Os interessados em cultivar variedades de pêssego da Embrapa devem se apressar. Apesar de o plantio da fruta começar apenas em setembro na maioria das áreas produtoras, os viveiristas licenciados pela Empresa já estão com todo o seu estoque de mudas reservado, principalmente das cultivares de mesa BRS Kampai e BRS Rubimel, as mais procuradas pelos produtores gaúchos e paulistas.
Outras cultivares, como a BRS Âmbar, a BRS Libra e a BRS Bonão, também foram desenvolvidas pela Embrapa Clima Temperado, Unidade da Empresa localizada em Pelotas (RS), e são comercializadas pela Embrapa Transferência de Tecnologia.
Por apresentar baixa exigência de frio, a BRS Kampai se adapta bem a regiões subtropicais, desde a Região Sudeste até o Rio Grande do Sul. Ela é a primeira cultivar de pessegueiro a receber certificado de proteção no Brasil, o que garante ao produtor a origem genética da planta. A cultivar alia beleza ao bom sabor das frutas, mesmo com a precocidade de maturação, o que a transforma em alternativa a outras cultivares disponíveis no mercado.
Industrialização
Diferentemente da BRS Kampai, que é classificada como fruta de mesa, a BRS Âmbar é indicada para industrialização. Entre as vantagens da cultivar estão a maior tolerância à bacteriose e boa qualidade de frutos, como excelente tamanho, coloração e menor escurecimento de polpa, além de ótimo sabor.
Já a BRS Libra é considerada uma cultivar de duplo propósito, pois serve tanto para industrialização quanto para o consumo de mesa. Foi a segunda cultivar a receber certificado de proteção no Brasil e apresenta frutos médios, de pele amarela e polpa não fundente. Seu ciclo é precoce, com baixa necessidade de frio hibernal.
A BRS Rubimel foi lançada em 2007 e amadurece no Brasil de meados de outubro (regiões mais quentes) até o início de novembro (regiões mais frias). Classificados como de mesa, seus frutos são doces e têm tamanho de médio a grande, com polpa do tipo fundente, firme e amarela. Estima-se a necessidade de frio entre 200 e 300 horas.
As plantas da BRS Bonão também adaptam-se em áreas com cerca de 200 horas de frio hibernal e amadurecem no fim de outubro no sul do Brasil. Testes de enlatamento dos frutos resultaram em um produto de muito boa qualidade. Devido à época de maturação, a cultivar exige poucos tratamentos fitossanitários.