A maneira de cultivo e a adubação sao parte das exigências para que as orquídeas se desenvolvam saudáveis, resistentes a doenças e ao ataque de pragas, mais depressa e com florações exuberantes e vigorosas
Para o bom desenvolvimento e floração das orquídeas, alguns fatores são vitais e devem ser respeitados. Em primeiro lugar – e condição indispensável -, é a luminosidade. A temperatura e a umidade também são importantes, além da adubação correta e cuidados contra eventuais pragas.
Todas as plantas – as orquídeas incluídas – necessitam de luz para viver. Algumas demandam grande iluminação, vivendo a pleno sol. Já outras espécies queimariam caso ficassem expostas integralmente aos raios solares. Há também aquelas que só sobrevivem em condições de luminosidade reduzida.
“Assim, principiantes em cultivar orquídeas, não devem escolher uma planta que necessite de um ambiente muito diferente daquele disponível para ela viver”, aconselha o engenheiro agrônomo Gilberto Cardoso, responsável pelo site Pergunte ao Agrônomo.
“Por exemplo, – continua o agrônomo -, “se o local for um apartamento e não haja uma área onde incida diretamente os raios solares durante intervalo de tempo adequado, então, é melhor não escolher uma espécie que necessite de sol pleno para se desenvolver e florir”, aconselha.
Onde cultivar
Viveiros
A cobertura de sombrite é a mais utilizada em viveiros, segundo Gilberto Cardoso, “por ser mais durável e de fácil manutenção. Além dessas vantagens, evita a entrada de pássaros e insetos de maior porte, como grilos e gafanhotos. Também impede danos de chuvas fortes ou de granizo”, acentua.
Ele pontua que a malha a escolhida irá depender das exigências de luz das espécies que se pretende cultivar. “De modo geral, usa-se a de 50 %”.
Para o especialista, a principal vantagem do cultivo em estufa é poder controlar a estabilidade de temperatura, de regas, de luminosidade e de umidade.
Ripado
Nada mais é do que o local onde as plantas ficam protegidas do sol por meio de uma cobertura horizontal de ripas, fixadas paralelamente, mantendo vãos abertos, da mesma largura, entre elas.
Para o especialista do Site Pergunte ao Agrônomo, “é preciso atenção à altura, largura dos vãos entre as ripas, a posição na cobertura, fechamento lateral e proteção contra o vento sul”.
“Quando as ripas, (ou os bambus), forem colocadas na cobertura, é preciso que seja lembrado que esses materiais deverão ser dispostos na direção norte-sul, para que o Sol, ao deslocar-se no sentido leste-oeste, vá ‘banhando’, gradativamente, as plantas”.
Ele aconselha que toda a estrutura seja igualmente fechada nas laterais com ripas ou bambus, “não só por causa do Sol, mas também para proteção das plantas, sobretudo para prevenir que gatos e outros animais possam danificá-las.
Árvores
Cardoso orienta que, para cultivar orquídeas em árvores, “é melhor escolher aquelas que perdem folhas no inverno e tenham bastante folhagem no verão, com galhos que recebem raios solares pela manhã. E, ainda, que disponham de troncos com casca rugosa, mas que não soltem pedaços”.
As mais indicadas por ele são o limoeiro, o abacateiro e o flamboyant.
Dentro de casa ou apartamento
Para quem acha quem não consegue ter uma bela orquídea florida porque mora em apartamento, Gilberto Cardoso afirma que é possível, sim! “Muitas espécies se adaptam bem a esse ambiente, só é preciso tomar alguns cuidados, principalmente quem mora nos andares mais altos”, assegura.
O agrônomo enumera alguns possíveis obstáculos (todos superáveis) para o sucesso do cultivo e ensina várias dicas para manter a orquídea deslumbrante – e com muitas flores – dentro da residência.
Luminosidade
Para ele, uma das maiores dificuldades para cultivar orquídea em casa é que nem todas têm janelas, ou sacadas, posicionadas favoravelmente à luminosidade.
“O ideal é procurar um local fresco, de preferência próximo de uma janela por onde incida Sol (de forma amena) nas plantas e posicionar a orquídea de modo que seja banhada pelos raios solares no período da manhã”, preconiza o agrônomo.
Vento
Para Cardoso, outro problema que pode prejudicar o cultivo em apartamentos é o vento, que é potencializado quanto mais alto for o andar, já que não existem “quebra ventos” naturais, como árvores, casas vizinhas etc.
