Com isso, o mercado brasileiro vê certificações verdes ganharem espaço (Foto: ViewImage)
Crescente nos últimos anos, a busca por produtos sustentáveis no mercado pet tem sido impulsionada pela conscientização ambiental de tutores que desejam cuidar de seus animais de estimação e do planeta. Nesse viés, as certificações vêm para atender essa demanda, tornando-se um diferencial para garantir que os produtos sigam critérios rigorosos de sustentabilidade, contemplando desde a origem dos ingredientes até os métodos de produção e descarte.
Os consumidores do mercado pet, de acordo com dados da Euromonitor International, demonstram uma preocupação ecológica mais acentuada do que aqueles que não possuem animais de estimação. Cerca de 70% dos tutores ao redor do mundo expressam inquietação com as mudanças climáticas e buscam tomar decisões que impactem positivamente o meio ambiente, comportamento que reforça o potencial da expansão de alimentos e produtos feitos a partir de componentes sustentáveis.
O fundador e CEO da Furest Pet, Gilberto Novaes, destaca a importância de regulamentar as iniciativas sustentáveis para o setor e garantir que o consumidor não compre gato por lebre. “A certificação verde nos permite atestar que nossos produtos, além de promoverem a saúde dos pets, são produzidos de maneira a minimizar o impacto ambiental. O tutor, ao escolher esses produtos, também faz parte deste ciclo de responsabilidade ambiental”, afirma.
Como adquirir certificações verdes
Para que um produto receba uma certificação verde, ele deve atender a uma série de critérios. No caso de alimentos, é necessário que os ingredientes sejam orgânicos ou de origem sustentável, sem o uso de substâncias químicas prejudiciais.
“Além disso, processos de produção que reduzem emissões de carbono utilizam energias renováveis e descartam resíduos de maneira adequada são frequentemente considerados nas avaliações. As certificações de embalagens sustentáveis, por exemplo, se concentram no uso de materiais reciclados ou biodegradáveis, incentivando as empresas a diminuir o uso de plásticos convencionais”, destaca o CEO.
Segundo ele, o consumidor está mais atento do que nunca às embalagens dos produtos que compra, buscando opções que reduzam o impacto ambiental no longo prazo. “Os clientes compreendem os selos e marcadores importantes dos rótulos, e os fabricantes precisam ter isso em mente. Não basta ter a cor verde na caixa, e sim adotar uma mentalidade sustentável em toda a operação, que inclui ainda estocagem e transporte”, aponta.
Impactos nas relações de consumo
As certificações verdes também têm influência direta nas escolhas dos consumidores. Em um mercado cada vez mais competitivo, as marcas que adotam práticas sustentáveis conseguem se destacar. Produtos com selos reconhecidos de sustentabilidade transmitem confiabilidade, principalmente porque essas certificações são auditadas por entidades independentes, o que aumenta a transparência.
No Brasil, algumas certificações, como o selo orgânico do Ministério da Agricultura, e normas internacionais, como a ISO 14001, já são aplicadas a produtos do setor pet. No entanto, ainda há um caminho a ser percorrido em relação à padronização e à conscientização do público brasileiro.
“É essencial que mais marcas adotem essas práticas, e que os consumidores compreendam o impacto positivo que pode gerar ao optar por produtos certificados. Os clientes podem, também, cobrar de seus fornecedores favoritos uma postura mais proativa na adoção de práticas sustentáveis”, pontua Novaes.
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Perspectivas para as certificações verdes no Brasil
O potencial de crescimento, na avaliação do CEO, é evidente, entretanto, o mercado pet brasileiro ainda está em fase de desenvolvimento em relação às certificações verdes. “Com uma maior demanda por produtos sustentáveis, empresas do setor têm a oportunidade de adotar práticas mais rigorosas e conquistar a confiança dos consumidores que se preocupam com o meio ambiente”, acredita o executivo.
Segundo o Boston Consulting Group, pesquisas indicam que a maioria dos brasileiros prioriza a sustentabilidade, com 89% levando esse fator em consideração na hora de comprar. No entanto, a Union + Webster revela que apenas uma pequena parte está disposta a pagar mais por produtos sustentáveis. Além disso, 70% dos consumidores, conforme estudo da Teads em parceria com a Kantar, desconfiam de empresas que usam ações sustentáveis para lucrar.
Para Novaes, a importância dos certificados de sustentabilidade está justamente em ajudar os consumidores a diferenciar as práticas que fazem diferença daquelas que são apenas para fins mercadológicos. “A tendência é que, nos próximos anos, o número de produtos certificados aumente significativamente, especialmente com o avanço das regulamentações ambientais no Brasil. As certificações verdes são uma ferramenta essencial para orientar o consumidor na hora de escolher o melhor para o seu pet e para o planeta”, conclui o especialista.