Plataforma visa disponibilizar soluções tecnológicas aos produtores rurais
Aproximar o quanto antes os produtores rurais das melhores práticas administrativas para que obtenham uma maior eficiência operacional, além de resolver o problema da falta de organização interna e ausência de informação para tomada de decisão no campo. Este é um dos objetivos da Agrosolutions, startup que tem como principal produto uma solução em gestão e controle de custos de produção completa para o agronegócio brasileiro.
A ideia da startup surgiu da vontade do CEO e fundador da empresa, Eduardo Rezende, de ajudar os pais, produtores rurais na cidade mineira de Araxá, onde nasceu e foi criado.
O caminho não foi fácil. A ideia veio em 2010 quando o empresário estava morando fora do país. Naquela época a computação em nuvem estava começando e foi aí que ele percebeu uma grande oportunidade de inovar, transformar os sistemas instalados em máquinas locais/off-line em uma solução totalmente online, fácil de ser implantada e utilizada pelos produtores, algo inédito para o setor agrícola na época.
“Uma vez mapeado o cenário, criamos o plano de negócios e os módulos começaram a ser desenvolvidos já em 2012, tendo sido intensificado em 2015 com o ingresso da startup em uma incubadora de empresas”, lembra Rezende.
A empresa faz parte do SNA Startup Hub (SNASH), novo hub de agtechs e edutechs criado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que reúne startups com foco em soluções para o agronegócio.
A solução
De acordo com Rezende, todo sistema opera na modalidade conhecida por Software como Serviço (SaaS), no qual a empresa se responsabiliza pela infraestrutura necessária para a disponibilização do sistema.
“O cliente opera nossa plataforma, mediante um valor recorrente pelo uso, de acordo com o número de fazendas e de usuários contratados. Dessa maneira o usuário final tem sempre um produto atualizado, por meio de melhoria contínua e livre de erros”, informa.
O executivo acrescenta ainda que a solução é totalmente integrada, sobretudo o módulo financeiro com o operacional da propriedade, fornecendo uma experiência de uso única, o que o torna fácil de ser operado. “Para estender o nosso alcance, desenvolvemos uma ferramenta completa e integrada à cadeia do agronegócio”, relata o executivo.
Conforme explica, são diversos serviços que complementam a solução, tais como as integrações para monitoramento de máquinas e veículos (GPS), imagens de satélite, emissão e importação de notas fiscais, notícias, clima, cotações, etc.
Público
Rezende informa que a ideia da empresa é auxiliar as propriedades que estão em busca de se profissionalizarem em termos de gestão, tanto no âmbito administrativo/financeiro, quanto operacionalmente.
“Apoiamos fazendas que querem entender melhor seus números (custos, receitas, margens, ordens de serviço, estoque, oficina), ajudando-os em todo o processo, da coleta à transformação da massa de dados em informações úteis para a tomada de decisão. É o que chamamos de digitalização da fazenda’”, informa.
“Atendemos fazendas de diferentes portes e atividades em todo o território nacional, sejam elas agrícolas e/ou relacionadas à pecuária, a empresa hoje atende propriedades de café, cereais, fruticultura, silvicultura, gado de corte, entre outras”, completa o CEO da empresa.
A importância da TI
Para Rezende, os impactos da tecnologia da informação para o desenvolvimento das atividades do campo, são os principais responsáveis pela mudança de patamar em todos os segmentos do agronegócio. “A TI permite fechar gargalos e minimizar erros que o trabalho humano e manual podem ocasionar, fazendo com que as fazendas operem com a melhor eficiência possível.”
Na visão do executivo, é a tecnologia da informação quem viabiliza a automação da coleta e processamento de dados, por meio de sensores de temperatura, umidade do solo, GPS da rota de máquinas, monitoramento remoto de pragas e déficit hídrico com imagens satélite ou drones, coleta automática do peso do rebanho por balanças ou bastões bluetooth/RFID, entre tantas possibilidades.
“A tecnologia é também responsável por automatizar trabalhos morosos e repetitivos, como lançamento de notas manuais, baixa de parcelas, ordens de serviço e caderno de campo em papel e caneta, registros manuais de precipitação, etc”, afirma.
O CEO lembra, ainda, que os aportes tecnológicos são capazes de analisar um alto volume de dados (BI), de uma só vez, e traçar relatórios de desvios e pontos de atenção, além de fazer recomendações automáticas e preditivas, informações valiosas e que muitas vezes passam despercebidas pelos produtores rurais.
Entre essas informações ele cita a melhor janela para o plantio com base no tipo de solo e clima da região, a melhor dosagem/ha de cada produto para cada parte específica da lavoura, o melhor arranjo de rotas para os tratores e a sincronização de máquinas envolvidas durante uma colheita.
“É notável a economia de tempo e eficiência de trabalho, o que reflete em ganho de produtividade dos funcionários e na qualidade de vida das pessoas envolvidas, assim como na qualidade final da informação obtida, resultando em melhor análise do negócio e consequentemente na tomada de decisão”, argumenta.
Por fim, Rezende lembra que os softwares podem entregar todos esses benefícios, não somente aos colaboradores envolvidos diretamente, mas para toda a cadeia do agronegócio, garantindo a rastreabilidade da produção e ainda aproximando o campo dos consumidores finais, ao contribuir com a segurança alimentar e comprovações de boas práticas e manejo.
“A tecnologia já chegou no campo e veio para ficar. Não por acaso, nosso slogan é “Agrosolutions, tecnologia da informação a serviço do campo”, arremata o executivo.
Conheça o SNASH – SNA Startup Hub