Neste caso, o especialista aconselha irrigar as orquídeas com maior frequência, “já que a água irá evaporar mais rápido, deixando a planta seca muito facilmente”
“Se no apartamento onde estão sendo cultivadas, as orquídeas secam muito depressa por causa do excesso de ventos, é aconselhável misturar e utilizar substratos que retenham mais umidade para as plantas, como o coxim de coco e o esfagno (musgo)”, recomenda.
Outra dica de Cardoso é escolher vasos de plástico ao invés dos de barro, “porque retêm mais umidade”.
Nos andares mais altos, os ventos intensos também podem derrubar as plantas. Para evitar que isso aconteça, ele sugere colocar uma camada maior de drenagem (brita, telha picada etc) dentro do vaso para deixá-lo mais pesado.
Fazer uma barreira com plástico, sombrite, ou mesmo com outros tipos de plantas, que irão funcionar como ‘quebra-vento’, também são boas soluções, segundo o especialista.
“Deixar as orquídeas mais agrupadas, tomando cuidado para que não façam sombra entre elas, igualmente evitará que sejam derrubadas, pois uma planta irá proteger a outra”, defende o agrônomo.
Ventos fortes também são uma das causas da morte de botões florais, “portanto, é preciso proteger as plantas quando estão com botões para desabrochar, colocando-as no interior da residência”, orienta Cardoso.
Pragas e doenças
Dificilmente pragas e doenças irão acometer plantas saudáveis e bem adubadas.
Infelizmente, orquídeas cultivadas em apartamento estão mais sujeitas ao ataque de pragas, principalmente pulgões, cochonilhas e tripes, que são disseminados, com facilidade, pelo vento.
Para manter a orquídea sempre saudável e bonita, Cardoso indica adotar alguns cuidados com essas pragas. “É uma boa medida fazer uso de repelentes naturais para insetos, como óleo de neem (encontrado em mercados e lojas especializadas), calda de fumo ou calda viçosa (receitas abaixo). “A catação, ou limpeza manual, podem ser feitas nas pragas que estiverem visíveis”, ensina.
“Já em relação ao aparecimento de doenças, na maioria dos casos, será necessário retirar a parte doente”- explica o agrônomo – “ou, até mesmo, proceder à eliminação da planta inteira, para que ela não contamine as demais”, observa.
Ele lembra ainda que plantas encharcadas, ou submetidas a chuvas prolongadas, sofrem muito com o ataque de fungos e/ou bactérias, causando manchas nas folhas e/ou apodrecimento de brotos novos. “É preciso muita atenção”.
Poeira e poluição nas folhas
Outros inconvenientes que podem acontecer às espécies cultivadas em residências são a poeira e a poluição trazidas pelo vento e que ficam ‘alojadas’ nas plantas. “Se as folhas não forem limpas, em pouco tempo, ficarão cobertas de poeira, podendo prejudicar a fotossíntese das plantas e, ainda, abrigar ácaros, que irão danificar as orquídeas”, adverte o agrônomo
Como preparar o inseticida natural
Calda de fumo
A maneira mais simples de preparar a calda de fumo é dissolver 50 gramas de sabão em barra em dois litros de água quente e completar o volume para 15 litros com água fria. Nessa solução, misture um quilo de folhas e talos de fumo picados e deixe em repouso por 24 horas.
Calda viçosa
Para o preparo de 10 litros, deve-se usar:
50 g de sulfato de cobre.
10 a 20 gramas de sulfato de zinco.
80 gramas de sulfato de magnésio.
10 a 20 gramas de ácido bórico.
50 a 75 gramas de cal hidratada.
Como regar corretamente
Uma dúvida recorrente é o quanto de água dar à orquídea.
Na verdade, a frequência na rega pode mudar de acordo com o clima da região e da época do ano. Assim, é recomendável sempre observar as necessidades da planta.
É comum regar a orquídea entre duas a três vezes na semana e, nos demais dias, se for necessário, apenas borrifar água nas folhas para umedecê-las.
“Importante: as orquídeas sofrem mais com o excesso do que com a falta da água. Por isso, é preciso cautela para hidratá-las. Assim, é melhor não encharcar o vaso para não apodrecer as raízes”, avisa Gilberto Cardoso.
Como regra geral, a maneira mais fácil de saber se é hora de regar a planta é tocando, com os dedos, o substrato. Se ele estiver seco, a orquídea precisa de água. O ideal é que o substrato esteja sempre úmido e jamais encharcado.
O agrônomo aconselha nunca molhar as plantas quando as folhas estiverem quentes pela incidência da luz solar. “Para evitar danos, é preferível regar no fim da tarde, quando o sol estiver no horizonte”.
