Não é só um pedacinho. Saiba quais alimentos na mesa dos brasileiros que podem levar pets a intoxicação e complicações
Festas de fim de ano combinam com mesa farta e, com tantos pratos à disposição, é comum que tutores tenham vontade de “incluir” os pets na celebração. Porém, o que parece um gesto de carinho pode colocar a saúde do animal em sério risco.
Fabiana Volkweis, doutora em Medicina Veterinária e professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB), alerta que diversos ingredientes tradicionais da ceia são perigosos para cães e gatos, podendo causar intoxicação severa, anemia e até lesão renal.
Segundo ela, tratar o animal como se fosse humano é muito perigoso. “Cada espécie tem suas necessidades e particularidades”, ressalta a veterinária.
A especialista lembra que a tentação de “abrir exceções” é maior em datas festivas e isso pode resultar em emergências veterinárias. “Nesses períodos, os tutores tendem a relaxar nos cuidados, mas pequenas permissões podem ser muito prejudiciais para a saúde do animal” adverte Fabiana.

O chocolate um potente tóxico para os cães Foto Divulgação
LEIA TAMBÉM
Nutrição sob medida: o segredo para o desenvolvimento saudável de gatos e cães
Alimentos perigosos para pets
A médica veterinária destaca 6 alimentos que cães não devem ingerir:
1 – Cebola
Fabiana explica que a cebola contém componentes tóxicos como sulfóxidos e sulfetos alifáticos, que podem danificar as células vermelhas do sangue do animal, resultando em anemia.
2 – Chocolate
A presença da teobromina e da metilxantina faz do chocolate um potente tóxico para os cães. “A quantidade de teobromina varia de acordo com o chocolate. Os mais amargos terão uma repercussão maior”, sublinha a especialista.
Segundo ela, a ingestão pode causar reações graves, como hipertensão, bradicardia ou taquicardia, tremores, incontinência urinária e excitação .
3 – Uvas e passas
Essas frutas, de acordo com a veterinária, podem desencadear sintomas como vômitos, diarreia, dor abdominal, desidratação e, o mais grave, lesão renal severa.
4 – Nozes-de-macadâmia
Fabiana informa que essa oleaginosa tem potencial para causar letargia, fraqueza, dificuldade motora e tremores. “Em casos mais sérios, podem evoluir para pancreatite e reações alérgicas”, reforça.

Em caso de ingestão acidental de alimentos tóxicos, a orientação é procurar atendimento imediatamente Foto Divulgação
5 – Xilitol
Usado como adoçante em doces e até produtos de higiene bucal, este poliálcool, de acordo com orientação da especialista, é altamente tóxico. “Pode levar a vômitos, depressão, tremores e hemorragias do trato gastrointestinal”, afirma.
6 – Alimentos com excesso de sal
Fabiana esclarece ainda que o consumo exagerado de sal (incluindo água salgada do mar ou restos temperados) pode provocar uma série de sinais clínicos como vômito, diarreia, taquicardia, tremores e até convulsões.
LEIA TAMBÉM

Uvas e passas podem desencadear sintomas como vômitos, diarreia, dor abdominal, desidratação e, o mais grave, lesão renal severa Foto Pixabay/
Divulgação
Necessidades de cada animal
Além de evitar ingredientes nocivos, a docente do CEUB reforça que o cuidado com a alimentação deve ser contínuo e adaptado às necessidades de cada animal. “Filhotes, por exemplo, precisam de dietas ricas em nutrientes e com alto valor energético para sustentar o crescimento. Já em animais idosos, o excesso desses componentes pode favorecer a obesidade e desencadear sobrecargas metabólicas”, enfatiza.
A médica veterinária aconselha ainda que, para garantir um desenvolvimento saudável e prevenir complicações, a recomendação é manter acompanhamento regular com um veterinário de confiança. Em caso de ingestão acidental de alimentos tóxicos, a orientação é procurar atendimento imediatamente.
“Os principais sinais clínicos costumam surgir entre 6 e 12 horas após a ingestão. Se o animal apresentar qualquer sintoma atípico, não hesite em buscar assistência”, orienta Fabiana Volkweis.








