O Brasil possui uma das maiores biodiversidades do planeta, além de uma diversidade étnica e cultural, que reúne um importante conhecimento tradicional associado ao uso de plantas bioativas
Medicinais, aromáticas, condimentares, inseticidas, repelentes, tóxicas. Estas são algumas das plantas consideradas bioativas, ou seja, que possuem alguma ação sobre outros seres vivos e cujo efeito pode se manifestar tanto por sua simples presença no ambiente, quanto pelo uso de substâncias delas extraídas. Em busca do aproveitamento deste potencial, pesquisas vêm sendo desenvolvidas para o aperfeiçoamento de tecnologias e terapêuticas apropriadas.
O estudo destas plantas tem despertado grande interesse nos últimos anos, principalmente em função do seu aproveitamento na agroecologia e, mais recentemente, em função da criação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. O objetivo é facilitar a integração entre a medicina tradicional e a medicina complementar alternativa, especialmente, nos sistemas nacionais de atenção à saúde humana.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), grande parte da população dos países em desenvolvimento — estima-se 80% — depende da medicina tradicional nos cuidados básicos com a saúde, mas 85% utilizam plantas e suas preparações.
Recursos federais
Doze municípios de sete estados brasileiros foram selecionados em 2012 pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos para receber repasse de R$ 6,7 milhões do Ministério da Saúde. Os recursos foram repassados em outubro deste ano. Foi a primeira vez que o setor recebeu recursos federais, que deverão ser usados para desenvolver a cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Mais de 40 municípios apresentaram propostas ao Ministério da Saúde.
Dos 12 selecionados, três são do Paraná — Foz do Iguaçu, Pato Bragado e Toledo — estado que receberá R$ 2 milhões do total de recursos. Também foram beneficiados com recursos Betim (MG), Botucatu (SP), Brejo da Madre de Deus (PE), Diorama (GO), Itapeva (SP), João Monlevade (MG), Petrópolis (RJ), Rio de Janeiro (RJ) e Satanrém (PA). Segundo informações do Ministério da Saúde, o investimento deverá ser aplicado na aquisição de medicamentos e materiais, contratação de pessoal e qualificação técnica, e promover a interação e a cooperação entre os agentes produtivos. Deverão ser considerados os conhecimentos tradicional e científico e a agricultura familiar.