Já para impedir a ocorrência de fungos, o correto é molhar os substratos e não as folhas, para que não acumule água em seu “cálice” (junção com a haste), que favorece o aparecimento desses parasitas transmissores de doenças que podem matar a planta.
Não é aconselhável também deixar a água acumulada no pratinho do vaso, pois é grande o risco da orquídea se “afogar”. O ideal é regar de cima para baixo até a água começar a escorrer pelo pratinho e secar o excesso.
Como adubar
Para crescer e florir de forma saudável, as orquídeas precisam de suplementação alimentar. A maioria das espécies é comercializada em vasos com substratos que, sozinhos, não fornecem a quantidade suficiente de nutrientes por um período muito longo de tempo, exigindo a utilização de adubos para garantir o bom desenvolvimento da planta.
Como são adubadas durante o cultivo no orquidário, com nutrientes diluídos na água e aplicados diretamente no substrato, as plantas ficam com flores exuberantes. Mas depois, com a ausência de nutrição adequada, acabam morrendo com o passar dos meses, ou não têm energia suficiente para abrir os botões florais completamente, ou gerar novos, causando grande frustração em quem as cultiva.
Gilberto Cardoso explica que, para se desenvolverem saudáveis e com abundância de flores, as orquídeas necessitam de 17 elementos essenciais. “Na falta de um deles, a planta não consegue completar seu ciclo de vida”.
O agrônomo destaca também que “adubo nenhum faz milagre, eles apenas propiciam que as orquídeas cresçam resistentes, mais rapidamente e com maior vigor na floração.
“Mas – ressalta – se elas não estiverem sendo cultivadas em local adequado, com iluminação suficiente, com irrigação correta e com o substrato que a planta precisa, possivelmente, a orquídea não vai florir, mesmo que receba adubação”.
Após a adubação, é preciso sempre regar as orquídeas, para que o fertilizante já comece a atuar, liberando os nutrientes para a absorção das raízes da planta .
Os adubos orgânicos sólidos, como o Bokashi, por exemplo, fermentam na presença de umidade. Assim, os microorganismos que agem na fermentação, começam a disponibilizar as substâncias nutritivas que serão absorvidas pelas raízes, nutrindo a planta de maneira lenta e prolongada
Adubos químicos
São várias as opções de adubos químicos no mercado. De acordo com o especialista, eles “são capazes de fornecer para as plantas nutrientes já prontos para absorção, proporcionando resultados mais rápidos do que os obtidos com a adubação orgânica. Porém, eles acidificam o substrato rapidamente, podendo “queimar” as raízes das plantas, caso não sejam aplicados de maneira correta”.
Por isso, ele aconselha que as orientações contidas nas embalagens dos produtos sejam seguidas “à risca” e nunca aplicar quantidade maior do que a recomendada.
Adubos orgânicos
Segundo o engenheiro agrônomo, os adubos orgânicos para orquídeas possuem vantagens em relação aos químicos.
A primeira delas é que não é necessária a aplicação frequente. “Geralmente, os adubos orgânicos são aplicados a cada três ou seis meses, porque levam mais tempo para se dissolver por completo, liberando lentamente os nutrientes necessários para as plantas”.
Os adubos orgânicos também não “queimas as raízes nem acidificam o substrato rapidamente, ao contrário dos químicos. “Por liberarem os nutrientes de forma gradual, assim que são disponibilizados, a planta os absorve”, ensina Cardoso.
Os mais utilizados são o Bokashi (mais informações no Box), misturas caseiras à base de farinha de ossos e cinzas, entre outros.
Confira algumas boas opções de adubos para ter a orquídea sempre bonita e florida:
Bokashi
“O adubo Bokashi, que significa “farelos fermentados” em japonês, é uma mistura balanceada de matérias orgânicas de origem vegetal e/ou animal (farinha de osso, farelo de trigo, torta de mamona, calcário, torta de amendoim e outros), submetidas a um processo de fermentação controlada”.
Além de ser um adubo bastante eficaz quando é de boa qualidade, seus ingredientes podem ser modificados de acordo com a disponibilidade de cada região, portanto, é um adubo muito barato”, explica Cardoso.
Como a liberação de seus nutrientes acontecem de forma lenta, o Bokashi pode ser aplicado a cada quatro ou cinco meses e a quantidade não precisa ser excessiva. Aproximadamente meia colher de sopa na borda do vaso é suficiente. Mais que esta dosagem pode amarelar as folhas e até matar a planta.
