Como cultivar essa bela e decorativa planta e ideias incríveis para utilizá-las em vasos e jardins
Plantas tropicais rústicas e exóticas, as bromélias tornaram-se populares e cobiçadas por sua beleza e diversidade de cores e formas.
A produção de bromélias tornou-se uma atividade bastante rentável. As mudas produzidas atualmente em viveiros têm qualidade superior àquelas provenientes de coletas predatórias.
Muito utilizadas como ornamento de jardins e varandas, são plantas com ótima resistência e suas flores duram bastante tempo. “Além disso, demandam pouca manutenção e são de fácil adaptação”, esclarece o engenheiro agrônomo Gilberto Cardoso, do Site Pergunte ao Agrônomo.
A família das bromélias tem cerca de três mil espécies e 56 gêneros. “Aproximadamente, 40% das espécies são nativas do Brasil e encontradas na Floresta Amazônica, Mata Atlântica e também em restingas, montanhas e na região da caatinga”, revela o agrônomo.
Segundo ele, no Brasil, a família Bromeliaceae é uma das mais importantes, perde apenas para a família Orchidaceae, das orquídeas (Confira as matérias especiais sobre o cultivo de orquídeas)
“É muito utilizada para fins paisagísticos, principalmente a bromélia Porto Seguro e a bromélia Imperial, diz o especialista.
Como Cuidar
As bromélias podem ser terrestres, epífitas ou rupícolas e são encontradas em diferentes altitudes e diferentes climas, explica Cardoso.
Segundo ele, em relação à luminosidade, cada tipo de bromélia exige diferentes graus de luz para se desenvolver. “Algumas toleram mais iluminação, outras menos. Há espécies que conseguem tolerar sol direto, outras não”.
Como não é simples saber se a planta precisa de mais, ou de menos, luz, o agrônomo recomenda “para qualquer tipo de bromélia, não deixá-la exposta ao sol direto, porém colocá-la em um local de bastante luminosidade”.
Ele explica que a coloração das folhas irá revelar, no futuro, se a planta está recebendo luz suficiente. “As bromélias com folhas mais amareladas, podem estar recebendo muita luminosidade e as de folhas verdes escuro, pouca luminosidade, ressalta o especialista.
Cardoso orienta para se tentar sempre o equilíbrio, “mesmo que, por serem muito resistentes, as bromélias tolerem tanto ambientes com muita luminosidade e sol direto, quanto lugares mais sombrios e escuros”.
O agrônomo salienta que não é porque a bromélia está com suas folhas amarelas que o cultivo está errado, “vários gêneros conseguem se adaptar bem e crescer de forma saudável”.
Temperatura ideal
As bromélias são bastante resistentes a ambientes quentes e conseguem se desenvolver muito bem em temperaturas que variam de 12ºC a 32ºC. “Ou seja, o clima brasileiro é, de forma geral, favorável ao crescimento dessas plantas”, destaca o especialista.
Como regar
Segundo Cardoso, as bromélias são resilientes às condições de seca, “apesar de terem melhor desenvolvimento em ambientes com umidade variando entre 60% a 80%”.
Ele recomenda irrigar as plantas, no solo, semanalmente. Já em ambientes mais quentes, a irrigação deverá ser feita, pelo menos, duas vezes por semana. “No inverno, as irrigações podem ser mais espaçadas”, orienta
Cardoso ressalta ainda ser muito importante não deixar permanentemente úmido o substrato das bromélias.
“Pode-se irrigar através do centro da planta ou da terra, mas é muito importante que a terra também não esteja sempre molhada”, resume.
Como adubar
Como qualquer planta, as bromélias também precisam de vários nutrientes para o seu desenvolvimento saudável. “Ao todo são 17 elementos essenciais, na falta de um deles, a planta não consegue completar seu ciclo de vida”, explica Cardoso.
São eles: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco (Zn) e níquel (Ni). “O carbono, hidrogênio e o oxigênio são fornecidos pelo ambiente, por essa razão, não é necessário que estejam contidos nas formulações dos adubos.
