Até chegar ao consumidor, a carne, uma das preferidas para as festividades de dezembro, passa por uma série de processos de fiscalização e controle de segurança (Foto: Divulgação)
A carne de frango é uma das proteínas mais consumidas pelos brasileiros. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mais de 66% da produção de carne de frango foi para o mercado interno e o consumo per capita da proteína foi de 45.2 kg em 2022.
Com a chegada de dezembro e suas festividades, o frango, ao lado de outras iguarias, é um dos principais ingredientes que compõem os pratos na mesa do brasileiro.
Mas até ele chegar na mesa do consumidor, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalha em uma série de ações para garantir a qualidade da carne, por meio de sistemas rastreáveis e transparentes, que fiscalizam o cumprimento das normativas do comércio internacional de proteínas animais.
O diretor substituto do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Lucio Akio, afirmou que o controle da saúde dos animais já inicia desde a granja até a sua distribuição aos pontos de venda.
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“Todos os frangos devem chegar ao abate com um documento atestado por médico veterinário. No estabelecimento de abate do Serviço de Inspeção Federal (SIF), esses documentos são avaliados e uma amostragem dos animais é inspecionada para verificar se realmente não existem sinais clínicos que impeçam seu abate para consumo”, explica.
“Durante o abate 100% das aves passam por inspeção oficial para a retirada de qualquer ave imprópria para consumo”, completa Akio.
“Tá na mesa, tá seguro”
Recentemente o Governo Federal lançou a campanha publicitária com o slogan “Alimento inspecionado. Tá na mesa, tá seguro”, para reforçar a população quanto à segurança do consumo de carnes de aves e ovos inspecionados.
A campanha é dividida entre Alimento Inspecionado e Animal Saudável e traz para o consumidor o processo que leva à produção sanitariamente segura.
Outra estratégia da campanha é apresentar que a gripe aviária, que ingressou no país em maio de 2023 afetando aves silvestres, não é transmitida pelo consumo desses alimentos.
Akio destacou que a produção de frangos no Brasil é livre do uso de hormônios e esclareceu que não é necessário lavar a proteína antes do preparo.
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“É importante que os utensílios, como facas, tábuas de preparo, sejam devidamente higienizadas após o preparo do frango cru, para evitar contaminações por micro-organismos naturalmente presentes na ave, mas que serão destruídos com o cozimento”, disse.
Outra maneira do consumidor verificar se o pacote de frango é seguro é observar se na embalagem consta a presença do carimbo da inspeção municipal, estadual ou federal, como o Sisbi-POA, SIE, SIM ou SIF. O selo é o indicativo de que o produto foi inspecionado de acordo com as normas nacionais.
Números da produção de frango
O livro especial de 50 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), explicita que a produção de aves no Brasil começou por meio dos colonizadores portugueses, porém, só se consolidou na década de 1975. O país é o segundo maior produtor de carne de frango no mundo e o maior exportador global, beneficiando 153 países.
Parte disso se deve à capacidade de produção agrícola brasileira, principalmente para a produção de grãos como milho, soja, sorgo, cevada e aveia, que são utilizados na produção de rações de diversos animais, como as aves.
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), a produção de carne de frango em 2022 atingiu 14.5 milhões de toneladas, onde foram exportados 4.7 milhões.
Até novembro deste ano, o país já exportou mais de U$$ 8.8 bilhões em 4.7 milhões de toneladas, em que os principais importadores foram a China, Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita e Países Baixos.