Cultivo menos burocrático e de ciclo mais curto tem conquistado adeptos pelo mundo
Originários da Califórnia, os microverdes, ou “microgreens”, têm conquistado cada vez mais espaço ao redor do mundo. A técnica de cultivo é uma forte tendência para os adeptos da “horta em casa”, com os vegetais cultivados em um tempo menor e ficando prontos para o consumo mesmo ainda jovens.
“A prática, que inclui várias espécies, de vegetais folhosos, como alface, rúcula, agrião, até hortaliças como beterraba, rabanete, cenoura, é desenvolvida a partir de sementes específicas para esse tipo de cultivo”, informa o engenheiro agrônomo da Forth Jardim, Marcos Feliciano.

A técnica de cultivo é uma forte tendência para os adeptos da “horta em casa”. Foto: Isla Sementes
Os microverdes trazem vantagens em relação ao cultivo tradicional das hortaliças. No mercado gourmet, por exemplo, eles costumam se destacar, pois tanto o sabor quanto o apelo visual fazem com que sejam um ingrediente para compor pratos que vão desde saladas a sopas e sanduíches.
A aposta no cultivo de microverde tem sido cada vez mais frequente, por uma série de motivos, como o ciclo entre cultivo e colheita, que são bem menores que o tradicional (cerca de 7 a 21 dias pós germinação), assim como outras características, como menor espaço para plantio, melhor sabor e aparência e mais praticidade.
A técnica
Apesar de ser uma vertente da horticultura, vale reforçar que cultivar microverdes tem suas particularidades. Nesse viés, o especialista informa que, para averiguar as melhores condições de cultivo, foi realizado um teste com dois fertilizantes orgânicos, um específico para hortaliças e outro para temperos. Neles, as sementes de microverdes foram expostas às mesmas condições de local, temperatura, rega, etc.

Apesar de ser uma vertente da horticultura, cultivar microverdes tem suas particularidades. Foto: Isla Sementes
“A única diferença foi que em uma das bandejas utilizou-se o fertilizante de hortaliças e, na outra, o de temperos. Esse teste foi feito com espécies diferentes, como rabanete, repolho roxo, couve, manjericão”, relata o agrônomo. “Ao final, verificamos que o fertilizante de temperos mostrou-se mais eficiente, com um aumento considerável na quantidade produzida.”
O processo
Para quem acha que é difícil ou necessário utilizar técnicas de manejo e produtos muitos específicos para cultivar microverdes em casa, o agrônomo dá algumas dicas para que o processo alcance os resultados desejados.
“Primeiro, é preciso escolher um substrato de boa qualidade e plantar as sementes por cima dele, borrifando água para umedecer esse mistura”, ensina Feliciano. Ele ressalta que, após esse processo, o ideal é deixar no escuro até as sementes germinarem e começarem a crescer (o tempo pode variar de acordo com a espécie).

A produção de microverdes não funciona como a tradicional pois, após cortados, eles não nascerão novamente, será preciso realizar um novo plantio. Foto: Isla Sementes
Durante esse período, segundo o especialista, deve-se regar o substrato apenas com água pura, sem fertilizante, utilizando um pulverizador para regar os microverdes, sempre que o substrato começar a secar. “Após esse período, o indicado é colocar em um local com boa iluminação e, na sequência adubação”, orienta.
Ele sugere que todas as regas podem ser feitas com água e fertilizante. “Em torno de 7 a 21 dias já é possível colher”, afirma Feliciano, lembrando que a produção de microverdes não funciona como a tradicional. “Depois de cortados, eles não vão nascer novamente, é preciso realizar um novo plantio”, arremata.