Com sabor mais suave, semente maior e elevado teor de proteína, a soja BRSMG 800A tem sido indicada para a alimentação humana. Seu aspecto e forma de preparo são semelhantes aos do feijão carioquinha, podendo ser cozida isoladamente ou junto com feijão. Outras vantagens da cultivar são a produtividade média de 3.000/kg por hectare e a resistência às principais doenças da cultura.
De acordo com a pesquisadora Ana Cristina Juhasz, doutora em genética e melhoramento na unidade regional da Epamig Triângulo e Alto Paranaíba, a cultivar foi desenvolvida para atender ao consumidor que tem restrição ao sabor exótico da soja comum e que não tem o hábito de consumir a soja na forma de grãos.
A ideia de fazer o preparo da soja associada ao feijão parte do princípio de que a soja não tem amido como no feijão e, portanto, não libera caldo, tão apreciado pelos brasileiros.
“Quando cozida isoladamente, os grãos permanecem inteiros. Podem ser refogados, utilizados em saladas ou ainda preparados como ‘tropeiro’. Fica um prato bonito e saudável”, garante a pesquisadora.
Comportamento no campo
Voltada para o mercado mineiro, a BRSMG 800A é resultante do Programa de Melhoramento Genético da Soja para Alimentação Humana da Empresa de Pesquisa de Minas Gerais (Epamig), em parceria com a Embrapa e a Fundação Triângulo. De ciclo médio em Minas Gerais (grupo de maturidade 8.0), é de crescimento determinado, resistente ao acamamento, de flor com coloração roxa, pubescência cinza, tegumento e hilo de coloração marrom, com altura média das plantas de 72cm, florescimento variando dos 58 aos 62 dias e ciclo total de 120 a 140 dias.
Possui período juvenil longo, resistência a deiscência das vagens, sementes graúdas, com peso médio de 100 sementes em torno de 18,8g, com cerca de 20% de teor de óleo, 38% de proteínas 38% e 13 mg/100g de ferro.
Tratos culturais
Os tratos culturais são os mesmos das demais cultivares do mercado. No entanto, o plantio deve seguir algumas recomendações. Para o Vale do Rio Paranaíba e Vale do Rio Grande, a população de plantas p/ha deve ficar entre 240 e 280 mil e o ciclo médio varia de 120 a 125 dias e 126 a 130 dias, respectivamente. Já no Alto Paranaíba, Triângulo e Noroeste do Estado, a densidade de plantas recomendada é de 280 a 320 mil p/ha. Nos dois primeiros, o ciclo médio varia entre 131 e 140 dias. Já no Noroeste, cai para entre 126 e 130 dias.