Ministério da Agricultura, além de divulgar dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), vem criando meios de comunicação para esclarecer as dúvidas da sociedade que envolvem a utilização de agrotóxicos no País. Um deles é o Mapacast, o podcast do Mapa que traz essas informações
A sustentabilidade da agricultura brasileira vem sendo colocada em xeque nas últimas semanas, principalmente diante da tramitação, no Congresso Nacional, de algumas mudanças propostas na nova “Lei dos Agrotóxicos”, por meio do Projeto de Lei nº 6.299 de 2002. Diante de uma discussão acalorada, principalmente nas redes sociais, está cabendo ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) garantir, aqui e lá fora, que os alimentos produzidos no País têm qualidade e não oferecem riscos à saúde das pessoas.
Para apaziguar confrontos em torno do uso de agrotóxicos e da liberação de novos produtos para as lavouras brasileiras, o órgão federal destaca um número importante veiculado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): o Brasil aparece em 44º lugar em um ranking do organismo internacional sobre uso de defensivos agrícolas.
Conforme dados da instituição, o consumo relativo nacional foi de 4,31 quilos de agroquímicos por hectare cultivado em 2016. Entre os países europeus que utilizam mais defensivos que o Brasil, aparecem os Países Baixos (9,38 kg/ha), Bélgica (6,89 kg/ha), Itália (6,66 kg/ha), Montenegro (6,43 kg/ha), Irlanda (5,78 kg/ha), Portugal (5,63 kg/ha), Suíça (5,07 kg/ha) e Eslovênia (4,86 kg/ha).
Os números estão disponíveis no sistema FAOSTAT, o banco de dados da FAO que fornece estatísticas de 245 países, desde 1961, sobre alimentos e agricultura. Logo após o Brasil aparecem a Alemanha, em 47º lugar; a França, em 48º; e a Espanha, em 49º.
Mais números
Ainda segundo publicação do Mapa em relação aos dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, sob o critério de consumo de defensivos em função da produção agrícola, o Brasil aparece em 58º lugar, com uso de 0,28 quilos de defensivo por tonelada de produtos agrícolas.
No balanço, foram utilizados os valores de produção de grãos, fibras, frutas, pulses, raízes e nozes e o consumo total de defensivos disponíveis no portal de estatísticas da FAO.
Nesse ranking, de acordo com o Ministério da Agricultura, estão à frente do Brasil países como Portugal (0,66), Itália (0,44), Eslovênia (0,36), Espanha (0,35), Suíça (0,34), Países Baixos (0,29) e Grécia (0,30). Em 59º lugar aparece a França, com uso de 0,26 quilos de defensivos por tonelada de produtos agrícolas.
O consumo de agroquímicos no Brasil é influenciado pela ocorrência de duas ou três safras ao ano (cultivos de inverno e safrinha), fato que não ocorre em outros países, principalmente aqueles de clima muito frio, de inverno rigoroso.
De acordo com o Mapa, por essa razão, “é preciso usar [mais] defensivos para o controle de pragas mesmo em safras de inverno e na safrinha, pois não há quebra do ciclo de reprodução, em função das condições tropicais da agricultura brasileira, enquanto que em regiões de clima temperado as pragas são inativadas nos períodos de frio”.
Qualidade dos alimentos
Presidente da Comissão Codex Alimentarius – programa conjunto da FAO e da Organização Mundial da Saúde (OMS), criado em 1963 –, o médico veterinário brasileiro Guilherme Costa salienta que o País exporta seus produtos agrícolas para 160 países e atende a todos os critérios de qualidade estabelecidos pelos importadores.
O executivo afirma que, no Brasil, “há todo um trabalho de controle, que é exercido pelo setor privado, e um trabalho de verificação muito bem feito que é exercido pelo governo, no sentido de atender a essas legislações internacionais e também, muitas vezes, atender a determinadas exigências de alguns países importadores que, às vezes, estabelecem limites mais restritivos que as legislações internacionais”.
“Nosso País atende a isso de uma maneira muito profissional e dando a segurança necessária para os consumidores”, garante o executivo, que também é adido agrícola do Brasil junto à União Europeia, em Bruxelas, capital da Bélgica.
Mapacast
Para esclarecer dúvidas da sociedade em geral sobre o uso de defensivos agrícolas no campo, usando as “mesmas armas” (ou seja, a internet), o Ministério da Agricultura lançou, no dia 27 de junho, o Mapacast – podcast que traz informações sobre o uso desses produtos no País.
O entrevistado do primeiro episódio é o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio. No programa, o especialista esclarece as principais dúvidas da população brasileira sobre o assunto, como as regras para a liberação de defensivos e a segurança dos alimentos produzidos no País.
“Os alimentos são seguros, o nível de segurança dos alimentos no Brasil é adequado e estamos trabalhando para melhorar a qualidade no uso dessa tecnologia, que é tão fundamental para a produção brasileira”, afirma Venâncio. Clique aqui para ouvir o Mapacast.
Em outra postagem em seu site oficial, o Mapa disponbiliza sete perguntas e respostas mais frequentes sobre uso de agrotóxicos no Brasil, Confira clicando aqui!.