Startup desenvolve matriz capaz de apontar o real risco sistêmico atrelado a qualquer ativo rural espalhado por todo território nacional, incluindo simulações de risco baseadas em tipo de solo, ciclo do cultivar, data de semeadura e hedge de venda.
A realidade da produção de grãos de soja, bem como sua estratégia de comercialização, para uma propriedade situada em Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul, está longe de ser semelhante ao que acontece com uma mesma propriedade de soja, em Campo Novo do Parecis, Mato Grosso. Mas, afinal de contas, qual é esta diferença? Além disso, é possível mensurar esta diferença?
“Cada canto do nosso país possui uma história única, a qual, caso não for bem contada, trará problemas graves a toda uma cadeia”, afirma Lucas Koren, Head da startup IMBR Agro.
Segundo Koren, uma matriz desenvolvida pela empresa é capaz de entregar valor aos seus usuários, apontando o real risco sistêmico atrelado a qualquer ativo rural espalhado por todo território nacional.
A tecnologia realiza uma avaliação histórica de qualquer talhão agrícola espalhado por todo o Brasil. Esta avaliação, para que seja, de fato, completa, considera aspectos que o produtor rural não pode controlar em termos de oscilações e quebras, ou seja, a meteorologia e o mercado.
“Ao entender a percepção agrometeorológica de um local e, depois, associá-la à realidade da formação local de preços à vista e preços futuros, estimamos uma nota de risco, para cada um dos talhões avaliados. Dessa forma, considerando a realidade, completamente distinta, de cada uma das regiões do país, a startup fornece um robusto indicador, permitindo comparações, classificações e, por fim, tomada de decisões seguras”, detalha Koren.
Ao se trabalhar com a agricultura, tomadores de decisão se deparam com um ambiente vivo, especialmente, “dentro da porteira”. O Head da IMBR explica que a interação entre semente, solo e planta é extremamente sutil, trazendo uma ideia de ainda maior complexidade no que se refere à avaliação de risco sistêmico de produção.
“Além de entregar aos seus usuários e usuárias uma nota de risco para cada talhão e cultura de interesse, a startup permite que estes façam suas próprias simulações de risco, baseadas em: tipo de solo, ciclo do cultivar, data de semeadura e hedge de venda”, conta o especialista.
De acordo com Koren, esta consideração é muito importante, porque, ao associá-la ao dia a dia de suas empresas parceiras, tem-se a combinação perfeita da entrega de valor.
Avalição de diferentes cenários em segundos
O especialista dá um exemplo hipotético de uma instituição do mercado financeiro que possua dez mil ativos espalhados por toda extensão do território brasileiro e que, não necessariamente, semearão na próxima safra uma mesma cultura.
“O próximo passo seria simples: analisar cada um deles e, assim, os classificar para que o processo de tomada de decisão sobre o ativo, bem como sobre o preço dos produtos financeiros direcionados a ele, seja realizado com sucesso. Até aqui, tudo bem, o único problema é que são dez mil ativos em locais diferentes, semeando culturas diferentes, podendo ocorrer cenários diferentes (solo, ciclo, semeadura e hedge”, avalia.
Segundo Koren, ao se considerarem três diferentes cenários de data de semeadura, tipo de solo, cultivar semeado e a razão ótima de hedge (para cada local, de cada ativo), para dez mil ativos, seriam trinta mil diferentes avaliações de risco.
“Com base nestas entradas, além da geolocalização dos ativos, a IMBR Agro consegue retornar às empresas parceiras, por cenário, os dados de produtividade atingível de dez safras passadas associados ao cenário; informações históricas de água armazenada no solo; e os valores de quebra, que representam riscos associados ao mercado e à produtividade (conversão de dados agrometeorológicos). Tudo isso, em 5 segundos, entregues via API’s*”, completa.
*API’s são aplicações que conectam sistemas e bancos de dados.
Fonte: IMBR Agro