Agricultores familiares do oeste paraense descobriram no curauá, espécie de abacaxi amazônico natural do Estado, uma nova fonte de renda. A fibra da folha pode ser utilizada na fabricação de tecidos, papel, plástico e até como um tipo de anestésico. Além disso, ela é dez vezes mais barata do que a fibra de vidro com a vantagem de ser biodegradável.
Utilizada pelos índios na fabricação de arcos, redes, cestas e cordas, a folha do curauá – cuja biomassa apresenta 6% de fibra – despertou interesse depois que a indústria automobilística passou a utilizar a fibra para confeccionar peças de revestimento e acabamento interno dos carros.
Como a demanda nacional e internacional só vem aumentando nos últimos anos, a Secretaria de Agricultura do Pará (Sagri) começou a trabalhar na formação da cadeia produtiva da lavoura através de investimentos na organização da produção, orientação técnica e beneficiamento do produto.
Novas demandas
Novas demandas para o setor têxtil, que deseja utilizar o curauá na composição da seda e viscose, e para o setor de plástico injetável, que pretende utilizá-lo em substituição à fibra de vidro, refletiram na evolução do preço do quilo do produto que saltou de R$ 0,80, em 2006, para R$ 4,00 atualmente. Isso estimulou o aumento da produção que subiu de 15 toneladas de fibras em 2007/2008 para 34 toneladas, em 2009, um incremento de mais de 100%.
Neste ano, a Sagri pretende triplicar o volume de fibra seca beneficiada e a área plantada, além de consolidar novos modelos de consórcios do curauá com essências florestais e frutíferas em sistemas agrosilvipastoris.