De acordo com Cardoso, há duas formas de adubação de bromélias: a orgânica e a química. “Para adubar de forma orgânica, uma boa opção é usar o bokashi , ou usar outro adubo orgânico.
“O bokashi tem todos os nutrientes necessários para as bromélias, e tempo prolongado de duração (3 meses). Além disso, é reconhecido pelos ótimos resultados com diversas outras plantas”, sublinha.
Ele ressalta que a adubação química de bromélias ainda é pouco utilizada e há poucos produtos específicos para elas no mercado. “Há diversas opções de substratos, mas não de adubos. Por isso, é possível perceber a importância do substrato adequado e da adubação orgânica do solo”.
Pragas em bromélias
Segundo Cardoso, normalmente, essas plantas são rústicas e sofrem pouco o ataque de pragas. “Quando ocorre, os principais motivos são a umidade em excesso e a falta de ventilação,” esclarece.
O especialista do site pergunte ao Agrônomo recomenda que, caso a bromélia seja atacada por alguma praga, basta, simplesmente, retirar o inseto com as mãos. “Utilizar inseticidas pode prejudicar a respiração da planta, é melhor evitar o quanto possível”, frisa.
“De forma geral, a irrigação correta é o segredo para evitar pragas e doenças”, complementa o agrônomo.
Bromélias proliferam mosquito da dengue?
Há estudos que tentam esclarecer essa dúvida. “Alguns estudiosos defendem que as bromélias não são micro-habitats importantes para o desenvolvimento das larvas do mosquito da dengue”, diz o agrônomo.
De acordo com Cardoso, o estudo mais famoso sobre esse assunto foi realizado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC), “quando 156 bromélias foram avaliadas e monitoradas durante o período de um ano.
Após o estudo, o biólogo Márcio Mocelin constatou que apenas 0,07% e 0,18%, de um total de 2.816 formas imaturas de mosquitos coletadas nas bromélias, correspondiam ao Aedes aegypt e Aedes albopictus, sugerindo que essas plantas não constituem um problema epidemiológico como foco de propagação ou persistência desses vetores”, ressalta o especialista.
“Por outro lado, outros pesquisadores acreditam que as bromélias podem, sim, serem focos de proliferação dos mosquitos da dengue, principalmente no ambiente doméstico. Apesar de poder acontecer, a frequência é baixa por não ser o ambiente preferencial dos mosquitos”, ressalta o agrônomo.
Para ele, há uma maneira simples de se evitar que isso ocorra. “Basta colocar uma pequena gota de detergente na água (na folha anterior da roseta) semanalmente.
Como plantar bromélias?
Cardoso orienta que antes de aprender como plantar em vasos, por exemplo, é preciso conhecer qual tipo de substrato as bromélias preferem para se desenvolver.
Na opinião do especialista, o substrato pode ser feito de várias formas. “O mais importante é que todos permitam boa fixação e que permitam uma boa drenagem, ou seja, não acumulem muita água”.
O substrato mais tradicional, segundo Cardoso, é o húmus misturado com casca de pinus. Ele recomenda que, na hora de plantar, fazer uma camada de drenagem com pedras no fundo do vaso. “Já no caso do plantio em chão do jardim, pode-se fazer a mesma camada e o igualmente usar o substrato.
Para o agrônomo, há algumas misturas de substratos mais contemporâneos, “que não utilizam terra em sua composição e que parecem dar um melhor resultado, como, por exemplo, a mistura de casca de pinus triturada com pedras”, informa.
Jardim com bromélias
Seja em jardins externos, nas decorações de “paredes verdes” de jardins verticais, sobre árvores ou em vasos de varandas e sacadas, as bromélias estão presentes nesses ambientes, compondo o paisagismo tropical e quase todos os projetos incluem essas exóticas plantas. “É grande o potencial e diversidade de uso que a bela e rústica bromélia proporciona”, salienta.
Abaixo, Cardoso dá algumas ideias de locais para seu cultivo.
