Prato típico da chamada “culinária de boteco” é a segunda IG da capital paranaense (Foto: Daniel Castellano)
Por ter fama e fazer parte da cultura e história de Curitiba, a carne de onça recebeu o registro de Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade Indicação de Procedência (IP).
A carne de onça é um prato típico da chamada “culinária de boteco” de Curitiba, servido sobre uma fatia de broa de centeio, coberta com carne moída bovina fresca, cebola branca e cebolinha verde picadas, com temperos, regado com azeite extravirgem, sal e pimenta a gosto. O pedido de reconhecimento foi protocolado em novembro de 2023.
Atualmente, mais de 200 restaurantes curitibanos, conforme a Associação Amigos da Onça (AAONÇA), oferecem a carne de onça no cardápio. A ação do Sebrae/PR em parceria com a Associação começou em janeiro de 2023, seguindo o protocolo e a metodologia do INPI.

Prato típico tem primeiros registros históricos na década de 40. Foto: Gean Cavalheiro.
A consultora Márcia Giubertoni, destaca o envolvimento dos empresários na busca pela Indicação Geográfica da Carne de Onça de Curitiba. “Esse é o resultado de esforço coletivo entre todos os envolvidos desse processo, que foi rápido. Em menos de dois anos o pedido foi protocolado e reconhecido pelo INPI por conta de toda a sua notoriedade. A receita, inclusive, pode ter duas IG: a carne de onça e a broa de centeio de Curitiba”, afirma.
A carne de onça é uma das comidas típicas de Curitiba, reconhecida como Patrimônio Cultural da cidade desde 2016. Com a conquista da Indicação Geográfica, sua relevância aumenta. Este reconhecimento é uma vitória significativa para os setores gastronômico e cultural de Curitiba.
Preparo
A carne de onça é uma iguaria típica da culinária curitibana, cuja origem remonta à década de 1940. De acordo com o INPI, o Caderno de Especificações Técnicas da Indicação de Procedência prevê três opções preparo e modo de servir:

Carne de onça de Curitiba se tornou a 18ª IG do Paraná. Foto: Daniel Castellano / SMCS
1.ª opção: colocação da carne sobre a fatia de broa coberta com cebola branca e cebolinha verde, regada com azeite e temperada toda a parte superior com sal e pimenta.
2.ª opção: preparação da carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta, apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Incluída a cobertura com cebola branca e cebolinha verde e regada com azeite.
3.ª opção: preparação da carne misturada ao azeite, ao sal e à pimenta, apenas no momento de servir sobre a fatia de broa, para não interferir na coloração da carne. Os demais ingredientes, cebola branca, cebolinha verde e azeite, são disponibilizados separados para o cliente montar a seu gosto.
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Indicações Geográficas
O Paraná é o segundo estado brasileiro com a maior quantidade de IG, contabilizando 18. Além da carne de onça de Curitiba, são Indicações Geográficas: o urucum de Paranacity, cracóvia de Prudentópolis; mel de Ortigueira; queijos coloniais de Witmarsum; cachaça e aguardente de Morretes; melado de Capanema; cafés especiais do Norte Pioneiro; morango do Norte Pioneiro; vinhos de Bituruna; goiaba de Carlópolis; mel do Oeste do Paraná; barreado do Litoral do Paraná; bala de banana de Antonina; erva-mate São Matheus; camomila de Mandirituba; uvas finas de Marialva e broas de centeio de Curitiba.
Além desses 18 reconhecidos, há ainda uma Indicação Geográfica concedida a Santa Catarina, que envolve também municípios do Paraná e do Rio Grande do Sul: o mel de melato da bracatinga do Planalto Sul do Brasil.
O Estado ainda possui 11 produtos com a IG depositada, mas ainda em processo de análise no INPI: o mel de Capanema; pão no bafo de Palmeira; tortas de Carambeí; mel de Prudentópolis; queijos do Sudoeste do Paraná; café de Mandaguari, ponkan de Cerro Azul; ovinos e caprinos da Cantuquiriguaçu; ginseng de Querência do Norte; café da serra de Apucarana e ostras do Cabaraquara.