presentes. Já os chefs mostraram que é possível valorizar os produtos regionais com pratos de alta qualidade”, explica o executivo.
Ao todo, chefs consagrados de quatro restaurantes curitibanos que possuem o Selo de Qualidade no Turismo do Paraná prepararam pratos exclusivos com produtos que possuem ou estão pleiteando os registros de Indicações Geográficas e integram o movimento Origens Paraná, de valorização aos produtos locais.
Os chefs Rafael Fusco e Lucas Cintra, do Ostra Bêbada, prepararam ostras gratinadas com queijo colonial de Witmarsum; Paulo Hruschka e Giovane Ramos dos Santos, da Tartuferia San Paolo, fizeram um tambaqui em textura de erva-mate de São Mateus do Sul e aioli de trufas.
Jorge Tonatto, do Bar do Alemão, serviu confit de marreco com molho de mel do Oeste do Paraná e laranja, repolho roxo e purê de maçã; Delio e Renata Canabrava e Rafael Gonçalves, da Cantina do Délio, prepararam um sorvete de queijo com calda de goiaba de Carlópolis e uma batida de cachaça ouro de Morretes com coco e abacaxi.
Queijo colonial
O chef Rafael Fusco conta que já utiliza o queijo de Witmarsum desde 2014, antes da abertura do restaurante Ostra Bêbada, e reforça a importância de valorizar os produtos locais.
“Esse é um trabalho que fortalece a nossa gastronomia. Todos esses são produtos artesanais que contam as histórias e os conhecimentos de famílias paranaenses que merecem ser ressaltados e preservados. A receptividade foi muito boa. Queremos continuar utilizando esses ingredientes locais e trazer para perto os produtores locais”, ressalta.
Andreia Cardoso, gerente comercial da Cooperativa de Witmarsum, afirma que o Ostra Bêbada foi o primeiro restaurante a utilizar o queijo colonial que possui o registro de Indicação Geográfica e que hoje já é vendido para os principais mercados do País.
Segundo ela, a oportunidade de ter os queijos coloniais sendo utilizados pelos chefs em um grande evento é algo extremamente importante para a marca.
“É relevante estarmos próximos dos chefs porque podemos conversar com as pessoas, fortalecer nossa rede de contatos e levar o nosso produto para novos mercados. É uma grande satisfação ter o nosso trabalho reconhecido e alcançar essa grande visibilidade”, destaca Andreia.
Fórum Origens Paraná
Buscando articular, planejar e coordenar, junto com parceiros, o desenvolvimento de IGs, o Fórum Origens Paraná é fruto do Programa de Desenvolvimento de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Sebrae/PR, que atualmente conta com aproximadamente 50 membros integrantes de grupos de produtores e instituições.
De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado, o trabalho de reconhecimento de produtos típicos de região trouxe a presença de novos produtores rurais, como os de farinha de mandioca de Guaraqueçaba, a farinha de trigo de Irati, os vinhos de Bituruna, o ginseng de Querência do Norte e os morangos de Pinhalão.
Além de sete produtos com Indicações Geográficas e 26 com marcas coletivas, o Paraná se destaca nacionalmente com 12 pedidos de registros já protocolados no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), órgão responsável por conceder os registros, além de outros produtos e serviços que estão iniciando esse processo. Saiba mais acessando www.sebraepr.com.br/origensparana.
Entenda melhor
O Brasil possui hoje 71 registros. Em todo o mundo, são mais de 10 mil produtos com indicação geográfica e que movimentam mais de 50 bilhões de euros. Hoje, o Paraná possui sete territórios com registro de IG: São Mateus do Sul com a erva mate e derivados; Norte Pioneiro com os cafés especiais; Carlópolis com a goiaba de mesa; Oeste do Paraná como mel; Witmarsun com o queijo colonial; Marialva com as uvas finas de mesa; e Ortigueira com o mel.
Outros cinco territórios estão com pedidos prestes a serem protocolados e/ou sendo analisados pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI): Capanema com melado e derivados; Morretes com a cachaça; Antonina com a bala de banana (apesar de recentemente indeferido, já está com novo processo em andamento); e o Litoral com barreado e farinha de mandioca.
Uma IG é considerada um bem coletivo conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, com valor intrínseco e identidade própria. O registro distingue os produtos dos similares disponíveis no mercado por sua qualidade, especialidade e tipicidade. O INPI é a instituição que concede o registro e emite o certificado. As Indicações Geográficas podem ser na modalidade Indicação de Procedência (IP) ou Denominação de Origem (D.O.).
Fonte: Sebrae-PR