Inovação, ética e biotecnologia a serviço dos pets (Foto: Divulgação/Vetnil)
A medicina veterinária vive uma revolução de bastidores, discreta aos olhos do público, mas transformadora em seu impacto. O cuidado com cães e gatos – hoje considerados por muitos tutores como verdadeiros membros da família – passou a exigir soluções terapêuticas cada vez mais eficazes, seguras e alinhadas com os valores da sociedade moderna.
Nesse novo cenário, três pilares se tornaram inegociáveis: inovação, ética e sustentabilidade. E é justamente nesse ponto que biotecnologias, como as terapias celulares e o desenvolvimento de biofármacos com testes in vitro, ganham protagonismo não apenas no Brasil, mas em mercados avançados como Estados Unidos, Europa e Japão, onde essas práticas já são uma realidade consolidada.
As terapias celulares, antes vistas como um recurso distante e experimental, hoje são uma realidade clínica em escala mundial. Elas utilizam células-tronco capazes de se diferenciar em diversos tecidos e liberar fatores de crescimento, que aceleram a regeneração de órgãos e estruturas lesionadas.

O uso de biotecnologias na medicina veterinária já é uma realidade em diversos países. Foto: Divulgação Vetnil
“Essa abordagem revolucionária surgiu como promessa na virada do século, mas foi na última década que se tornou acessível, graças aos avanços científicos e regulatórios”, explica o médico-veterinário Cristiano Sá.
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A evolução do segmento e seus benefícios
Para os tutores, essa evolução significa benefícios tangíveis como a redução do sofrimento animal, menor necessidade de intervenções emergenciais e diminuição do uso contínuo de medicamentos paliativos. Em outras palavras, mais qualidade de vida para os pets e mais tranquilidade para suas famílias.

Essa evolução no tratamento dos animais promove mais qualidade de vida para os pets e mais tranquilidade para suas famílias. Foto: Divulgação Vetnil
“O que torna as terapias celulares uma tendência irreversível é justamente essa combinação entre eficácia clínica e bem-estar animal; um valor que guia tanto a medicina veterinária quanto a humana nos países mais desenvolvidos”, observa o profissional.
Paralelamente, conforme relata Sá, os biofármacos e os testes in vitro representam outro salto tecnológico, redefinindo como novos medicamentos são desenvolvidos e validados. Os biofármacos, produzidos a partir de organismos vivos, oferecem tratamentos mais precisos e personalizados.
Já os testes in vitro, que substituem modelos animais por culturas celulares e tecidos artificiais, de acordo com o especialista, trazem agilidade e precisão ao desenvolvimento desses medicamentos, além de atenderem a uma demanda global por métodos éticos e sustentáveis. “Essa mudança não é apenas técnica, mas cultural, e posiciona a medicina veterinária brasileira em sintonia com os padrões internacionais mais avançados”, acrescenta.
Perspectivas
Olhando para o futuro imediato, o especialista comenta que a convergência entre terapias celulares, biofármacos e tecnologias como inteligência artificial e big data, promete acelerar ainda mais os avanços na área. A análise de dados em larga escala pode, por exemplo, identificar padrões de resposta aos tratamentos, permitindo terapias cada vez mais personalizadas.
Além disso, segundo ele, parcerias internacionais e novas linhas de pesquisa devem ampliar o leque de doenças tratáveis, incluindo condições oncológicas e degenerativas que hoje representam desafios complexos.
“Acredito que cabe a nós, como indústria, como profissionais e como sociedade, garantir que esse progresso beneficie cada vez mais animais e seus tutores. O futuro da medicina veterinária já começou, e ele é tão promissor quanto irreversível. Iniciamos, agora, um novo capítulo na jornada de cuidado aos animais, e ele será escrito com ciência e propósito”, conclui Sá.