O perfume das plantas aromáticas e ervas, como o da lavanada, é agradável para os humanos mas interfere nos sensores olfativos dos insetos, afastando-os das pessoas (Foto: Freepik)
O cultivo de plantas aromáticas em casa pode ajudar a afastar o mosquito transmissor da dengue. Isso porque o perfume das plantas aromáticas e ervas, agradável para os humanos, interfere nos sensores olfativos dos insetos, afastando-os das pessoas.
Com um aumento de mais de 445% nos casos da doença em comparação ao mesmo período do ano passado, a adoção de métodos naturais de prevenção torna-se essencial.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já superou os 740 mil casos de dengue, representando um aumento de mais de 445% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 165.839 casos.
“Os mosquitos são atraídos por substâncias químicas exaladas pelo nosso corpo, como o dióxido de carbono, durante a respiração”, explica Giovani Lucas Miranda, professor de Ciências e Biologia do Colégio Positivo. Isso explica a proximidade dos mosquitos com a cabeça humana.
“É uma área de intensa eliminação de gás carbônico, substância química que atrai os pernilongos”, acrescenta o professor. E, segundo ele, alguns aromas, afastam o mosquito, servindo como repelente e um método eficaz de combate à dengue.
Plantas como sálvia, melissa, citronela, manjericão e lavanda são reconhecidas pelos óleos essenciais que funcionam como repelentes naturais contra mosquitos e outros insetos.
“Compostos como o citronelol, presente na citronela, e o linalol, encontrado na lavanda, afetam os sensores olfativos dos mosquitos, dificultando a capacidade de localizarem humanos para picar. O manjericão contém eugenol, e a sálvia possui tujona e cineol, que podem ter efeitos tóxicos e irritantes nos sensores olfativos dos insetos, desestimulando a permanência deles nas áreas onde essas plantas estão presentes”, detalha o especialista.
Portanto, os óleos essenciais dessas plantas também podem ajudar a repelir pernilongos, incluindo o Aedes aegypti, responsável pela transmissão de dengue, zika e chikungunya. Mesmo não sendo uma solução definitiva, contribuem para a redução da presença desses insetos nas áreas habitadas.
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Conhecendo as propriedades de cada planta
Sálvia (Salvia officinalis): rica em óleos essenciais como cineol, borneol e tujona, conhecidos pelas propriedades repelentes de insetos. Além do uso tradicional na culinária devido ao aroma forte, a sálvia é aplicada no tratamento de problemas digestivos e inflamações da boca e garganta, possuindo também propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
Manjericão (Ocimum basilicum): rico em eugenol, linalol e citronelol, o manjericão é muito usado na culinária pelo sabor único, propriedades anti-inflamatórias antibacterianas, além de ser uma fonte de antioxidantes. Fácil de cultivar, atrai abelhas, é benéfico para o ambiente e ainda atua como repelente de mosquitos.
Melissa (Melissa officinalis) ou erva-cidreira: conhecida pelas propriedades calmantes, a melissa contém óleos essenciais como citral, neral e geraniol, que ajudam a repelir insetos. É de fácil cultivo e atrai abelhas, beneficiando a polinização do jardim.
Citronela (Cymbopogon nardus): o óleo essencial é um dos repelentes de mosquitos mais eficazes e naturais, usado em velas, sprays e loções. Contém geraniol, citronelol e citronelal, que interferem nos sensores dos insetos, repelindo-os eficazmente. Além do uso como repelente, a citronela é usada em aromaterapia para promover relaxamento e aliviar o estresse.
Lavanda (Lavandula angustifolia): além das conhecidas propriedades relaxantes, utilizadas em produtos de aromaterapia para alívio do estresse e indução do sono, a lavanda pode repelir mosquitos e traças devido ao óleo essencial que contém linalol e acetato de linalila.