O uso em excesso de Bokashi poderá criar desequilíbrio químico e nutricional, liberando os aminoácidos na seiva das plantas e favorecendo o ataque de pragas e doenças. Seus nutrientes orgânicos também podem favorecer o aparecimento de lesmas, assim, é recomendável atenção aos sintomas, como brotos e folhas atacadas.
Outra maneira simples e prática de usar o Bokashi é fazer uma “trouxinha” com um tecido poroso, TNT (Tecido Não tecido), gaze, reaproveitando filtros de passar café ou, até mesmo, meias femininas de nylon, preenchendo com a metade de uma colher de sopa de Bokashi farelado e fechando com uma fita ou aro de metal.
Este embrulho deve ser colocado dentro do vaso (melhor colocar próximo à borda), em cima do substrato e, quando regar a planta, direcionar a água para a trouxinha, assim, os nutrientes serão liberados e absorvidos pela orquídea aos poucos. O momento certo de substituir a “trouxinha” com o adubo é quando ela estiver com aspecto murcho.
Já a melhor forma de regar as orquídeas epífitas (as espécies que vivem agarradas em troncos de árvores), é diluir o Bokashi na água e usar normalmente na rega.
B&G Orquídeas
Dentre todas as opções de adubos para orquídeas existentes no mercado, Gilberto Cardoso indica o da marca B&G Flores, “pois foi desenvolvido e testado por pesquisadores e engenheiros agrônomos, dentre eles o renomado professor Victor Hugo Alvarez Venegas, que tem amplo conhecimento em nutrição de plantas, na Universidade Federal de Viçosa-UFV, de Minas Gerais, uma das mais respeitadas do País”.
De acordo com o especialista, o B&G Orquídeas é um fertilizante que contém todos os elementos essenciais às plantas, os macronutrientes (N, P, S, K, Ca e Mg) e os micronutrientes (Fe, Zn, Cu, Mn, Cl, B e Mo), em concentrações equilibradas para o bom desenvolvimento e crescimento das plantas e também para a produção de flores de orquídeas.
Na ausência de algum desses nutrientes, explica Cardoso, as plantas apresentam deficiências, desde amarelecimento, queimadura foliar, crescimento lento, ausência de flores e, em piores casos, morte da planta. “Assim, quanto mais completa for à formulação do adubo, melhor o resultado no crescimento das orquídeas”, ensina.
“Os nutrientes do B&G Flores estão em concentrações equilibradas, exatamente na medida das necessidades das orquídeas. Se usado na forma e quantidade recomendadas, junto a outros fatores e condições adequadas de produção (luminosidade, temperatura, irrigação, manejo e controle de pragas e doenças), acelera o desenvolvimento e crescimento vegetativo (antecipa a floração) e propicia a produção de belas flores, grandes, bem formadas, mais coloridas, e com maior durabilidade”, garante o especialista.
Facilita a manutenção
Cardoso informa ainda que este fertilizante multinutriente é hidrossolúvel e de formulação única, ou seja, “por considerar as diferentes fases de desenvolvimento das orquídeas, o B&G não tem formulações diferentes para floração e manutenção, facilitando o trabalho de manutenção”.
“Além disso” – ele completa – “o B&G Orquídeas, por conter todos os elementos essenciais às plantas (exceto Ni, que pode ser absorvido pelas plantas de outra maneira), é ideal para a nutrição da maioria de gêneros de orquídeas e de híbridos comerciais cultivados no Brasil”, assegura.
Segundo o engenheiro agrônomo, o adubo B&G deve ser aplicado uma vez por semana, diferentemente dos demais adubos que, em geral, são usados a cada 15 dias.
Ele recomenda adicionar apenas cinco mililitros (uma tampinha) do produto misturado em um litro de água. “É necessário que se aplique 25 ml da solução preparada nos substratos de cultivo de cada planta, totalizando 40 plantas a cada cinco mililitros do fertilizante.
Como usar
Para pequenas coleções, Cardoso recomenda a aplicação da solução nutriente diretamente no substrato, com auxilio de um regador ou garrafa PET, de forma que cada vaso receba entre 50 e 100 ml, de acordo com o tamanho do vaso. “Se for usar a garrafa PET para aplicar o fertilizante, aconselho fazer um furo central na tampa de aproximadamente três milímetros, pelo qual deverá ser direcionado um jato da solução diretamente sobre o substrato”.
