Joaninhas são extremamente benéficas para o seu jardim, controlando pragas e evitando, portanto, a necessidade de aplicar qualquer tipo de inseticida
Como muita gente sabe, joaninhas são extremamente benéficas para o jardim, controlando pragas e evitando, portanto, a necessidade de aplicar qualquer tipo de inseticida.
O especialista Gilberto Cardoso, do site Pergunte ao Agrônomo, explica quais as pragas as joaninhas são capazes de controlar, e como é possível atraí-las e mantê-las no jardim.
Segundo Cardoso, elas constituem um dos grupos mais eficientes no controle de pulgões. Esses pequenos insetos são encontrados em diversos gêneros e há espécies com diferentes características entre elas.
As joaninhas são besouros predadores da família Coccinellidae. Podem ter diferentes cores já que existem mais de 5 mil espécies.
Em geral, medem entre 0,3 mm e 10 mm de comprimento e possuem um par de antenas com função sensorial e dois pares de asas. Essas asas ficam embaixo dos élitros, geralmente são coloridos, duros e resistentes. Possuem também seis pernas.
Ciclo de vida das joaninhas
O ciclo de vida da joaninha começa na fase dos ovos, elas são capazes de ovipositar de 10 a 50 ovos e fazem isso em locais onde após a eclosão as larvas terão alimento, ou seja, ovipositam onde há pragas como pulgões, cochonilhas, ácaros etc.
A segunda fase do ciclo de vida das joaninhas é a fase de larva, elas eclodem após apenas 4 dias da oviposição (o ambiente pode modificar esse tempo, para mais ou para menos).
“No estágio larval, uma única larva pode consumir dezenas de pulgões por dia, além de poderem se alimentar de outras pragas de corpo mole incluindo ovos da própria espécie, ou seja, ovos de joaninhas”, ensina o especialista.
O próximo estágio é o de pupa. A pupa é geralmente amarela ou laranja com manchas pretas. A pupa permanece presa a uma folha, durante todo esse estágio. Esse estágio pupal dura de 3 a 12 dias até que o inseto alcance a fase adulta.
O ciclo de desenvolvimento da joaninha requer cerca de quatro a oito semanas, dependendo da temperatura e disponibilidade de alimentos e a maioria dos adultos vive cerca de um ano.
Do que se alimentam as Joaninhas?
“As joaninhas são inofensivas para os seres humanos e algumas espécies têm sido amigos das plantas e das culturas agrícolas”, afirma Cardoso.
Segundo ele, o principal alimento das joaninhas são pulgões, ácaros, cochonilhas, moscas brancas e outros insetos sugadores e problemáticos que infestam as plantas, além de ovos do besouro dos aspargos (Crioceris asparagi).
“Apenas uma joaninha pode comer cinco mil pulgões em toda sua vida”, destaca.
Joaninhas também comem plantas?
Algumas espécies de joaninhas podem se alimentar de vegetais, são os insetos membros da subfamília Epilachninae que, em grande parte, são herbívoros.
“A maioria das espécies dessa subfamília se alimenta apenas de uma espécie de planta ou, no máximo, de uma faixa estreita de espécies”, detalha o especialista.
Algumas dessas plantas são o espinafre, algodão, brássicas (couve flor, brócolis, couve, acelga, repolho, mostarda, agrião e outras), milho, soja, feijão e outras leguminosas.
Um exemplo de joaninha que se alimenta de plantas é o Epilachna varivestis, também conhecido como besouro do feijão.
Plantas que atraem joaninhas
Álisso (flor-de-mel) – Lobularia maritima
É uma das plantas mais fáceis de comprar em floriculturas na América do Norte, mas nem tanto no Brasil.
Exala um perfume de mel pelas flores e esse é o motivo de conseguir atrair vários insetos, inclusive a joaninha.
“São plantas herbáceas muito duráveis e produzem muitas flores. Seu ciclo de vida é anual”, explica Cardoso.
Coentro – Asclepias tuberosa
O Coentro (Coriandrum sativum) é uma planta herbácea de flores brancas ou cor-de-rosa. Conhecido também como salsa chinesa, o Coentro tem as folhas parecidas com as da salsa, porém mais arredondadas e serrilhadas, de cor verde-escura.
É uma planta arbustiva e possui um ciclo de vida curto. Aqui no Brasil, o consumo é principalmente das folhas usadas em saladas e pratos salgados.
