Utilizada como calmante, erva teve reconhecimento concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
Utilizada para acalmar, relaxar e induzir ao sono, a camomila desidratada produzida em Mandirituba (PR) foi reconhecida como Indicação Geográfica (IG), sendo primeiro registro garantido em 2024 pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade de Indicação de Procedência, e se junta a outras 110 Indicações Geográficas de todo o país.
De acordo com informações do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, Mandirituba – na região metropolitana de Curitiba (PR) – é responsável por cerca de 30% de toda a camomila produzida no Estado, com mais de 300 toneladas anuais, o que gera um faturamento de cerca de R$ 5 milhões para os produtores.
No total, cerca de 50 famílias produzem camomila, em uma área total de 875 hectares. A planta foi trazida há cerca de 40 anos para o município por imigrantes europeus, principalmente da Polônia e da Ucrânia. “O reconhecimento da camomila de Mandirituba sinaliza a possibilidade de se avançar num segmento de produtos com grande potencial no Brasil”, celebra a analista de inovação do Sebrae Hulda Giesbrecht.
Segundo ela, as ervas, com larga aplicação na indústria alimentícia e de cosméticos, permitem a disseminação das Indicações Geográficas (IGs) com os seus diferenciais de qualidade em negócios B2B (entre empresas).
Ela acrescenta que, nos últimos anos, o cultivo manual deu lugar às máquinas, desde a semeadura até a secagem, sem prejuízo à tradição e ao saber-fazer dos agricultores. Um diferencial da erva cultivada na região são as condições de solo e clima do município.
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Panorama
Atualmente, uma camomila com bom teor de óleo essencial precisa superar a concentração de 0,4%. A camomila de Mandirituba, por sua vez, possui em torno de 0,7%. Além disso, o cultivo da planta impulsiona o turismo e a economia no município, especialmente entre agosto e setembro, quando os visitantes podem passear ao redor da plantação.
Para o presidente da Associação dos Produtores de Camomila de Mandirituba (Camandi), Jose Edinei Klichevicz, o reconhecimento possibilitará o acesso a novos mercados.
“É o início de uma nova história da camomila no Brasil e no mundo. Novas portas estão sendo abertas, pois vamos entregar, além da qualidade, a nossa comprovação do manejo que realizamos aqui. Com certeza, as empresas vão buscar esse produto diferenciado e certificado”, comemora.
Ele ressalta o apoio do Sebrae na conquista. “Foi a chave principal, pois, junto com a prefeitura de Mandirituba, enxergou a possibilidade da Indicação Geográfica e o potencial da região. Conseguimos ter uma visão ampla, identificar mais oportunidades e meios para alavancar nossa produção”, destaca.
A partir de agora, o Paraná tem 14 Indicações Geográficas reconhecidas pelo INPI. São elas: a cachaça de Morretes, o melado de Capanema, o mel de abelha de Ortigueira, os cafés especiais do Norte Pioneiro, o morango do Norte Pioneiro, o vinho de Bituruna, a goiaba de Carlópolis, o mel do Oeste, o barreado do Litoral, o queijo da Colônia Witmarsom, a bala de banana de Antonina, a erva-mate de São Matheus e as uvas de Marialva.
Outros produtos estão em busca do registro: as Broas de Centeio de Curityba, o Mel de Prudentópolis, o Urucum de Paranacity, os Queijos do Sudoeste do Paraná, a Cracóvia de Prudentópolis, a Carne de Onça de Curitiba, o Café de Mandaguari, a Ponkan de Cerro Azul e os Ovinos e Caprinos da Cantuquiriguaçu.