Quer ter belas flores e folhagens e, também, ervas e temperos sempre à mão em casa? Siga as valiosas e práticas orientações e dicas do paisagista Luciano Zanardo
Com uma infinidade de espécies disponíveis, há sempre a planta ideal para o estilo e condições climáticas que o seu ambiente possui. Espaços como salas, varandas, jardins internos ou externos e, até mesmo quartos, ficam sempre mais charmosos e agradáveis com a presença da natureza.
Porém, o paisagista Luciano Zanardo orienta que além de regar, adubar e garantir que a planta não pereça por estar longe do Sol, alguns cuidados são necessários antes mesmo do plantio.
“Preparar vasos e floreiras de maneira adequada é essencial para garantir um ambiente ideal ao crescimento saudável das plantas”, explica.
Na opinião do especialista, esse cuidado inicial é de extrema importância para estabelecer as condições ideais de drenagem, nutrientes e espaço para o desenvolvimento das raízes.
“Essa atenção prévia irá permitir que flores, folhagens, ervas ou vegetais prosperem de maneira exuberante e vibrante”, salienta.
Escolha do vaso
Zanardo destaca que o primeiro passo para que as plantas se tornem deslumbrantes é, sim, a escolha do vaso. “O ideal é pensar, desde o início, no desenvolvimento da planta nos próximos meses e, até mesmo, ao longo dos anos”, lembra o paisagista.
Ele ressalta que, se for uma planta que vai crescer muito, o melhor é optar, claro, por um vaso com o diâmetro maior. “A minha principal orientação é que os vasos sejam escolhidos de acordo com o desenvolvimento da planta. Plantas frutíferas, palmeiras e ornamentais de médio porte podem ser colocadas em vasos grandes, pois assim já estamos prevendo o desenvolvimento da espécie”, orienta.
O mesmo conceito é aplicado na escolha de vasos para plantas de menor tamanho, “nesses casos, modelos menores dão conta do recado”, afirma.
Tamanho ideal
Outra recomendação do paisagista é realizar uma pesquisa rápida sobre o porte da planta escolhida para cultivar antes de decidir o diâmetro e a altura do vaso. “Folhagens grandes, plantas com raízes longas ou frutíferas, ficam melhor acomodadas em vasos com, no mínimo, 20 litros”, ensina.
Para ele, os temperos e ervas são ideais para quem está começando a se aventurar nesse mundo da jardinagem e podem ser cultivados em recipientes pequenos, desde que haja cerca de 15 centímetros de profundidade.
Zanardo orienta que, depois da escolha do tamanho, é imprescindível verificar se o vaso possui furos que permitam que o excesso de água escorra. “Caso não haja, é necessário fazê-los. Desta forma, a água não fica acumulada no fundo e as raízes da planta não correm risco de apodrecer”, enfatiza.
Montando o vaso
“A montagem do vaso ou floreira influencia diretamente no desenvolvimento da planta, por isso, seguir algumas etapas é fundamental”, frisa o paisagista.
A primeira etapa, segundo ele, é lavar o recipiente com água e sabão e, após a higienização, secá-lo bem. Em seguida, o especialista recomenda colocar uma camada de cinco centímetros de argila expandida, acompanhada pela manta de drenagem bidim, para evitar que, tanto a terra quanto a água da rega, escorram para o fundo do vaso.
“Com essa camada de drenagem, assegura-se que as raízes da planta não deteriorem e que o solo não se compactará em torrões”, ensina.
Substratos
Após a camada de drenagem, Zanardo orienta que seja acrescentado o substrato ou terra adubada. “Com diferentes tipos de substrato disponíveis para a compra, é fundamental entender as particularidades de cada um para o sucesso da plantação”, afirma.
Ele lista dicas valiosas sobre os principais tipos de substratos e suas indicações. Confira:
- Terra vegetal: É um dos substratos que se ajustam com mais naturalidade à maioria das plantas. Esse substrato é feito a partir da mistura de terra comum, terra vegetal e composto natural, como o húmus. Conhecido também como “terra pronta”, pode ser facilmente encontrado para compra em lojas especializadas e supermercados;
- Areia: Composto por areia de construção, terra comum e terra vegetal, é um excelente substrato para suculentas e cactos, uma vez que essas plantas precisam de um material permeável, devido à baixa concentração de água;
- Fibra de coco: Tem como principal função a retenção de água, servindo também para a ramificação das raízes, aeração da terra e manutenção do PH sempre neutro;
- Casca de pinus: Indicado especialmente para o cultivo de orquídeas, esse substrato permite a retenção de água e a rápida troca gasosa.
O paisagista explica que a casca de pinus promove uma espécie de uma simulação do ambiente natural da planta e auxilia o seu desenvolvimento em vasos e outros espaços de casa.
- Turfa: Encontrado com frequência em regiões pantanosas, é rico em nutrientes e auxilia a reter o líquido das plantas. É indicado principalmente para o cultivo das samambaias;
- Húmus: Produzido a partir da decomposição de microrganismos pelas minhocas, libera nutrientes para as plantas e é comumente empregado por conta da sua função de preparador do solo.
Plantio da muda
Com o vaso pronto para receber a planta, o paisagista explica que é hora de posicionar a muda com cuidado para não desmanchar o torrão.
“O ideal é que o topo do torrão fique aproximadamente um centímetro abaixo da borda do vaso”, diz.
Em seguida, de acordo com o especialista, é preciso completar o espaço que sobrou com terra. “Não se pode esquecer de certificar que a muda esteja bem firme”, pontua.
Ele aconselha que a primeira rega seja generosa, molhando a planta até que a água escorra pelos furos do vaso.
“Após a terra se acomodar, é bom verificar se não será necessário completá-la com mais terra até alcançar borda do vaso”, recomenda.
De acordo com o especialista, após finalizar a plantação, chega a hora do acabamento. Para que o vaso fique bonito e decorativo, ele indica o uso de cascas de pinus ou seixos.
“Além de resultarem em um belíssimo visual, evita a compactação da terra e auxilia a manter a umidade, principalmente em regiões quentes”, destaca.