A produção do Estado está concentrada em polos regionais localizados até 140 quilômetros da capital
São Paulo é líder no mercado de flores, na comercialização e no plantio. Das 680 empresas atacadistas de flores do País 480 ficam no Estado, assim como 25 das 60 centrais de atacado do Brasil. Além disso, exposições importantes, como a ExploFlora e a Garden Fair, ocorrem anualmente em Holambra, no interior paulista. Ainda segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), das 35 mostras existentes no Brasil, 15 são realizadas em SP.
De acordo com Gildo Saito, coordenador da Comissão de Hortaliças, Flores e Orgânicos da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), o cultivo de flores é delicado e cheio de particularidades. “São culturas que necessitam de investimento alto para a produção e de capital de giro alto para a compra de insumos e materiais de venda”, informa.
Destaques na produção
A produção paulista está concentrada em polos regionais localizados até 140 quilômetros da capital. “Em volume, pela ordem, os principais produtores são os municípios de Holambra e Atibaia, além daqueles que integram o Alto Tietê (Mogi das Cruzes, Guararema, Biritiba Mirim, Salesópolis e Arujá), seguido de Ibiúna e algumas cidades do Vale do Paraíba”, relata o coordenador.
Por exigir manejo artesanal, as flores e plantas vêm de propriedades de pequeno e médio porte, entre dois e 20 hectares, com predomínio das unidades familiares, onde há mão de obra intensiva.
A produção é dividida entre plantas ornamentais, flores de corte e flores de vaso. Entre 2020 e 2021 a pandemia causou reviravoltas no setor. No primeiro momento, o cancelamento de eventos como casamentos, festas de debutantes e formaturas fez a demanda por flores cair de maneira considerável, trazendo incertezas a produtores e comerciantes.
Presentes em lojas especializadas, feiras e supermercados, as flores são cultivadas em diversas localidades do Estado de São Paulo, entre a região metropolitana e o interior. Elas fazem sucesso especial em datas comemorativas, como o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, mas sua beleza chama a atenção o ano inteiro.
O recomeço foi impulsionado pelo varejo e pelo uso doméstico, já que o isolamento social fez muitas pessoas embelezarem suas casas com flores e usarem a jardinagem como hobby. Como resultado, o faturamento do setor, em escala nacional, aumentou 15% em 2021, frente ao ano anterior, registrando o maior crescimento desde 2012, somando R$ 10 bilhões entre produção e venda em atacado e varejo.
As mais vendidas
O método boca a boca e as redes sociais ajudam a formar tendências no consumo de flores e plantas ornamentais. Não por acaso, a cada estação surgem as preferidas do consumidor, como a begônia maculata e a costela de Adão. Mas existem, também, as clássicas. De acordo com o Ibraflor, as campeãs de procura entre as plantas ornamentais são suculentas, cactos, samambaia, zamioculcas e ficus.
No setor de plantas de vasos, as preferidas são orquídeas, antúrios, azaleias, violetas, crisântemos e roseiras. Já as flores cortadas, utilizadas para buquês e arranjos, costumam trazer rosas, astromélias, lírios, crisântemos, gipsófilas, cravo spray e boca-de-leão.
Embora muitas pessoas associem o cultivo de flores a estufas, estima-se que dos 15.600 hectares ocupados pelo segmento em todo o Brasil, 13.708 sejam de cultivo ao ar livre. Outros 1.342 são plantados em estufas e 530 em sombrite. A escolha do tipo de cultivo leva em conta o clima local, a espécie a ser cultivada e seu ciclo de vida.
Os investimentos e o cuidado intensivo são um denominador comum em qualquer que seja o tipo de cultivo. “Isso porque são culturas que necessitam de investimento alto para produção, como terraplenagens, estufas, sistemas de sombreamento, aquecimento, resfriamento e bancadas”, explica Saito. “O capital de giro, também alto, vai para a compra de insumos como substratos, vasos, mudas, adubos, embalagens e caixas de papelão”, acrescenta.
Oferta de cursos em SP
O Senar-SP oferece cursos que atendem as necessidades de floricultores, tanto de conteúdo geral quanto específico. Afinal, as flores exigem perfeição. Manchas, cortes e furos nas pétalas podem inviabilizar a venda, exigindo dos produtores um manejo rigoroso no solo.
Além disso, as espécies precisam de proteção contra chuvas intensas, geadas e sol forte. Outras vezes, os inimigos são os insetos – algo natural, já que a seleção natural fez com que as plantas mais eficientes em se reproduzir fossem as mais vistosas e de odor mais pronunciado.
Segundo Saito, as principais formações generalistas para o segmento englobam cursos de aplicação de defensivos, manutenção de tratores e gestão financeira. Entre os cursos específicos, destaca-se o de cultivo de orquídeas, com carga horária de 16 horas. Destinada a iniciantes, a formação engloba os principais tópicos para quem deseja cultivar esta espécie.
O instrutor Januário da Cunha Mello Neto, de Jundiaí, SP, compartilha em seu Instagram as vivências junto às turmas. “Comecei com orquídeas em 1979, em um estágio no Jardim Botânico, em São Paulo. Tenho uma chácara com um pequeno orquidário. Com isso selecionamos aquelas com as quais temos mais afinidade”, relatou durante um de seus cursos, realizado em 2021.
Para acessar os cursos do Senar-SP, é só acessar o link: https://faespsenar.com.br/curs…