A colheita do milho começou em junho no Nordeste brasileiro, e os produtores da região, principalmente os pequenos agricultores familiares do Semiárido, já comemoram o aumento da produção. Na região de Irecê, no centro norte da Bahia, que integra cidades como Ibititá, Canarana, Lapão e João Dourado, a produtividade desta safra foi três vezes maior do que a dos últimos seis anos. A média, que era de 40 mil toneladas, subiu para 142 mil toneladas de milho este ano.
Boa parte desse sucesso se deve à utilização do BRS Caatingueiro, desenvolvido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros, em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, e comercializado pela Embrapa Transferência de Tecnologia, unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Superprecoce
A cultivar apresenta grãos semiduros amarelos e é adaptada especialmente ao Semiárido nordestino. Sua principal vantagem é o ciclo superprecoce, o que permite boas colheitas mesmo em períodos de pouca chuva. Como o florescimento do BRS Caatingueiro ocorre entre 41 e 50 dias, diminui o risco de estresse hídrico no momento em que o milho é mais sensível à falta de água.
Após o plantio, a cultivar precisa de apenas 90 dias para atingir a época da colheita. Mas se a distribuição das chuvas for regular, a safra já está garantida com 65 a 70 dias de plantio. Na região mais seca do Semiárido, a produtividade do BRS Caatingueiro varia em torno de 2 a 3 toneladas de grãos por hectare.
Em condições mais regulares de precipitação, a produtividade pode chegar a 6 toneladas de grãos por hectare. Por isso, a cultivar é ideal para os pequenos produtores, que geralmente dispõem de poucos recursos, encontram dificuldades para ter acesso ao crédito e não têm tipo algum de orientação técnica.