Já no caso de coleções grandes, o engenheiro agrônomo indica a aplicação via fertirrigação, que é a mais viável pela economia de tempo de aplicação. “Neste caso, utiliza-se o sistema de irrigação para distribuição do adubo”.
Outra opção, segundo ele, é utilizar um pulverizador especial para plantas cultivadas em árvores, estacas ou placas de madeira, que irá facilitar a aplicação.
“Para aplicar o B&G Orquídeas em fertiirrigação ou pulverização, é recomendável o uso de tecido para dissolver e filtrar a solução. Basta colocar uma quantidade do fertilizante em um pedaço de tecido e fechá-lo, formando um pacotinho. Depois, é só mergulhá-lo repetidamente num recipiente com água e, com pressão manual, dissolver o conteúdo. Esta ação evitará haver partículas grandes que poderiam entupir os aspersores e bicos pulverizadores”, explica.
Frequência
Quanto à frequência de aplicação, ele preconiza, para plantas em intenso crescimento, o uso semanal do produto. Aquelas com desenvolvimento lento, ele recomenda aplicar o fertilizante quinzenalmente.
“Não é recomendável a aplicação do adubo se a planta estiver florida, tampouco quando as flores acabaram de murchar. Quando isso acontece, a orquídea entra em um intervalo natural de repouso/dormência, período em que irá recuperar as energias. Assim que sair desse da fase de descanso natural (dormência), ou seja, no momento em que voltar a emitir novas raízes e/ou brotos/folhas, é hora de recomeçar as adubações usuais até ela florir novamente”, ensina.
Ele acentua que, normalmente, as orquídeas entram em estado de dormência, ou crescimento lento, nos meses de temperaturas mais baixas, ou nos mais secos do ano”.
Adubos caseiros fáceis de preparar
Caso não seja possível usar os adubos vendidos em lojas especializadas, sejam eles químicos ou orgânicos, como o Bokashi, uma boa saída para que as orquídeas permaneçam nutridas, é fornecer vitaminas e minerais através de adubos caseiros, com receitas simples, aproveitando ingredientes facilmente encontrados, como a casca de ovo. Basta triturá-la, quando já estiver seca, e colocar no substrato, podendo ser acompanhada de pó de café usado.
Gilberto Cardoso, do site Pergunte ao Agrônomo, tem algumas receitas de adubos orgânicos que podem ser preparados em casa e vão deixar a orquídea mais bonita e saudável.
Como fazer adubos caseiros
Ingredientes:
5 colheres de sopa de torta de mamona (não usar este ingrediente se tiver cães e gatos em casa, porque é tóxico para animais);
2 colheres de sopa de farinha de osso (também não deve ser usada caso tenha pets);
2 colheres de sopa de cinza de madeira;
1 colher de sopa de esterco de galinha (opcional).
Para preparar o adubo, é só misturar todos os ingredientes em um recipiente e seguir as duas seguintes formas de aplicação:
Aplicação 1:
Colocar uma colher de sopa da mistura próximo da borda do vaso, distante das raízes, e umedecer com água. Não espalhar no substrato ou na terra e, sim, formar um “montinho” na parte lateral do vaso.
Aplicação 2:
Cortar um pedacinho de TNT (Tecido Não Tecido) poroso de, aproximadamente, 20 cm x 20 cm, colocar dentro dele uma colher de sopa da mistura e fechar com fita, barbante ou fio de metal, formando uma “trouxinha” de adubo. Pendurar acima da planta, para que todas as vezes em que for molhada, os nutrientes caiam em cima dela.
Fertilizante com água de arroz
Ao lavar o arroz para cozinhar, guardar a água da lavagem que seria descartada, reaproveitando-a para nutrir a orquídea.
A água de arroz é rica em nutrientes como nitrogênio, cálcio, ferro, zinco e potássio.
Aplicar semanalmente 40 ml da solução no substrato do vaso.
Utilizar somente a água de arroz fresca, ou seja, aplicar no mesmo dia em que o arroz foi lavado.
Casca de ovo e pó de café
Ingredientes:
Cascas de ovos lavadas com água e colocadas para secar na sombra (de 5 a 10 ovos, conforme a quantidade de vasos que serão adubados);
Pó de café coado (ao coar, não acrescentar açúcar).
O preparo é bastante simples. Basta triturar as cascas de ovos no liquidificador (já lavadas e secas) e misturar, depois de moídas, com o pó de café usado. A proporção é de 3 para 1, ou seja, cerca de 3 vezes mais cascas de ovos do que de pó de café.