Bromélias no chão do jardim
Canteiro com bromélias e outras plantas
Bromélias em vasos na varanda ou sacada
Vaso com bromélia na sala
Plantas em troncos cortados
Bromélias delimitando uma área do jardim
Plantas em volta de árvores no jardim
Jardim vertical de bromélias
Vaso de bromélia na mesa da sala
Lindo vaso de bromélias para compor o ambiente
Parede de bromélias em uma fonte d’água
Tipos de bromélias
Abaixo, alguns tipos de bromélias, separadas pela necessidade de iluminação. É importante saber os tipos que gostam de sol ou de sombra para acertar o local onde será plantada.
Bromélias de sol
Bromélia Porto Seguro (Aechmea blanchetiana)
Planta típica da Mata Atlântica, é facilmente encontrada nos Estados da Bahia e Espírito Santo, seu habitat natural, mas tem boa adaptação de cultivo em todo território nacional.
A bromélia Porto Seguro tem hábito terrestre, suas folhas não possuem espinhos e pode medir aproximadamente 80 cm de altura.
A pleno sol, a planta fica em tom amarelado.
Bromélia Imperial (Alcantarea imperialis)
Também nativa do Brasil, é bastante utilizada em projetos paisagísticos.
Dos maiores tipos de bromélia existentes, é encontrada vegetando sobre materiais rochosos e no solo.
Tolera bem Sol diretoe ambientes secos.
Abacaxi (Ananas comosus)
Bastante conhecida por seu fruto comestível, muitas pessoas não sabem que o abacaxi é dos tipos de bromélia.
Têm bom desenvolvimento em terra fértil e bem drenada, com muita luz e umidade ambiente elevada.
Tillandsia ionantha
Uma das bromélias mais utilizadas em terrários e mini jardins.
Planta de pequeno porte, muito delicada e deve ser cultivada em substrato de epífitas para melhor crescimento, por isso, é recomendável evitar o plantio em terra.
Alcantarea regina
Nativa do Brasil, é uma espécie terrestre/rupícola.
Suas inflorescências chamam atenção pois podem alcançar dois metros de altura.
Bromélia muito decorativa, é indicada para cultivo isolado em vasos grandes ou em jardins.
Bromélia Fire Ball (Neoregelia ‘Fireball’)
Bromélia de pequeno porte, de coloração vermelha se cultivada a pleno sol.
É uma bromélia epífita, ou seja, vivem em geral nas árvores, sem necessidade de serem plantada no solo. Em seu habitat natural, é encontrada vegetando em árvores e afloramentos rochosos.
Aprecia umidade relativa do ar média a alta.
Neoregelia compacta
Também nativa do Brasil, essa espécie tem a roseta bem aberta e suas folhas possuem um detalhe avermelhado no centro.
Bromélias de Sombra
Aequimea fasciata
Planta nativa do Brasil, cresce vagarosamente e chega a medir até 90 cm de altura.
As folhas são revestidas de verde, marcadas por faixas transversais irregulares produzidas por escamas acinzentadas e com espinhos nas bordas.
Essa bromélia é, tradicionalmente, cultivada em vasos e protegidas do Sol direto. Podem ser plantadas em jardins internos, em locais protegidos da incidência da luz solar.
Guzmania lingulata
Planta famosa por ser cultivadas em vasos. Como característica quase única, suas flores podem ser encontradas em diferentes cores.
Gosta de bastante irrigação, devendo-se aguardar a planta secar para ser novamente irrigada.
Aechmea chantinii
Conhecida como bromélia zebra da Amazônia.
Não cresce muito, alcança aproximadamente 80 cm de altura. Possui faixas transversais brancas sobre o fundo verde na parte adaxial (de cima) e roxo escuro numa parte abaxial da folha.
Cultivada geralmente de forma isolada, em vasos.
Floresce no verão.
Vriésia carinata
Também conhecida como bromélia espada flamejante.
Pode ser cultivada em vasos dentro de residências, protegidas do sol direto e com boa umidade.