Ornamentais, hortaliças ou aromáticas – no campo ou na cidade – nenhuma planta está isenta de apresentar doenças, mas há medidas para evitá-las e controlá-las
Mesmo com muita dedicação e atenção para cultivar e manter as planta no jardim ou na varanda, às vezes acontece delas terem problemas. Começam a apresentar dificuldade de crescimento, ou ficam com aparência esquisita, perdendo a beleza e viço ou, até mesmo, morrem precocemente.
Isso pode acontecer, muitas vezes, por causa da incidência de pragas ou doenças, que causam todos esses efeitos indesejados e frustrantes.
Eliana Rivas, pesquisadora do Instituto Biológico (IB-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, explica que, assim como as pessoas, as plantas também estão sujeitas a serem afetadas por pragas – insetos e ácaros – e doenças causadas por fungos, bactérias, vírus, entre outros.
“Sejam ornamentais, hortaliças, medicinais ou aromáticas – no campo ou no nosso lar – nenhuma planta está isenta de apresentar esses problemas”, ressalta.
Segundo a pesquisadora do IB, apesar de não ser possível impedir que as plantas que cultivamos em casa fiquem doentes, há medidas que podemos tomar para diminuir os riscos. “
O que pode ser feito é manter as plantas em condições ambientais adequadas a cada espécie vegetal, ou seja, em condições de luminosidade, umidade e temperatura ideais para aquela espécie de planta”, revela Eliana.
Essas providências, na opinião da especialista, farão com que as plantas se desenvolvam adequadamente e tenham os mecanismos naturais de defesa em condições satisfatórias – mesmo que “não represente uma garantia de que ela vá vencer a ‘batalha’ contra as pragas e doenças”.
Eliana lembra que os microrganismos que causam doenças nas plantas não são os mesmos que afetam os seres humanos, por isso, não apresentam riscos para nós.
Como saber se a planta está doente
A pesquisadora do IB orienta para se estar sempre atento a qualquer alteração das plantas, seja nas folhas, caules ou flores dos jardins de casa ou do apartamento.
“É preciso prestar atenção porque nem sempre uma alteração significa a presença de praga ou doença, mas pode ser causada pela falta ou excesso de adubo ou água, ou pelo transplante da planta de um local para outro”, salienta.
A especialista enfatiza que, “assim como no caso de animais e seres humanos, para saber se a planta apresenta alguma doença, às vezes, análises laboratoriais são necessárias”.
Eliana informa que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, através do Instituto Biológico-IB, realiza análises laboratoriais para a detecção e identificação de pragas e microrganismos causadores de doenças em plantas.
“Os custos das análises, são pagos pelos interessados, em sua maioria, produtores rurais, associações de produtores, exportadores, importadores, agrônomos, paisagistas, colecionadores e outros”.
A pesquisadora esclarece que o serviço está disponível também para o público geral, mas ressalta que “é importante avaliar o custo-benefício – já que, por vezes, o preço da análise pode ser maior que o da própria planta. Informações sobre as análises disponíveis, valores e a maneira correta de coletar e enviar as amostras podem ser obtidas no site do IB (http://www.biologico.sp.gov.br/)”.
Guia
Segundo recomendação da especialista, uma boa opção para servir como orientação para os cuidados a serem tomados, é consultar o Guia de Doenças e Pragas em Plantas, do Instituto Biológico. “Com o Guia, é possível fazer uma busca por espécie vegetal e saber quais os principais problemas que podem estar acontecendo”, ressalta.
Eliana alerta, ainda, que é preciso cuidado no controle de doenças de plantas em casa. “Convém lembrar que, enquanto para uso no campo existem produtos químicos e biológicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para serem utilizados no controle de pragas, fungos e nematóides, na área urbana não há produtos registrados para esse controle”, finaliza.