Aprenda a cultivar em casa espécies que além de embelezarem, trazem outros benefícios para o ambiente
Você sabia que as plantas ajudam a melhorar a qualidade do ar e conviver com elas em casa é uma forma não apenas de melhorar esteticamente o ambiente, mas, também, de proporcionar saúde e bem-estar?
Essa convivência com as plantas já é muito benéfica. Mas é possível aumentar esse privilégio ao cultivar espécies que têm maior capacidade de purificar o ar.
Isso mesmo! Segundo engenheiro agrônomo Marcos Estevão Feliciano da Forth Jardim, foi comprovado, através de estudos realizados pela NASA que além de absorver dióxido de carbono e liberar oxigênio, através da fotossíntese, algumas plantas também podem remover compostos orgânicos voláteis presentes no nosso dia a dia (VOCs, na sigla em inglês).
Poluição urbana
Ele explica que a poluição está em todos os lugares, inclusive no ar que respiramos dentro da nossa casa. “Muitos compostos orgânicos voláteis podem estar presentes nas residências, oriundos, por exemplo, dos solventes das tintas com as quais pintamos as paredes, de substâncias adesivas dos móveis, fumaça de cigarro e da poluição em geral do ambiente urbano”, salienta.
Feliciano sublinha que as plantas são capazes de capturar os agentes poluentes, “todas as espécies conseguem fazer esse processo, mas algumas chegam a neutralizar até 80% dos poluentes presentes”, informa.
O agrônomo separou algumas opções de plantas com grande potencial de purificar o ar para se cultivar em casa. Veja a seguir.
- Babosa (Aloe vera)
Feliciano afirma que esta espécie pode absorver o formaldeído presente no ar, além de ser uma planta que sem muito segredo em seus cuidados. “A babosa é bastante robusta e resistente a longos períodos de estiagem, seu cultivo não envolve muitas regas e ela se adapta facilmente a vários ambientes”, orienta.
Ele reforça ainda que a planta possui folhagens, “carnudas” e suculentas, que acumulam grande quantidade de água para se desenvolver. “Por apresentar uma arquitetura belíssima, pode ser utilizada para decorar todos os ambientes da casa, desde que receba sol direto, por pelo menos 4 horas, sendo ideal mais que 6 horas”, ensina.
O especialista informa também que, o interior da babosa apresenta um líquido viscoso, conhecido por suas propriedades medicinais e é uma planta rica em cálcio, minerais, vitaminas e muitos outros nutrientes, sendo indicada para diversas finalidades.
- Crisântemo (Chysanthemum morifolium)
Ideal para eliminar o benzeno presente no ar, de acordo com o agrônomo. ”Muitas pessoas não sabem, mas a exposição a longo prazo ao benzeno pode causar dores de cabeça, sonolência, irritação na pele, nos olhos e até mesmo nas vias respiratórias”, alerta.
O crisântemo é bem popular e tem extensa variedade de cores, além de ser de fácil cultivo e ideal para quem quer flores o ano inteiro. Feliciano orienta que essa espécie exige luz solar em abundância, “que pode ser direta ou meia-sombra”.
Em relação às regas, ele diz que “é preciso molhar sempre que perceber o solo seco ou levemente úmido, mas não se pode deixá-lo ficar encharcado”, frisa.
Podas de limpeza, sempre que necessário, também são bem-vindas, salienta o especialista, “para retirar as flores secas”.
- Dracena (Dracaena fragrans)
Também conhecida como pau d’água, “é uma planta com folhagem verde e vistosa que suporta bem o calor e bastante útil contra o benzeno, o tricloroetileno e o tolueno”, informa Feliciano.
Ele destaca que é amplamente cultivada como planta ornamental, devido à sua aparência única.
“Prefere luz indireta, mas também pode tolerar condições de pouca luz e a rega deve ser moderada, permitindo que o solo seque entre as regas e evite encharcar o solo”, sublinha.
O especialista informa ainda que, “em algumas culturas, acredita-se que a dracena traz boa sorte e prosperidade para o lar”.
Espada-de-são-jorge (Dracaena trifasciata)
Planta das mais versáteis, sendo útil, inclusive, contra a radiação eletromagnética, acentua Feliciano.
“Pode ser cultivada na sombra ou meia sombra (quando recebe sol indiretamente) e, para que seu vaso fique bonito, é indicado plantar de 5 a 9 hastes por vaso”, aconselha.
Ele completa que a espada-de-são-jorge é uma espécie bem resistente e não requer muita água em seu cultivo. “Regar uma vez por semana é o ideal, já que ela não gosta de substrato encharcado”, diz o especialista.
Lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii)
De acordo com o agrônomo, é capaz de absorver a amônia liberada por produtos de limpeza, a fumaça de cigarro, entre outros poluentes.
“Essa planta possui floração singela e delicada, além de ter folhas bem verdes e brilhantes se adequando perfeitamente na decoração de vários ambientes”, sublinha.
Ele aconselha que o lírio-da-paz seja cultivado “em sombra, mas com ambiente bastante iluminado, no máximo, em meia sombra”.
Quanto ao solo, para o especialista, o indicado é que ele seja aerado e é preciso mantê-lo levemente úmido.
Samambaia (Nephrolepis exaltata v. Bostoniensis)
Essa admirável espécie contribui para a remoção de poluentes como o xileno e formaldeído, além de substâncias pesadas como o mercúrio.
“A samambaia é uma planta exuberante e versátil no paisagismo, conhecida por suas folhas verdes pendentes que adicionam um toque de beleza tropical aos ambientes”, salienta o agrônomo.
De acordo com ele, a samambaia prefere luz indireta ou sombra parcial, “sendo que o ideal é evitar expô-las diretamente à luz solar intensa, pois pode causar danos às folhas, deixando-as amareladas e queimadas”, adverte.
Feliciano recomenda, para o cultivo da espécie, locais próximos à janelas com cortinas leves ou um espaço com luz filtrada. “A samambaia também aprecia solo úmido, mas não encharcado”, afirma.