Produto sustentável, obtido a partir de processos ecologicamente adequados, tem impacto positivo ao meio ambiente
O paisagismo do Parque Augusta, inaugurado dia 6 de novembro, no centro de São Paulo, utilizou fertilizante orgânico composto, produzido a partir do tratamento de lodos sanitários e resíduos orgânicos urbanos, industriais e agroindustriais.
A escolha está afinada com uma forte tendência no mercado brasileiro, do aumento da procura por fertilizantes orgânicos nos últimos anos. Levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) aponta um crescimento de 44,5% nas vendas de fertilizantes orgânicos no Brasil em 2020, comparado ao ano anterior.
Esse crescimento é creditado, principalmente, à conscientização e à exigência da cadeia consumidora, que valoriza cada vez mais a economia circular, ou seja, o desenvolvimento econômico aliado a um melhor uso de recursos naturais e com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos duráveis, recicláveis e renováveis.
Nesse sentido, ganham destaque políticas de compensação ambiental e conceitos como aterro zero (gerenciamento de resíduos, diminuindo o envio ao aterro), que abrem espaço para a valorização e transformação de resíduos.
Sustentabilidade
Lívia Baldo, Gerente Comercial da Tera Ambiental (empresa associada à Abisolo especializada em reciclagem de resíduos orgânicos líquidos e sólidos), afirma que é cada vez mais valorizada a escolha de produtos sustentáveis e obtidos a partir de processos ecologicamente adequados, com impacto positivo ao meio ambiente.
“Produzidos a partir da compostagem de resíduos orgânicos em escala industrial, representam uma alternativa favorável para a agricultura e o meio ambiente, são ótimas alternativas, pois além de promover a reciclagem de nutrientes, através da compostagem, melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, aumentando a produtividade de culturas agrícolas e projetos paisagísticos”, pontua.
Uelton Oliveira, coordenador da Agrotexas Ambiental, empresa responsável pelo paisagismo do Parque Augusta, explica que a escolha de um fertilizante orgânico composto se deu justamente pelo compromisso de valorizar soluções ambientalmente corretas e economicamente viáveis.
“O parque recebeu 60 toneladas do fertilizante orgânico, garantindo os nutrientes necessários para o desenvolvimento do paisagismo. Com essa solução, tratamos a área com um produto rico em matéria orgânica, que estimula o crescimento equilibrado da vegetação e com viés sustentável que contribui com o meio ambiente”, diz Oliveira.
A produção
Matérias-primas como lodos biológicos de Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) e de Sistemas de Tratamento de Águas Residuárias (Star), produtos fora de especificação ou vencidos, restos de frutas, legumes, verduras e alimentos processados pré e pós-consumo, todos ricos em matéria orgânica e nutrientes, são transformados no fertilizante orgânico composto.
Os resíduos orgânicos são tratados através da técnica de compostagem termofílica em escala industrial, passando por rigorosos controles em todas as etapas. Ao final do processo, os resíduos são transformados em fertilizante orgânico composto classe B, registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“Seu grande potencial vem das concentrações de matéria orgânica, nitrogênio, potássio, micronutrientes e também pela capacidade de supressão de fitopatógenos, melhorando as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e, com isso, promovendo o aumento da produtividade onde é aplicado”, ressalta Oliveira.
A compostagem é realizada em ambiente coberto, de 30 mil metros quadrados de área, registrada no Mapa e licenciada pela Cetesb, com matérias-primas autorizadas, monitoramento da qualidade, padronização com aplicação de insumos, certificações ISO 14001 e IBD de Qualidade Certificada. Além disso, a empresa é associada à Abisolo.
Esta solução é uma alternativa segura, sustentável e que atende a legislação ambiental, configurando um exemplo prático de Economia Circular contribuindo também para as metas de reciclagem das empresas.