Especialista esclarece questões relacionadas ao tema com o objetivo de orientar tutores sobre a importância da imunização dos animais (Foto: Divulgação Ceva)
Segundo o censo do IPB (Instituto Pet Brasil), a população de cães e gatos chega, atualmente, a cerca de 149,6 milhões de animais. Porém, apesar desse crescimento expressivo, a vacinação continua sendo dúvida recorrente dos tutores e, muitas vezes, imunizações importantes acabam não fazendo parte da rotina dos animais, mesmo sendo imprescindíveis para a manutenção da saúde e bem-estar dos pets.
Os questionamentos são diversos, desde o protocolo adequado, vacinas disponíveis, até a necessidade de revacinação. Para sanar as principais dúvidas em relação à vacinação dos pets, a Médica-Veterinária e Gerente de Produtos da Unidade de Animais de Companhia da Ceva Saúde Animal, Marina Tiba esclarece questões sobre o tema:
Sobre quando os cães e gatos devem receber a primeira vacina, a especialista informa que os filhotes caninos devem iniciar seu histórico de primovacinação entre 6 e 8 semanas de vida.
“A vacinação é extremamente importante para os filhotes, pois será responsável pela resposta imunológica contra os agentes causadores das principais doenças. O tutor deve seguir corretamente o protocolo e o calendário de vacinação determinado pelo médico-veterinário”, orienta Marina.
Já para os filhotes de gatos, a sugestão é que, no programa de vacinação, a primeira dose seja realizada entre 8 e 9 semanas de idade para receberem proteção contra doenças como rinotraqueíte, calicivirose, panleucopenia felina e, em alguns casos, clamidiose e leucemia viral felina, dependendo do risco de exposição do gato.
“Após a primeira série de vacinações, os gatos geralmente recebem reforços a cada 3 a 4 semanas, até atingirem cerca 16 semanas de idade e, após esse período, as revacinações são anuais”, completa, acrescentando que, no caso da vacinação contra raiva, considerada essencial para cães e gatos, a recomendação é que recebam dose única a partir de 12 a 16 semanas de idade e revacinados anualmente.
Quais tipos de vacinas para os pets
A veterinária cita que, para os cães, segundo o Guia do Comitê Latino-Americano de Vacinologia em Animais de Companhia (COLAVAC), as vacinas essenciais e recomendadas para todos os cães são as contra a raiva, cinomose, parvovirose, leptospirose e hepatite infecciosa canina. “A vacina antirrábica deve seguir legislações locais, onde, no Brasil, seu uso é mandatório anualmente”, ressalta.
As vacinas que não são essenciais devem ser aplicadas após avaliação da necessidade de sua utilização, feita pelo médico veterinário, considerando o estilo de vida do animal e seu risco de exposição. Dentre as vacinas não essenciais, estão aquelas contra parainfluenza, bordetelose, adenovirose, coronavirose e giardíase.
Já para os felinos, segundo a especialista, as vacinas essenciais são contra as seguintes doenças: raiva, panleucopenia, rinotraqueíte e calicivirose. As não são essenciais, como as de clamidiose e leucemia viral felina, devem ser aplicadas após avaliação da necessidade de sua utilização considerando o estilo de vida do animal e seu risco de exposição.
Cronograma de aplicação
Conforme orienta Marina, para atingir o nível de proteção desejado, o processo de vacinação deve seguir o calendário estabelecido, lembrando que, no caso dos filhotes, algumas vacinas exigem múltiplas doses para completar o ciclo de imunização e, não seguir o processo corretamente, pode acarretar uma série de problemas, como a redução na eficácia da proteção do pet, seja ele um cão ou um gato.
Ela lembra ainda que muitos tutores se questionam sobre a necessidade de imunizar novamente o animal que já foi vacinado quando filhote. A revacinação dos animais adultos deve ser feita anualmente ou de acordo com os riscos de exposição (desafio), o estilo de vida e a faixa etária do animal, conforme recomendação do médico-veterinário.
“O reforço vacinal será responsável pela manutenção da proteção contra importantes doenças infecciosas. Esse é um ponto importante que muitos tutores esquecem, mas é preciso estar atento, pois sem a imunização correta, o animal ficará vulnerável a uma série de doenças”, alerta.
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Exame pré-vacinal
Sobre a questão da necessidade do animal ser examinado antes de tomar qualquer vacina, Marina cita que avaliação do médico-veterinário antes da vacinação é muito importante para verificar o estado geral de saúde do cão ou gato e determinar se ele está apto a receber a vacina.
Caso o tutor tenha resgatado ou adotado um animal sem conhecimento do histórico de vacinação, é imprescindível realizar a imunização do pet, considerando que não tenha sido vacinado anteriormente.
Nesse caso, o médico-veterinário estabelecerá o protocolo ideal, de acordo com a idade do cão ou gato. “Além disso, é importante realizar um check-up para avaliar a saúde completa do pet antes de proceder com a vacinação”, aponta.
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Riscos
Marina lembra que as vacinas são responsáveis pela imunização adequada dos pets, com o intuito de protegê-los contra as principais doenças infecciosas, e que os produtos disponíveis no mercado seguem a regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
“Estes devem apresentar estudos de segurança e eficácia para a espécie a qual se destina o uso, ressaltando que o processo de vacinação deve ser realizado por um médico-veterinário”, reforça.
Por fim, a especialista cita ainda que alguns animais podem ser mais sensíveis devido à resposta individual, uma vez que, após a vacinação, o pet poderá apresentar reação inflamatória no local da vacinação, o que pode causar dor, apatia, diminuição do apetite, e até febre, reação semelhante ao que ocorre em crianças quando vacinadas.
“Caso ocorra, o médico-veterinário pode indicar procedimentos que aliviem a dor ou sintomas apresentados pelo pet. Ainda, embora sejam de rara ocorrência, há animais que apresentam quadros mais importantes (alérgicos e/ou anafiláticos), os quais devem ser imediatamente levados para atendimento veterinário”, conclui a especialista.