Segundo especialista, monitoramento geolocalizado de bovinos ajuda a minimizar perdas (Image by wirestock on Freepik)
Um desafio crescente tem despertado o alerta e chamado atenção dos pecuaristas: o furto ou roubo de animais nas propriedades rurais. Por serem afastadas de centros urbanos e com amplas e extensas áreas, as fazendas facilitam a ação de criminosos, que procuram falhas de segurança e proteção para invadir e ter acesso aos bens.
Esses delitos acontecem em todos os estados, uma vez que gado é valorizado e representa grande valor no mercado. “São milhares de casos no país e os animais envolvidos podem chegar às dezenas de milhares todos os anos, ainda que não haja consolidação precisa dos dados”, comenta o gerente de negócios da Belgo Arames, Guilherme Viana.
Conforme explica o profissional, os criminosos podem agir de diversas formas, tanto se passando por funcionários para conquistar a confiança dos proprietários, ou como parte de grupos especializados, que conseguem levar os animais rapidamente.
Segundo ele, nesses casos, as autoridades movimentam-se e constituem divisões de política especializadas. O governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, criou a Delegacia de Polícia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e de Abigeato e a Agrodol, delegacia on-line especializada.
“Mas, como está na Constituição Federal, a segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos. Por isso, medidas de proteção ao patrimônio também devem ser implementadas pelos pecuaristas, visando evitar prejuízos”, observa Vianna.
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Prevenção
O gerente recomenda algumas medidas preventivas para os pecuaristas protegerem suas propriedades e o rebanho, como criação de grupos de comunicação entre os vizinhos mais próximos para ficarem atentos às movimentações suspeitas e reforço do cercamento da propriedade, seja com arame liso ou arame farpado ou cerca elétrica, que, além de impedir a entrada de criminosos, garante que o gado não escape.
Outra solução é a adoção de tecnologias inovadoras que auxiliam o monitoramento de gado, por meio de plataformas digitais acessíveis na palma da mão. “É o caso da startup Instabov, que desenvolveu um colar com GPS que, ao ser estar nos animais, capta e envia dados para antenas instaladas na propriedade rural, permitindo aos pecuaristas acessarem dados detalhados sobre a localização e o comportamento do rebanho”, detalha Vianna.
Por meio do aplicativo da Instabov, acessível por smartphone, os dados são atualizados a cada 10 minutos, gerando alertas. Com informações precisas em tempo real, o produtor pode tomar decisões rápidas e assertivas para proteger o seu negócio.
A ferramenta serve tanto para localizar os animais, quanto para acionar autoridades policiais em caso de uma ação criminosa que possa, inclusive, colocar em risco a vida de pessoas. “Temos exemplos do benefício dessa tecnologia para a melhoria do manejo do gado, mas, também, para elevar a segurança no campo”, finaliza o profissional.