Não é difícil cultivar plantas em casa, basta não cometer alguns equívocos que elas ficarão sempre belas
Cultivar plantas de interior trazem um charme especial para a residência, deixando o local mais aconchegante.
Quem não quer ter o ambiente da casa valorizado com belas plantas e flores e, muitas vezes, acaba se frustrando por elas morrerem com o tempo?
O engenheiro agrônomo Gilberto Cardoso, do site Pergunte ao Agrônomo, explica que são os erros mais comuns no cultivo de plantas de interior.
O primeiro deles, segundo Cardoso, é, ao adquirir uma planta, colocá-la em qualquer ambiente. “Achamos que ela pode ficar linda no banheiro ou, então, pendurada na varanda, onde irá decorar muito bem o ambiente”.
Porém, ele aconselha que se deve, sempre, verificar se o ambiente escolhido para cultivar é adequado para aquela escolhida, ou mesmo se é apropriado para o cultivo de plantas.
“Caso a varanda seja um local muito quente, que ninguém consiga ficar por tempo prolongado, certamente também é inadequado para a planta”, orienta o agrônomo.
Ele esclarece que as plantas precisam de luz solar para fazer fotossíntese, sendo assim, colocá-la em um local escuro pode matá-la.
É errado mudar local com frequência
O primeiro passo para cultivar plantas em casa é verificar se o ambiente escolhido é adequado para espécie escolhida. Foto: Pinterest
Deslocar a planta de lugar várias vezes é mais um dos erros comuns e perigosos, principalmente para as orquídeas de acordo com Cardoso. “Plantas, em geral, precisam de um tempo para se adaptarem ao ambiente em que estão expostas, assim, é péssimo mudá-las de local diversas vezes.
Ele aconselha não mover as plantas da varanda para a sala, da sala para o banheiro, do banheiro para a cozinha, tentando “descobrir” o melhor local para o cultivo. “Os ambientes são desiguais em relação à temperatura, umidade, iluminação etc”.
Por isso, o especialista do site Pergunte ao Agrônomo afirma que é muito importante se conhecer as necessidades da planta que se deseja cultivar. “Se for uma espécie que goste de bastante iluminação e de um pouco de sol direto, por exemplo, já é possível se saber que o banheiro não será o melhor local para ela.
Esquecer de irrigar é fatal
Cardoso brinca que as pessoas se acostumam tanto com suas plantas em casa que até se esquecem de cuidar delas. Mas irrigá-las é fundamental para sua sobrevivência.
“As espécies necessitam de água em quantidade e frequência diferenciadas, algumas conseguem ficar mais tempo, outras menos, sem serem regadas”, salienta.
O especialista ressalta, entretanto, que “a falta de água é um dos principais fatores que levam as plantas de interior a morrerem, principalmente em locais com ar condicionado”.
Ele aconselha que as plantas não fiquem “abandonadas” e sejam sempre irrigadas de acordo com a necessidade de cada espécie.
Plantas adequadas para ambientes internos
Para o especialista, engana-se quem imagina que qualquer planta se adapta em ambientes interiores. “Há espécies que não se adequam bem dentro de casa, pois exigem cuidados e têm necessidades que ambientes internos não proporcionam à planta.
Como exemplo, ele cita as espécies que demandam muitas horas de iluminação direta para se desenvolverem.
“Dificilmente, um local no interior de uma residência terá capacidade de fornecer mais que quatro horas de iluminação direta para a planta (esta é a regra, não a exceção)” afirma.
A falta de rega é dos principais fatores que levam as plantas de interior a morrerem. Foto: Arquivo
Adubação é sempre bem-vinda
Cardoso diz que muitas pessoas cultivam plantas em jardins sem nunca adubá-las, o que pode levar à crença de que elas não precisam de adubação, bastando irrigá-las para que sempre cresçam bem.
Mas a verdade não é essa. Ele explica que “no jardim, as plantas se desenvolvem e suas raízes podem crescer para áreas mais profundas e maiores do solo, absorvendo, assim, nutrientes para as várias fases de seu desenvolvimento, em diferentes locais”. E complementa que “na região da copa das árvores caem folhas e galhos, há dejetos de animais etc, produzindo os nutrientes necessários para o crescimento das plantas e que serão por elas absorvidos”.
