Segundo a Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas a fibra virou uma das principais apostas na safra 2010/2011
Os bons preços do algodão nos mercados interno e externo devem estimular os cotonicultores a produzir mais na safra 2010/2011. Esta é a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que, em sua primeira estimativa de safra deste ano, projeta para a cultura uma colheita 55% superior em relação à safra 2009/2010 e uma área plantada 45,3% maior.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, com as cotações da fibra, as melhores dos últimos anos, o algodão se tornou uma das grandes apostas para esta safra com o objetivo de conseguir preços mais atraentes na comercialização. Essa avaliação ganha força diante da possibilidade de quebra de safra na Austrália, principal produtor mundial, devido a problemas climáticos que comprometeram o desenvolvimento das lavouras.
Desta forma, acrescenta, haverá mais investimentos em tecnologia, com maior utilização de insumos. “Muitos estão, inclusive, substituindo culturas como a do milho pelo algodão”, explica. As previsões da estatal apontam uma produção de algodão de aproximadamente 4,7 milhões de toneladas em uma área plantada de 1,214 milhão de hectares. Na avaliação de Schreiner, além da remuneração atrativa, o clima tem sido extremamente favorável para o plantio da fibra nas principais regiões produtoras, fator que pode contribuir também para a ampliação da produtividade, que deve crescer 6,4%.
Produção de grãos
Em relação à produção total de grãos, a previsão da Conab para o período 2010/2011 ficou estável na comparação com a safra 2009/2010, com volume de 149,4 milhões toneladas, variação de apenas 0,2%. Para o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, a confirmação dessa estimativa dependerá da regularidade das chuvas, principalmente na região Centro-Oeste para o bom andamento do plantio e da colheita de produtos como milho e soja. “Se o tempo favoreceu o plantio de algodão, ainda há incertezas climáticas para a sua colheita, assim como a de outras culturas para que a estimativa da Conab seja confirmada”, explica.
Para a soja, a Conab prevê queda de 0,2% na colheita em relação à safra anterior. Para o milho, cuja área plantada tem sido substituída por soja e algodão principalmente, há projeção de queda de 5,8% na produção. Na avaliação da CNA, essa situação pode ser revertida em função das condições climáticas que, se forem favoráveis, podem minimizar a redução. Se o clima for favorável, não está descartada a possibilidade de uma variação positiva.