Engenheiro agrônomo explica o “bê-á-bá” da jardinagem, ensina a diferença entre produtos e o passo a passo para manter as plantas bonitas e saudáveis
Com número cada vez maior de pessoas que querem criar seus próprios jardins em pequenos espaços, inclusive dentro de casas e apartamentos, aquela antiga concepção de jardins em grandes e exuberantes ambientes, compostos por várias espécies de plantas, ficou no passado.
Atualmente, só aumentam os adeptos do “urban jungle”, um estilo de decoração que consiste em incluir plantas e elementos ligados à natureza no interior das casas.
“E mais do que só comprar um vasinho para compor a decoração, as pessoas estão mais interessadas em participar de todo o processo”, afirma o engenheiro agrônomo da Forth Jardim, Marcos Feliciano.
E para aqueles que ainda acham que cuidar das plantas é algo muito complexo e que dependiam de certas habilidades e muita dedicação para o jardim ficar com a manutenção em dia, ele explica um passo a passo básico para quem também quer aderir a prazerosa jardinagem caseira.
Primeiro passo: plantar
O agrônomo começa explicando que, “quando vamos cultivar plantas em vasos, lembramos logo da terra, mas existem outras duas opções que têm a mesma finalidade: o substrato e o condicionador”.
Ele ressalta que, porém, cada produto tem sua particularidade e, saber a diferença entre eles, pode ajudar bastante na hora de escolher qual das opções é a mais adequada.
A terra “comum”, diz ele, “pode ser retirada da natureza, ou ser de origem vegetal (quando vem de um processo de compostagem de materiais orgânicos)”.
Já o substrato, de acordo com o especialista, não tem terra na composição, geralmente é de origem orgânica, mas também pode ter material mineral. “A vantagem dele em relação à terra é não conter sementes de mato e ser livre de pragas ou doenças”, salienta.
O especialista esclarece ainda que o condicionador é um material orgânico e, como o próprio nome sugere, é usado para “condicionar”, ou seja, melhorar o solo. “Então, se você já tem terra em seus vasos ou jardim e quer melhorá-la, essa é a opção mais indicada”, afirma.
Feliciano orienta que quando misturado à terra, o condicionador a deixa mais solta, ajudando a reter mais água e mais adubo.
Segundo passo: nutrir
O agrônomo da Forth Jardins sublinha que, depois de iniciado o cultivo, o próximo passo é a manutenção da planta.
“Para isso são utilizados os fertilizantes, que são produtos que servem para nutrir o solo, que podem ter origem orgânica ou mineral. A terra ou substrato, mesmo aqueles que contém algum tipo de fertilizante, vão se esgotando e, por isso, a adubação é necessária”, ensina.
“Um exemplo prático é a jabuticabeira. Se ela produz bem em vaso e você colher todos os frutos e não a adubar a planta, com o passar do tempo, irá colher cada vez menos, pois está retirando os frutos que continham os nutrientes que foram absorvidos da terra. Com a adubação, os nutrientes que foram retirados são devolvidos e, assim, a planta se mantém produtiva”, ensina Feliciano.
Ele aconselha que, a adubação seja feita, em geral, a cada 30 dias e é importante utilizar fertilizantes que oferecem mais nutrientes, tanto “macro” quanto “micro”. Mas, dependendo da espécie cultivada, pode-se alargar este período e adubar um pouco depois.
“Assim como os humanos, as plantas também precisam se alimentar”, salienta.
“Para as plantas, alguns dos nutrientes essenciais são o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cobre, molibdênio, zinco, ferro e cloro, sendo que o último já é fornecido água de irrigação e nos fertilizantes minerais”, orienta o especialista.
Terceiro passo: defender
Conhecidos como domissanitários para uso de jardinagem amadora, os “defensores” são produtos registrados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e podem ser utilizados com segurança nas plantas para controle de pragas ou doenças, defende o engenheiro da Forth Jardins.
“Se suas plantas forem atacadas por insetos, por exemplo, pulgões, lagartas, cochonilhas ou outros, o mais adequado é o uso de um inseticida específico para o controle essas pragas”, frisa.
Ele orienta ainda que, caso o jardim comesse a ter problemas com fungos, ferrugem, pinta preta, mofo-branco um bom fungicida é indicado. “Já para formigas cortadeiras, é possível usar isca granulada ou um formicida”.