Como é feita a preparação dos animais para atuar em missões de resgate
Quem acompanha as operações de resgate feitas pelo Corpo de Bombeiros que envolvem a participação de animais, talvez não saiba o quanto de treinamento é necessário para que esses bichinhos desenvolvam suas atividades com assertividade e precisão, tanto na questão de salvamentos quanto na procura por vítimas fatais.
Apesar de parecer uma rotina exaustiva, os cães que atuam em missões de busca e salvamento são treinados e preparados para lidar com esse tipo de situação. Quando pequenos, já participam de atividades e brincadeiras que estimulam o desenvolvimento de algumas habilidades, como faro e força.
A evolução dos treinamentos vem com o passar do tempo, quando os exercícios se tornam mais complexos, visando à adaptação dos animais para os mais diversos cenários, de forma a estarem aptos e não estranharem no momento das missões.
A Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) incentiva as boas práticas da criação de cães de raça. “É assim que habilidades fantásticas como as desses cães de busca e salvamento, entre outras, são preservadas”, informa o presidente da entidade, Fábio Amorim.
Ele destaca ainda que a parceria entre cães e homens, ao longo da história, tem sido benéfica em vários sentidos e “o trabalho social desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo e de outros Estado evidencia a importância dessa atividade”.
Especificidades
Ao estudar e preservar as características individuais das raças, o especialista informa que é possível entender melhor o animal e seu relacionamento com o homem, como, também, conhecer qual a raça que está apta a realizar serviços específicos em diferentes áreas.
“Além de participar de resgates, os cães podem atuar nas funções de cão-guia de deficientes visuais, farejador e no auxílio do tratamento de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista, de Companhia, segurança, detecção de artefatos explosivos e drogas, e até mesmo monitoramento da saúde, entre vários outros”, destaca Amorim.
O especialista informa ainda que, em geral, a primeira certificação para o cão atuar em missões surge em até dois anos e, a partir daí, com novos treinamentos, ele pode obter outras certificações, de acordo com suas especializações.
Exemplo
Recentemente, a cadela Sarah, labradora de sete anos que auxiliou o Corpo de Bombeiros no resgate das vítimas da tragédia de Brumadinho (MG) e também no desabamento do prédio no Largo no Paysandu, em São Paulo, foi homenageada com uma placa pelos serviços prestados à corporação.
Além do prêmio, a labradora retriever, após cinco anos de trabalhos no Corpo de Bombeiros de São Paulo, aposentou-se das atividades e vai usufruir da aposentadoria com tranquilidade, pois foi adotada por seu treinador, o cabo Gerson Ferreira.
” Sarah é uma parceira de vida e esteve ao meu lado nos momentos mais importantes da minha carreira. Trabalhamos juntos em praticamente todas as ações de salvamento desde 2015. Proporcionar uma vida tranquila para ela é o mínimo que posso fazer”, afirma o oficial do Corpo de Bombeiros.