Startup transforma áreas de terras nativas em ativo digital para preservação (Foto: Divulgação)
Transformar cada m² de áreas remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado em um ativo digital para preservação com toda a segurança transacional disponível no mercado financeiro. Esse é o principal objetivo da 4rest, startup integrante do SNASH, hub de inovação apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
“Buscamos, através da nossa plataforma blockchain de última geração, oferecer uma alternativa de redução da pressão de desmatamento sobre os Biomas brasileiros mais ameaçados, especialmente Mata Atlântica e Cerrado, criando áreas de proteção privadas, geridas e monitoradas por entidades de terceiro setor especializadas em controle e gestão ambiental”, explica o engenheiro químico, fundador e CEO da 4Rest, Marco Vinicius Loureiro Giotto

A tokenização de áreas florestais representa uma evolução na forma de abordar a preservação ambiental, tornando-a mais inclusiva, transparente e eficaz. Foto: Divulgação
Segundo ele, a tokenização de áreas florestais representa uma evolução na forma de abordar a preservação ambiental, tornando-a mais inclusiva, transparente e eficaz. “Nesse cenário de dúvidas, aonde nossas escolhas individuais podem definir o destino do planeta, a 4REST surgiu para oferecer escolhas maduras e racionais, mostrando que pode haver um caminho de convergência entre inovação, desenvolvimento e sustentabilidade”, acrescenta.
A proposta

O fundador e CEO da 4Rest, Marco Vinicius Loureiro Giotto. Foto: Divulgação
Conforme relata o CEO, a 4rest surgiu depois de 30 anos de observação e vivência global em sustentabilidade, onde muito tem sido discutido em inúmeros eventos de estado e privados sobre sustentabilidade, mas muito pouco tem sido feito de fato nesse sentido.
Na avaliação do engenheiro, excetuando-se questões pontuais e de baixo impacto com relação a água e energia, apenas o crédito de carbono aparece como opção para empresas e governos para mitigar os impactos de vida. “
Como o crédito de carbono tem uma enorme complexidade conceitual, altíssimos custos de implementação e zero tangibilidade, resolvemos trazer uma solução de fácil entendimento para o senso comum, totalmente tangível e rastreável e de baixíssimo custo operacional. Daí surgiu a 4Rest”, comenta Giotto.
Impactos das soluções da empresa na sociedade
Imagine um mundo onde cada m² de ocupação urbana ganha 1m² de área de floresta preservada, onde cada pessoa e cada empresa compensem seu impacto urbano de forma direta: 1m² ocupado, 1m² preservado. Esse é um dos motivos pelo qual a ferramenta da 4Rest foi criada.
“A tangibilidade que um m² de floresta preservada traz, somada à praticidade da ferramenta operacional, permite que nossa solução possa ser implementada em qualquer escala e com baixíssimo custo operacional. Empresas e pequenos investidores, de qualquer lugar do mundo, podem adquirir tokens correspondentes a frações de florestas, democratizando o processo de conservação”, destaca o fundador da empresa.

Solução pode ser implementada em qualquer escala e com baixíssimo custo operacional. Foto: Divulgação
“Em primeiro lugar, nossa solução ajuda a resolver uma demanda social dos proprietários de terras que hoje são cobrados e pagam sozinhos o preço das áreas de conservação. A partir da tokenização de suas áreas e da comercialização, passam a ser remunerados pela manutenção e cuidado dessas áreas. Conservação ambiental deixa de ser um passivo e passa a ser um ativo para as propriedades rurais”, detalha Giotto.
Ele relata também que, democratizando o acesso a qualquer pessoa física ou jurídica, que a partir de R$5,00 já pode colaborar diretamente nos projetos de conservação, já é possível reduzir a dependência de grandes corporações e governos distribuindo a responsabilidade da preservação ambiental entre uma ampla base de indivíduos e pequenas organizações.
LEIA TAMBÉM:
→ Tecnologia e gestão estratégica de dados elevam o potencial do setor florestal brasileiro
Perspectivas
De acordo com o fundador da 4rest, o setor ESG encontra-se em uma encruzilhada fundamental: ou pega o caminho da racionalidade, da praticidade, com soluções simples, efetivas e tangíveis, agregando toda a sociedade de forma amigável e realista e, com isso, tem-se um futuro, ou continua pelo caminho arrogante, complexo, acadêmico, financeiro, que muito custa para estados e empresas e muito pouco entrega para sociedade.
Diante desse cenário, o CEO alerta sobre a necessidade do setor ESG falar a linguagem popular. “Só teremos resultados efetivos quando as sociedades globais entenderem o problema e as soluções. Hoje, a arrogância de setores elitistas e excludentes combate qualquer solução que não venha dos grupos iluminados, que movimentam bilhões e servem para criação de eventos sofisticados através do globo aonde apenas se discutem os problemas, tornando-os maiores do que são e criam-se soluções com efeitos bem menores do que prometem”, alerta

Com a plataforma, qualquer pessoa ou empresa, a qualquer momento, pode acessar essa conta no site e adquirir seus m² de acordo com o seu impacto urbano direto. Foto: Divulgação
Nesse sentido, ele reforça que, com a plataforma da 4Rest , qualquer pessoa ou empresa, a qualquer momento, pode acessar essa conta no site e adquirir seus m² de acordo com o seu impacto urbano direto. Pode ser a área ocupada pela casa, pelo carro, pelo restaurante, escritório ou, até mesmo, pela moto.
“Um m² é o espaço urbano ocupado por uma moto. Já temos uma parceria com a Cabral Motor no Paraná, revendedor Honda, que a cada moto vendida. gera um m² de área protegida. Um exemplo de solução prática, segura e objetiva. O valor do m² de preservação é de apenas cinco reais. Um litro de gasolina custa seis. É mais barato preservar do que poluir. Uma questão de atitude”, conclui o CEO