Algumas espécies podem causar reações graves nos animais. Conheça quais são elas, os principais sinais de intoxicação e como agir nesses casos (Foto: DIvulgação)
Na primavera, é comum que novas plantas e flores passem a fazer parte da decoração dos lares, porém, para as pessoas que possuem pets, os cuidados com algumas dessas plantas devem ser redobrados, especialmente quando se leva em conta o potencial de toxicidade de algumas espécies vegetais.
Comuns em casas e jardins, essas variedades, quando ingeridas pelos animais, podem provocar reações graves, sendo fatais em alguns casos. Conforme esclarece o médico-veterinário da Vetnil, Kauê Ribeiro, os sinais de intoxicação variam conforme o tipo da planta e a quantidade ingerida.
De forma geral, segundo o especialista, os sinais são inespecíficos e estão relacionados, principalmente, ao sistema gastrointestinal, ao sistema nervoso central e cardiovascular. Em casos de ingestão de plantas tóxicas, pode-se observar salivação excessiva, fraqueza, tremores musculares, convulsões, vômitos e diarreias sem ou com a presença de sangue.
“É extremamente importante que essas alterações sejam tratadas rapidamente para evitar a progressão dos sinais clínicos, que podem até mesmo levar a óbito”, alerta o veterinário.
Flores e plantas tóxicas aos pets
Entre as espécies de flores e plantas mais comuns e de maior presença em casas e jardins, a profissional lista algumas das que merecem o cuidado e a atenção redobrados pelos tutores, assim como os principais sinais relacionados à ingestão por parte dos pets:
“Espada-de-são-jorge, comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, costela-de-adão e orelha-de-elefante são plantas ornamentais de fácil cultivo e muito resistentes. Por isso, sua presença nos lares é frequente. Entretanto, são plantas com potencial tóxico aos pets, atribuído à presença de oxalato de cálcio e a uma substância que age como um hapteno, que pode desencadear uma resposta imune exacerbada”, destaca Ribeiro.
Ele explica que a intoxicação ocorre a partir da mastigação de partes da planta, especialmente folhas e caules, o que faz com que a substância tóxica seja exposta e entre em contato com a mucosa oral.
“Os sinais geralmente iniciam 15 minutos após a ingestão, com a ocorrência de ‘ardência na boca’, o que faz com o que os animais bebam muita água. Também ocorre inchaço da língua (glossite), salivação intensa (sialorreia) e, em casos mais graves, pode ocorrer edema de glote e o animal vir a óbito”, complementa.
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Outras espécies que demandam atenção
Segundo o especialista, desde arbustos grandes (rododendros) como até menores ou em vasos (azaleias), apresentam a graianotoxina, substância tóxica para os pets. A intoxicação ocorre a partir da ingestão de folhas verdes ou flores. Os sinais mais comuns envolvem salivação excessiva, tremores musculares, vômitos e diarreia (gastroenterite), fraqueza, bradicardia e até convulsões.
Tulipa, narciso, amarílis, íris e a semente da mamona também podem desencadear sintomas relacionados a quadros de gastroenterite. Além delas, a dedaleira, espirradeira ou oleandro e chapéu-de-napoleão, ao serem ingeridas pelos pets costumam apresentar sinais que comprometem o sistema cardiovascular.
“Sinais como arritmia, bradicardia (diminuição da frequência cardíaca) ou taquicardia (aumento da frequência cardíaca), hipotermia e anoxia podem ser observados. Para essas plantas, mesmo a ingestão de pequenas quantidades já é suficiente para causar quadros graves. Há, inclusive, relatos de intoxicação pelo oleandro em animais que ingeriram água contaminada com as folhas da planta”, relata.
Tratamento
De acordo com o especialista, ao notar ou suspeitar da ingestão de plantas tóxicas pelo animal, é importante encaminhar o pet o mais rápido possível para um veterinário para que os sinais possam receber o tratamento adequado e sejam realizados procedimentos que evitem a maior absorção das toxinas.
“Como primeira medida, até a chegada ao veterinário, é recomendado que se faça a administração de carvão ativado, um potente adsorvente de toxinas, que atua protegendo a mucosa e evitando a maior absorção dos compostos tóxicos”, orienta.
Para prevenir essas ocorrências, Ribeiro recomenda evitar o contato dos pets com essas plantas. Segundo ele, alguns vasos ou o seu posicionamento vertical já podem impedir o consumo. “Caso haja suspeita de ingestão de alguma planta possivelmente tóxica, é importante consultar um especialista para que o tratamento seja instituído o quanto antes”, finaliza.