Cardoso ressalta que “já dentro de casa, as plantas geralmente crescem em vasos ou canteiros em uma quantidade de terra predeterminada. Com o passar do tempo, a planta absorve todos os nutrientes desse solo”.
O que acontece, segundo ele, é que, com o passar do tempo, o solo vai ficando empobrecido e não há reposição desses importantes nutrientes, como acontece na natureza. “Por isso, é necessário adubar as plantas de vez em quando, seja por meio de uma adubação orgânica ou de adubação química”, ensina o especialista.
Plantas para ambientes com ar-condicionado
Gilberto Cardoso, do site Pergunte ao Agrônomo, explica que algumas plantas de interior não conseguem adaptar-se a um ambiente com ar-condicionado, “uma vez que esses aparelhos retiram a umidade do ar, podendo provocar estresse hídrico nas plantas, causando uma desidratação muito rápida nas folhas (e consequentemente na planta)”.
Entretanto, ele enumera algumas espécies tolerantes a ambientes refrigerados artificialmente e dá dicas como cultivá-las.
O aglaonema possui grande variação de tonalidades de folhagem. Fotos: Arquivo
Aglaonema
Segundo o especialista, essa planta possui várias tonalidades de folhas. “As folhas de algumas variedades, inclusive, podem se tornar rosas, dependo da quantidade de luz que a atingir, ou seja, quanto mais próxima da luz, maior será a variação de tons da folhagem da Aglaonema.”
Ele alerta para nunca esquecer de irrigar a planta, principalmente se ela estiver sendo cultivada em lugares com ar-condicionado.
Dracenas
As diversas espécies de dracenas, resistem bem vivendo em locais com ar-condicionado. Fotos: Arquivo
Gilberto Cardoso esclarece que existem várias e diferenciadas espécies de Dracenas, sendo que todas resistem satisfatoriamente viver em locais com ar-condicionado, por serem plantas bastante rústicas e fáceis de cultivar. “Em ambientes mais escuros, o verde das folhas fica mais intenso”, sublinha.
O agrônomo adverte, no entanto que, “apesar da Dracena ser ótima para ambientes internos, é uma planta que pode ser tóxica para pequenos animais”.
Pacová
Por ser uma espécie resistente e adaptada à meia sombra, o pacová é das plantas mais utilizadas para cultivo no interior. Foto: Arquivo
Por ser uma espécie resistente e adaptada à meia sombra, é das espécies mais utilizadas para cultivo no interior. Suas folhas são grandes e largas, por isso, o especialista recomenda mantê-las sempre limpas para que fiquem mais vistosas e bonitas.
“Quando colocada em iluminação mais forte, suas folhas ficam amareladas”, diz Cardoso.
Quais plantas cultivar em casa?
Para quem tem dúvidas sobre as espécies que vivem bem dentro de casa e onde elas podem ser cultivadas, Cardoso dá exemplos de algumas plantas:
Violetas africanas
De fácil cultivo, com florações abundantes, a violeta africana é muito utilizada em arranjos. Fotos: Arquivo
Segundo Cardoso, é uma planta de fácil cultivo, com florações abundantes e muito utilizada em arranjos. “A luminosidade tem influência direta sobre o florescimento das violetas-africanas, por isso, nunca deve ficar em Sol pleno.
O especialista enfatiza que, “quando a temperatura for inferior do que 14 graus, a planta se desenvolverá, mas seu florescimento será dificultado”.
Orquídea do gênero Phalaenopsis
A phalaenopsis, orquídea de preferência nacional, também vive com perfeição em ambientes domésticos. Foto: Arquivo
A espécie de orquídea que tem preferência nacional também vive com perfeição em ambientes domésticos.
“A phalaenopsis, conhecida popularmente como orquídea borboleta, adapta-se em vários ambientes de casa, como na varanda, sala, perto de janelas, desde que se evite incidência de Sol direto e que o local seja bem ventilado”, orienta o agrônomo.