Endro – Coriandrum sativum
Também conhecido como aneto é uma erva aromática, anual e pode ser usada tanto na culinária quanto de forma medicinal.
Possui caules ocos, mede 30 a 45 cm de altura, mas pode atingir alturas maiores.
As folhas são formadas por um grande número de filamentos, como se fossem penas de aves; o conjunto dos caules e folhas tem cor verde azulada.
Salsa – Petroselinum crispum
Com uso muito comum na culinária, a salsa é uma herbácea aromática, cujo ciclo de vida é bianual. Não alcança grandes alturas, seus talos podem chegar a 60 cm de comprimento.
Não é exigente em luz solar se adaptando as mais diversas iluminações, a salsa exige um solo fértil, uniformemente úmido e bem drenado.
Erva-lombrigueira – Tanacetum vulgare
Essa planta é conhecida por vários nomes: atanásia, erva-lombrigueira, erva-das-moscas, erva-de-são-marcos, erva-dos-vermes, palminha e tanaceto.
Gosta de sol pleno, solo fértil e bem drenado, ou seja, solos que não acumulam água. Consegue se adaptar a diferentes tipos de pH do solo.
Picão – Coreopsis spp.
“O picão é uma planta perene, gosta de sol pleno, e não é muito exigente quanto a qualidade do solo, vamos ser sinceros aqui, essa planta não é nada exigente quanto a isso”, conta o especialista. .
Aqui no Brasil consegue estar presente em muitos jardins crescendo de forma invasora.
Mil-folhas – Achillea millefolium
A mil-folhas é uma planta perene aromática, muito valorizada por sua folhagem composta, e em formato de pena, semelhante a uma samambaia.
A planta atinge de 30 a 50 centímetros de altura, precisa de boa incidência de luz solar na área de cultivo, pois floresce somente em locais com fotoperíodo acima de 12 horas.
Cravo-amarelo – Tagetes spp.
Essa planta possui vários nomes populares como cravo-de-defunto, flor-dos-mortos, cravo-amarelo, cravo-africano, cravo-da-índia e rosa-da-índia.
Precisa ser cultivada em um local bem ensolarado, e o solo ideal para ela é um bem fértil com pH entre 6 e 7.
São muito exigentes em água e nutrientes, portanto não descuide delas.
Cosmos – Cosmos bipinnatus
Cosmos são nativos da América do Sul e da América Central, sendo assim, precisam ser plantados em um local quente e ensolarado.
Essa planta deve ser cultivada em solo úmido, mas bem drenado, e em pleno sol.
É uma planta cujo ciclo de vida é anual e suas flores podem ser de diferentes cores, incluindo rosa, alaranjado, vermelho, amarelo, branco e marrom.
Gerânio de cheiro – Pelargonium spp.
O gerânio de cheiro é uma planta perene, desenvolve-se até 1,30 m de altura com um espalhamento de 1 m de largura.
Importante dizer que os Gerânio-de-cheiro não são iguais aos gerânios, eles pertencem a gêneros diferentes, apesar de serem da mesma família Geraniaceae.
Ele pode ser cultivado tanto em vasos quanto em jardins/canteiros. São plantas exigentes em iluminação e um solo de qualidade, bem drenado.
Cominho – Carum carvi
Essa planta possui vários nomes, como Cariz, Cominho, Cominho-armênio, Cominho-dos-prados, Cominho-romano, Cúmel (Kümmel, Sul e Sudeste do Brasil), Alcarávia, Alcarávea, Alcaróvea, Alquirévia, Cuminho ou Cominho-de-montanha.
Pertence a mesma família do aipo, cenoura, nabo, erva-doce, salsa e outras plantas com flores perfumadas.
O solo para cultivar essa planta deve estar com o pH entre 6 e 7,5 e deve ser rico em matéria orgânica. Irrigue de forma moderada, ou seja, não deixe o solo seco por longos períodos, mas aguarde que seque para efetuar nova irrigação.
Dente-de-leão – Taraxacum Officinale subsp. vulgare
Assim como o picão, essa planta não é nada exigente na qualidade do solo, em água, em nutrientes. Consegue se adaptar muito bem a diversos ambientes e cresce muitas vezes de forma invasiva nos jardins.
“É uma planta que as joaninhas gostam, então considere deixá-las em seu jardim”, afirma Cardoso.
Fonte: Pergunte ao Agrônomo