Um biofiltro eficaz, de baixo custo de construção e manutenção para tratamento da água utilizada na criação de peixes foi apresentado pela Embrapa Meio Ambiente, na 18ª edição da Agrishow.
O sistema, composto de quatro caixas, que podem ser de PVC ou fibrocimento, blocos de argila e plantas aquáticas, funciona pelo processo de recirculação da água.
O analista Luiz Guilherme Rebello Wadt, explica que a primeira caixa recebe a água a ser tratada; a segunda é preenchida com blocos de argila, sem as plantas, para facilitar a lavagem; a segunda, com blocos de argila e plantas aquáticas, como a Vetiver, também conhecida como Patchouli, que tem grande capacidade de produzir biomassa radicular e ainda libera um complexo de enzimas que aceleram o processo de degradação de contaminantes da água. A terceira caixa é composta do mesmo material e tem a mesma função. A água da primeira caixa ou reservatório fica circulando pelo processo até zerar os contaminantes e estar pronta para ser reutilizada ou liberada no meio ambiente. “Além da eficácia e baixo custo de construção e manutenção, essa tecnologia é perfeitamente adaptável para outras escalas de aplicação, como na recirculação e tratamento da água no cultivo de organismos aquáticos, com a finalidade de melhorar a qualidade da água sem a necessidade de renovação”, afirma o analista.
Os experimentos com peixes em laboratório são realizados com hormônios para a sexagem, crescimento e desenvolvimento, mas o próprio peixe também produz uréia e outros detritos. A água com esses contaminantes prejudicam o meio ambiente se for liberada sem tratamento. Com esse sistema modular de biofiltro da Embrapa Meio Ambiente, que o próprio produtor pode construir, a água pode retornar a natureza sem afetar o ambiente.
Wadt lembra que os experimentos realizados em laboratório comprovaram a eficiência e eficácia do sistema. “As análises mostraram que o percentual de contaminante foi zerado, depois de passar algumas vezes por todo o processo”, afirma.