Setor tem respondido com avanços significativos em monitoramento, saúde e interação com animais de estimação
Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), atualmente, há 167,6 milhões de pets no Brasil, sendo 67,8 milhões de cães e 33,6 milhões de gatos. Entretanto, embora o mercado pet tenha experimentado grande crescimento, ainda é frequentemente percebido como pouco inovador em termos de tecnologia.
“Essa percepção pode ser atribuída a fatores como ciclo de inovação mais lento, considerações regulatórias, ênfase na segurança alimentar e bem-estar animal”, justifica a engenheira de computação e CEO da Blindog, Luana Wandecy.
“A tradição de foco em produtos físicos e a percepção de que animais de estimação não necessitam de tecnologias avançadas também contribuem para essa visão”, observa.
No entanto, de acordo com a especialista, à medida que a demanda por soluções tecnológicas cresce e a atitude dos consumidores evolui, o setor está respondendo com avanços significativos em monitoramento, saúde e interação com animais de estimação.
Cenário
Para a especialista, enquanto o setor trava na inovação interna, empresas fora dessa área trazem soluções de seu mercado adaptadas para o segmento pet, que é o terceiro maior do mundo.
“Esses novos entrantes trazem perspectivas e ideias inovadoras, impulsionando a competição e incentivando a evolução. No entanto, esse movimento também apresenta desafios para as empresas estabelecidas, que precisam se adaptar rapidamente às mudanças”, avalia.
Ela cita que diversos mercados, como alimentação e nutrição, saúde, tecnologia, serviços online, moda e estilo de vida, estão apresentando soluções inovadoras no setor pet, como Amazon, por exemplo, que lançou uma linha de alimentos naturais para animais, Google com o aplicativo Pet Finder e Whistle, que desenvolveu um rastreador GPS para animais de estimação.
“Empresas tradicionais no mercado pet enfrentam desafios, como estruturas organizacionais rígidas, resistência à mudança e falta de conhecimento em novas tecnologias. No entanto, elas possuem vantagens, como uma base de clientes estabelecida”, avalia Luana.
Ela comenta ainda que a mudança nas preferências é constante, e a receptividade a novas soluções inovadoras está em alta, já que o consumidor moderno busca ser pioneiro em tendências, e empresas devem estar atentas a esse dinamismo para manterem-se relevantes.
“Para manter a competitividade em um cenário de inovação constante, é essencial adotar estratégias proativas, como fomentar uma cultura organizacional que valorize a inovação, estabelecer parcerias estratégicas e incorporar tecnologias emergentes”, orienta.
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Transformação
Segundo a executiva, para evoluir nessas ações é preciso promover uma cultura interna que incentive a inovação. Isso requer liderança comprometida, valorização da diversidade de pensamento e reconhecimento de profissionais inovadores. A aprendizagem contínua e a aceitação de riscos são fundamentais nesse processo.
“Transformar o mindset das empresas tradicionais requer uma abordagem estratégica abrangente, incluindo liderança comprometida, sensibilização, estabelecimento de metas claras, recompensas por inovação e promoção da colaboração”, sugere a CEO.
Na visão da especialista, a colaboração entre empresas do setor pet e de outras áreas é uma maneira eficaz de impulsionar a inovação. “Exemplos notáveis incluem parcerias entre Nestlé Purina e Qualcomm, bem como Mars Petcare e Kinship, que resultaram em produtos inovadores e aceleradoras de startups”, cita.
Na opinião de Luana, incorporar uma mentalidade inovadora nas operações requer ações práticas, como incentivo à liderança, colaboração interdepartamental, espaços para troca de ideias, programas de treinamento e feedback contínuo, já que é fundamental criar um ambiente que valorize o aprendizado contínuo e celebre sucessos inovadores.
“Em um mercado em constante evolução, a inovação é a chave para o sucesso. Empresas que utilizam uma abordagem proativa e colaborativa estão mais bem posicionadas para atender às crescentes demandas dos proprietários de animais de estimação e moldar o futuro do mercado pet”, finaliza.