Infraestrutura vai garantir maior capacidade de escoamento de commodities brasileiras para a Ásia
Para a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o agro brasileiro e, especialmente, estados do Norte podem se beneficiar diretamente com as obras do Porto de Chancay, em Lima, no Peru.
“O país precisa de uma porta de saída para o Pacífico”, disse o 2º vice-presidente da CNA, Gedeão Pereira, durante visita técnica de empresários dos estados do Acre e Rondônia, na manhã desta segunda-feira, 25, em Chancay.
Ainda de acordo o gestor, “a China faz investimento no Peru com visão no futuro, virando o mercado para a Ásia, continente que tem uma população que ultrapassa os oito bilhões de habitantes”.
A visita faz parte da agenda organizada pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e Agência de Negócios (Anac), em parceria com as federações da indústria de Acre (Fieac) e Rondônia (Fiero) e o Sebrae.
Os empresários foram convidados para conhecer as obras do Terminal Portuário Multipropósito de Chancay.
Recepcionados por Gonzalo Rios Polastri, responsável pelas relações institucionais da empresa Cosco Shipping, os empreendedores conheceram o projeto do Porto, obra que até a sua conclusão, receberá o maior investimento privado dos últimos anos, que corresponde a US $ 3,5 bilhões.
Acre tem rota mais curta para o pacífico
Chancay terá capacidade anual de carga de seis milhões de toneladas. A CNA garante que o Brasil chegará em 2035 com uma das maiores agriculturas do mundo.
“Os melhores estados para esse cenário no Brasil são o Acre, Rondônia e parte do Mato Grosso, com a proposta do agronegócio. O Acre tem a rota mais curta para se chegar ao Pacífico”, afirmou Pereira.
O secretário adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado do Acre, Edvan Azevedo, conselheiro da Federação de Agricultura, afirmou que diante de toda a infraestrutura portuária que se transforma em uma ponte da América do Sul para a Ásia, “o grande dever é o de continuar produzindo em larga escala para exportação de commodities e importação de produtos”.
A China já é parceira comercial de Rondônia, tendo importado US $ 333 milhões em 2022.
A coordenadora de atração de investimentos da Investe Rondônia, Kivia Vilarim, afirmou que a visita ao porto representou uma abertura de oportunidades logística e comercial. “Queremos ampliar a chegada dos nossos produtos na Ásia e também conhecer as oportunidades que o Peru tem para oferecer”, disse.