A aplicação também deve ser feita na borda do vaso e a quantidade é uma colher rasa (de sopa) da mistura.
Como atuam os nutrientes nas plantas
Orquídeas precisam de nutrientes para crescer viçosas e exibir sua incomparável beleza. Eles são essenciais e de grande importância para a alimentação das plantas.
“Na ausência de nutrientes, as plantas manifestam deficiências, que vão desde amarelecimento e queimadura das folhas, demora em crescer, inexistência de flores e, nos casos mais severos, morte da planta”, alerta Gilberto Cardoso, responsável pelo Site Pergunte ao Agrônomo.
O agrônomo explica que são dois os tipos de nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento das espécies de orquídeas: os macronutrientes (primários e secundários) e os micronutrientes.
Os do primeiro grupo são os seguintes:
Nitrogênio (N), que irá atuar no crescimento;
Fósforo (P), que acelera o enraizamento da planta; e o
Potássio (K), que potencializa o florescimento e a frutificação.
São estes os macronutrientes secundários:
Cálcio (Ca), responsável pelo crescimento do tecido celular;
Magnésio (Mg ), ajuda na fotossíntese; e
Enxofre (S), que participa do metabolismo das plantas.
Já os micronutrientes são:
Boro (B) auxilia no crescimento, florescimento e frutificação;
Cloro (Cl) atua no metabolismo;
Cobre (Cu) reforça a resistência a doenças;
Ferro (Fe) age na fotossíntese;
Manganês (Mn), também desempenha papel importante na fotossíntese;
Molibdênio (Mo) auxilia no metabolismo da planta como um todo;
Níquel (Ni) também atua no metabolismo;
Zinco (Zn) tem função importante no enraizamento;
Cobalto (Co = Metabolismo);
Selênio (Se) opera na resistência ao ataque de insetos;
Silício (Si) age na resistência foliar ao ataque de pragas; e
Sódio (Na) trabalha para a planta em seu metabolismo em geral.
Quando trocar a orquídea de vaso
Qual é o melhor momento de replantar a orquídea para que ela continue bela e saudável? Segundo os especialistas, normalmente, este tempo pode variar de dois a cinco anos.
Gilberto Cardoso explica que como a planta é muito delicada e sensível, o replantio só deve ser feito quando for inevitável, porque “quanto mais mexermos em uma orquídea (quanto maior o número de replantes), pior para ela”.
Para saber quando transferir a planta de um vaso para outro, é preciso observar algumas situações. A primeira é sempre que o substrato estiver “velho” (com cheiro ruim, de azedo), já que todos se decompõem e apodrecem um dia, com exceção dos materiais inertes (pedra, carvão, isopor etc).
Alguns substratos têm maior durabilidade, entre eles, a casca de pinus, o esfagno-do-chile (musgo) e o xaxim. Já outros tipos duram menos, como a fibra de coco, o sabugo de milho e o esfagno nacional.
Outra condição é quando a planta cresceu muito e está saindo do vaso, então, é hora de transferi-la para um maior. “Com o tempo, aquelas que ficaram fora do vaso, principalmente as que não forem adubadas adequadamente, começarão a regredir, por não disporem de um local para preservar umidade das raízes e absorver nutrientes, sendo preciso mudá-las de vaso, pontua Cardoso.
O mesmo acontece com as orquídeas que não estão crescendo bem. Replantá-las vai trazer sua exuberância de volta.
Finalmente, quando a orquídea apresentar alguma doença também tem de ser trocada de recipiente.
Florida não
Para ser transferida para o novo vaso, a orquídea não pode estar florida. Depois que termina a floração, algumas espécies entram na fase de dormência, ou seja, param de emitir raízes, folhas, brotos e flores. É seu período de repouso, depois de ter gasto muita energia ao florir. Dependendo da espécie, essa temporada pode se estender por algumas semanas ou meses.
Terminada a fase de dormência, ou descanso, a planta volta a produzir novas raízes e brotos. Esta é a hora ideal para fazer o replantio da orquídea, segundo os especialistas. Quanto às espécies que não entram no período de dormência, o replante deverá ser realizado após todas as flores caírem.
Depois de transplantada, a orquídea deve permanecer em local com bastante iluminação natural, mas sem pegar sol diretamente. O novo substrato precisa estar sempre úmido, então, é bom regar bastante, mas sem encharcá-lo. Para sucesso do replantio, não se pode esquecer de adubar a planta, pelo menos, a cada 15 dias.
Para aprender como fazer o replante de orquídea, acesse “Como e quando replantar orquídeas”.