Um sistema que reúne, pela primeira vez, dados consolidados sobre a qualidade da produção de leite do Brasil foi lançado no início de maio, pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Os resultados, a partir de agora, serão renovados semanalmente e permitirão o acompanhamento atualizado e a formulação de políticas públicas.
O sistema também contribuirá com a definição de estratégias das empresas, permitindo melhorar a competitividade da cadeia produtiva do leite brasileiro, cujo faturamento deve chegar a R$ 70 bilhões em 2015.
Monitoramento
O Sistema de Monitoramento da Qualidade do Leite Brasileiro (SIMQ L) inclui um software desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em conjunto com as secretarias de Defesa Agropecuária, da Produção e Cooperativismo e a área de informática, todas do Ministério da Agricultura. Entre o planejamento do sistema e seu lançamento, foram necessários sete meses.
Um dos primeiros impactos é que o Mapa evoluirá de 3 milhões para cerca de 50 milhões de amostras de leite das propriedades analisadas mensalmente, com mapas de produção e qualidade atualizados semanalmente.
Demanda antiga
O lançamento atende a uma demanda antiga do setor leiteiro. Dez laboratórios, distribuídos por todo o País, formam a Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQ L). Eles fazem análises do leite por produtor, usando amostras coletadas no máximo a cada mês. Com base nos resultados, é definido o valor a ser recebido pelo produtor.
O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora, MG), Paulo Martins, diz que “os dados disponíveis até então não geravam informações. Eles eram apurados isoladamente e não havia um sistema que os organizasse de maneira a permitir uma observação mais qualificada do leite que estamos produzindo no País”.
Paulo Martins explica que “agora passamos a cruzar dados diferentes de maneira bastante amigável”. Na prática, isso significa que “vai ser possível ter noção da qualidade do leite em regiões, mesorregiões, microrregiões e município”. As instruções normativas relacionadas à qualidade do leite no Brasil serão baseadas em dados atualizados e muito detalhados. Outra vantagem é que será possível simular parâmetros e identificar como estes afetam a produção. Um dos benefícios relevantes do novo sistema é que políticas públicas de intervenção na qualidade terão muito mais precisão.