Reconhecimento valoriza qualidade do produto potiguar e fortalece produtores do município de Serra do Mel, maior produtor do estado
A castanha de caju foi reconhecida, pela primeira vez, com a Indicação de Procedência (IP) e passou a integrar oficialmente o mapa das Indicações Geográficas do Brasil.
Implantada nos anos 1970, a cajucultura se consolidou em Serra do Mel graças às condições favoráveis de solo e clima e à organização da agricultura familiar integrada à agroindústria de pequeno porte.
Hoje, o município é o maior produtor do estado, com cerca de 13 mil hectares cultivados, e mais de 80% da produção beneficiada é exportada, movimentando a economia local, gerando empregos e fortalecendo o turismo, com destaque para a tradicional Festa do Caju e o título oficial de “Capital da Castanha”.

A cajucultura se consolidou em Serra do Mel graças às condições favoráveis de solo e clima e à organização da agricultura familiar integrada à agroindústria de pequeno porte Foto Senar RN/Divulgação
Cadeia produtiva e novos mercados
O reconhecimento para o município Serra do Mel conta com apoio do Sebrae no Rio Grande do Norte, que atua na reestruturação da cadeia produtiva local e na ampliação do acesso dos produtores a novos mercados.
Hulda Giesbrecht, coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro da Unidade de Inovação do Sebrae, ressalta que a atuação da entidade fortalece a cadeia produtiva da castanha de caju na região, ao apoiar pequenos produtores e agroindústrias locais com capacitações, consultorias especializadas e estímulo ao cooperativismo.
Segundo a profissional, o Sebrae contribui para tornar mais competitivo todo o processo de produção, beneficiamento e comercialização, ampliando oportunidades de trabalho e renda no meio rural e urbano.
“O reconhecimento da Indicação de Procedência é fruto de um esforço conjunto e representa um importante estímulo ao fortalecimento da cadeia produtiva local e regional, além de se consolidar como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento local”, reforça Hulda.
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Cooperativismo
Produtores locais apostaram na reativação da Cooperativa de Beneficiamento Artesanal de Castanha de Caju do Rio Grande do Norte (Coopercaju), no primeiro semestre deste ano, como estratégia central para reorganizar a cadeia produtiva e reposicionar o município entre os maiores produtores do país.
“Estamos muito otimistas. Já começamos a buscar mercados para garantir o escoamento da produção. O Sebrae tem sido fundamental nesse processo, nos orientando e dando total apoio”, destaca o presidente da cooperativa, Alexsandro Dantas.

Castanha de caju conquista primeira Indicação Geográfica e destaca RN no cenário nacional Foto Divulgação
Processos de IGs
Em âmbito nacional, o Sebrae atua nos processos de obtenção de Indicações Geográficas (IGs), por meio da capacitação de produtores, estruturação da governança e organização das cadeias produtivas. Os registros de IG têm elevado o valor de mercado dos produtos, com casos de valorização que chegam a até 300%.
Um exemplo dessa valorização é o reconhecimento do socol de Venda Nova do Imigrante no Espírito Santo, na modalidade de Indicação de Procedência.
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Sobre as IGs
Atualmente, o Brasil possui 157 IGs, sendo 117 IPs (116 nacionais e 1 estrangeira) e 41 Denominações de Origem – DOs (31 nacionais e 10 estrangeiras).
Existem duas espécies de Indicações Geográficas concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI): a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO).
A Indicação de Procedência reconhece o nome geográfico de um país, cidade, região ou localidade que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto.
Já a Denominação de Origem vai além e exige que as características e qualidades do produto sejam essencialmente ou exclusivamente atribuídas ao meio geográfico, incluindo fatores naturais e humanos.








