A comunidade do assentamento Margarida Maria Alves participou da implantação do projeto-piloto Algodão e Cidadania, coordenado pelo COEP-Rede Nacional de Mobilização Social em parceria com a Embrapa Algodão. Desde então, a produção dos agricultores familiares vem se aprimorando e, na última safra, foram cultivados 15 hectares, com uma média de mil quilos por hectare. Para agregar valor à produção, foram implantadas uma miniusina descaroçadeira de algodão e uma prensa para enfardamento da fibra, desenvolvidas pela Embrapa especialmente para os agricultores.
Apesar de ser uma área pequena, o resultado que a comunidade já alcançou em termos de produção representa muito para cada agricultor que decidiu apostar no plantio do algodão. Hoje, com os equipamentos próprios, eles beneficiam seu próprio algodão e vendem direto para a indústria têxtil. “Isso aumentou em até quatro vezes o rendimento em comparação com a venda convencional do algodão em rama”, diz o pesquisador da Embrapa Algodão Odilon Reny Ribeiro.
Capacitação
Para viabilizar toda essa produção na comunidade, os pequenos produtores receberam capacitações em novas tecnologias de cultivo, que vão desde a preparação do solo, escolha da semente adequada e controle do bicudo, bem como aprenderam a realizar o descaroçamento, prensagem e enfardamento. Com isso foi possível aumentar a qualidade da fibra, a produtividade e o rendimento da cultura. Toda a última produção de algodão colorido orgânico foi vendida para indústria têxtil local a R$ 9,40 o quilo da pluma, gerando peças exportadas para Alemanha, França, Estados Unidos.
O exemplo do assentamento é modelo, fazendo com que a comunidade recebesse comitivas da Colômbia e Paraguai e pesquisadores africanos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Setor Algodoeiro dos Países do Cotton-4.