De origem asiática, a mosca negra (Aleurocanthus woglum) vem sendo apontada por especialistas como “o terror dos citros”, especialmente no território brasileiro do Recôncavo Baiano (BA). A praga está causando sérios danos diretos e indiretos às frutas, atrapalhando o desenvolvimento e a produção das plantas. Por causa deste problema, muitos citricultores têm se sentido desestimulados, fazendo com que abandonem esta prática agrícola, conforme alerta a Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA).
O plantio de citros — que englobam a laranja, limão, lima, tangerina, cidra, entre outras frutas — sempre foi a base da economia, especialmente daquela região da Bahia, e principal fonte de renda da maioria dos agricultores familiares. Cultivada em quase todos os municípios do Estado, ocupa uma área de quase dez mil hectares.
De acordo com Embrapa, a mosca negra pode infestar mais de 300 espécies de plantas — incluindo o abacateiro, cajueiro, goiabeira, lichiera, mamoeiro, pereira, roseira e videira, além de plantas ornamentais —, já que são transportadas facilmente entre regiões. De acordo com Eládio Bahia, secretário de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de Sapeaçu e representante do Consórcio de Prefeitos do Recôncavo, dos 19 municípios desta região baiana, 15 já estão com a economia comprometida. “Temos depoimentos de queda de 70% a 90% da produção. Muitos estão exterminando as plantas”, afirma.
Produtos naturais
Para o combate da mosca negra do citros, alguns pesquisadores — e até mesmo produtores rurais — sugerem a aplicação de defensivos agrícolas biológicos, ou seja, naturais.
De acordo com a publicação “Folha Agroecológica”, da AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa), álcool com castanha-de-caju (ACC), coquetel de extratos vegetais, pó da folha de nim (ou neem), óleo de nim ou neem e detergente neutro são importantes aliados no combate a esta praga. Saiba mais acessando http://ow.ly/J0bz3028uPz (link encurtado).
Segundo o pesquisador da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa) Rêmulo Araújo Carvalho, a estatal já testou mais de 50 produtos são alternativo de controle da praga que são economicamente viáveis. “Para termos uma ideia, ao utilizar o óleo casca da laranja, por exemplo, se gasta, por cada hectare, em média R$ 1,3 mil por ano, valor que dividido pela quantidade de laranja produzida sai por menos de um centavo por fruto. Com o detergente neutro, outro produto testado pela Emepa, se gasta 300 reais por hectare, para fazer 12 aplicações, sendo uma opção ainda mais barata”. Para mais detalhes, acesse http://ow.ly/kTCu3028vBM (link encurtado).