Terapia ajuda na longevidade de pets ao oferece melhor qualidade de vida dos animais
As pesquisas com células-tronco revolucionaram a medicina tradicional e está também estão voltadas para o tratamento dos cães. É o caso de uma terapia inovadora com células-tronco especialmente voltada para esses animais, lançada pela Ourofino Saúde Animal, sediada em Cravinhos, SP. A iniciativa foi possível depois que a empresa adquiu a startup de biotecnologia Regenera, com sede em Campinas (SP).
O tratamento contribui para a longevidade de pets, ao oferecer melhor qualidade de vida no dia a dia, reduzindo sintomas como dores e impossibilidade de movimentos. Além disso, evitam os efeitos colaterais de um tratamento convencional e prolongado com medicamentos. O tratamento com células-tronco passou a ser regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em outubro do ano passado.
A plataforma, denominada de NeoStem, é patenteada e indicada para todas as raças de cães que apresentam osteoartrose (doença que atinge ossos e articulações, reduzindo a mobilidade), sequelas de cinomose (provocada por vírus e que pode deixar graves sequelas neurológicas) e ceratoconjuntivite seca (também chamada de “olho seco”, que afeta a produção de lágrimas pelas glândulas lacrimais do animal).
Procedimentos
De acordo com a médica-veterinária Tabatha Kalenski, analista técnica da Ourofino, as células são extraídas de cães que vão para procedimentos cirúrgicos eletivos, como, por exemplo, a castração. Ela informa que esses animais precisam ser jovens, de até dois anos, pois a qualidade das células-tronco cai com o passar dos anos.
“Os animais passam por uma bateria de exames para comprovar que é saudável, e quando ele é submetido a um procedimento cirúrgico eletivo, o material que já é removido na castração, como a retirada de úteros e ovários, é encaminhado para o laboratório, onde é feita a extração de células-tronco do tecido adiposo visceral”, detalha. “Esses animais não são submetidos a um procedimento exclusivo para a coleta de material de células-tronco”, acrescenta.
Segundo Tabatha. o procedimento cirúrgico nos animais é feito em clínicas veterinárias parceiras, que avisam para a empresa de quando o procedimento será realizado. “No laboratório acontece uma série de processos biotecnológicos. Depois de extraídas, as células passam por uma série de controles de qualidade, são multiplicadas e ficam estocadas a uma temperatura de 80 graus negativos, até que haja solicitação por parte de um veterinário para tratar um animal”, explica.
O mercado pet cresceu 22% no ano passado e está em ascensão. Segundo estimativa do Pet Brasil, a quantidade de animais de companhia é superior a 140 milhões no país.