Compras de cortes bovinos in natura do País foram suspensas pelos norte-americanos, em junho de 2017, sob a alegação de terem sido observadas reações ou abcessos provocados no rebanho, pela aplicação da vacina contra a febre aftosa
O Brasil recebeu uma boa notícia, no último dia 21 de fevereiro, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e do Serviço de Inspeção e Inocuidade Alimentar (FSIS), sobre a reabertura do mercado para carne bovina in natura para o território norte-americano, que estava suspenso desde junho de 2017. Portanto, esse importante setor do agronegócio nacional – a pecuária – já pode enviar produtos do gênero, derivados de animais abatidos, desde a mesma data.
“Recebemos com muita satisfação uma notícia esperada há muito tempo: a reabertura do mercado de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos. Uma notícia que esperávamos com ansiedade há algum tempo e que hoje eu tive a felicidade de receber”, comentou Tereza Cristina, ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), assim que recebeu o comunicado oficial do USDA e FSIS.
Ela acredita que “isso traz o reconhecimento da qualidade da carne brasileira por um mercado tão importante como o americano”.
De acordo com o órgão federal, o Serviço de Inspeção e Inocuidade Alimentar destaca que o Brasil corrigiu os problemas sistêmicos que levaram à suspensão da compra de carne bovina in natura. Com isso, os EUA estão restabelecendo a elegibilidade das exportações desse produto para seu país, encerrando, a partir do dia 21 de fevereiro, os casos pendentes de violação de pontos de entrada associado à suspensão de 2017.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota publicada no site da Agência Brasil/EBC, no dia 21 de fevereiro, declarou que “a reabertura do mercado norte-americano para as exportações brasileiras de carne bovina é exemplo concreto da solidez e do caráter mutuamente benéfico da parceria entre os governos dos dois países”
Entenda melhor
Pouco depois da Operação Carne Fraca, que ocorreu em março de 2017 e envolvia um suposto esquema de adulteração em certificados da carne vendida no mercado interno, os EUA suspenderam a compra de carne fresca do Brasil, em junho de 2017.
Segundo publicação da Agência Brasil/EBC, na época, o governo norte-americano alegou abcessos no alimento causados pela vacinação contra febre aftosa. As exportações de carne industrializada não foram afetadas.
O governo brasileiro reduziu a dose da vacina e removeu as substâncias que provocavam os abcessos. Desde então, o País estava esperando a liberação das exportações para o mercado norte-americano.
Em 2016, as vendas de carne bovina fresca brasileira para os EUA somaram 284 milhões de dólares.
Lista atualizada
O Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Mapa (Dipoa), antes da primeira remessa de carne bovina in natura aos EUA, deve enviar uma lista atualizada de estabelecimentos elegíveis certificados.
As compras de cortes bovinos in natura do Brasil foram suspensas pelos Estados Unidos, há mais de dois anos, devido às reações (abcessos) provocadas no rebanho, pela vacina contra a febre aftosa.
Segundo o Mapa, desde o início de 2019, a ministra Tereza Cristina vem promovendo diversas reuniões com o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, para tratar desse assunto.
Em junho do ano passado, uma missão veterinária dos EUA esteve no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos. A missão retornou em janeiro deste ano.
Conforme a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne 32 empresas do setor no País – responsáveis por 92% da carne negociada para mercados internacionais –, atualmente, o Brasil produz dez milhões de toneladas de carne bovina.
Desse montante, 20,8% são negociados para dezenas de países ao redor do mundo, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota publicada no dia 21 de fevereiro, declarou que “a reabertura do mercado norte-americano para as exportações brasileiras de carne bovina é exemplo concreto da solidez e do caráter mutuamente benéfico da parceria entre os governos dos dois países”