Muito atrativas por suas flores grandes e coloridas – algumas espécies são perfumadas – as Cymbidium estão entre as orquídeas mais apreciadas pelos brasileiros
Conhecida internacionalmente por “the boat orchid”(orquídea barco), devido ao formato do labelo de suas flores, a orquídea Cymbidium tem muitas espécies e híbridos multicoloridos. São resistentes e toleram bem ambientes hostis e não necessitam de muitos cuidados para se desenvolver e florescer.
“Por estas razões, estão entre as orquídeas mais adoradas pelos brasileiros e entre as mais comercializadas no país, sendo a grande maioria delas híbridas”, diz o engenheiro Matheus Almeida Avila, do site Total Construção.
Epífitas e terrestres, as Cymbidiums também são cultivadas em vasos ou como flores de corte. “Sua característica mais marcante é a florescência exótica, longa e abundante, cujas flores, de diferentes cores, aparecem desde os pecíolos curtos, brotam em cachos pendentes, têm durabilidade prolongada e forte resistência”, salienta Avila.
Ele explica que, em seu habitat natural, a Cymbidium cresce como uma planta epífita presa aos troncos de árvores, necessitando de um suporte para acomodar suas raízes e retirar seus nutrientes da atmosfera.“Mas também vive como uma planta terrestre, próxima ao solo, nutrindo-se de materiais em decomposição que caem das árvores”.
Assim como as orquídeas Cattleyas, preferem clima ameno para viver, sendo mais populares no Sul e Sudeste do Brasil e não muito nas regiões mais quentes, como o Nordeste.
Peculiaridades
As Cymbidiums têm espécies de tamanhos extremamente pequenos e outras que podem alcançar até um metro de altura. Essas características desiguais se devem ao fato de terem sido intensamente hibridizadas.
Avila informa que elas possuem folhas longas, resistentes e finas, que crescem a partir da base do solo, no pseudobulbo. “Estes são cobertos pelas bainhas das folhas, dispostos um contra o outro, ao nível do solo, com uma ligação entre si feita por curtos rizomas subterrâneos”.
“Já as raízes aparecem a partir da parte inferior dos pseudobulbos, são carnudas e podem ser ligeiramente ramificadas. São cobertas por um velame (tecido responsável pela rápida absorção de água e nutrientes) de cor esbranquiçada.”
Em relação às flores, o engenheiro explica que elas podem ter várias cores diferenciadas como rosa, amarelo, laranja, branco, marrom (vinho) e verde, “monocromáticas ou coloridas, dependendo dos seus cruzamentos”.
A Cymbidium pode produzir entre cinco e 25 flores por haste, “podendo produzir três, ou mais, ramos floridos por temporada (uma vez por ano), geralmente no outono e verão (de setembro até janeiro), que duram, aproximadamente, seis semanas”, diz o especialista.
“Suas flores são grandes e exibem um lábio como padrão, divididas em várias hastes que variam de tamanho, entre dez centímetros a mais de um metro, podendo ser de três tipos: eretas, semi-pendentes e pendentes”, ensina Avila.
Cuidados
Como são espécies bastante resistentes, seu cultivo pode ser fácil – ou difícil -dependendo da região onde for cultivada, porque as Cymbidiums gostam de ambientes mais frios ou amenos, não se adaptando muito bem aos climas quentes.
Avila orienta que, para cuidar bem desta espécie de orquídea, “é necessário fornecer uma temperatura mais baixa, bastante luz solar indireta, umidade média, boa ventilação e substratos capazes de manter a umidade.
Além disso, segundo ele, as regas devem ser feitas em momentos certos, os adubos precisam ser adequados a cada fase do seu desenvolvimento e o seu vaso de terracota, sendo replantada a cada dois ou três anos, conforme seja necessário.
Temperatura
Como não toleram ambientes muito quentes e são bastante resistentes ao frio, sendo capazes de suportar temperaturas baixas por pequenos períodos de tempo, o clima ideal para as Cymbidiums , de acordo com Avila, oscila entre 15ºC e 24ºC durante o dia e, de 10ºC a 16ºC à noite, ou seja, diferença de, pelo menos, -7ºC de temperatura entre o período diurno para o noturno. “No entanto, precisam ser protegidas de geadas e de chuvas”, recomenda Avila.
Segundo o especialista, essa climatização de temperatura deve ser mais focada no período da floração e na fase de maturação dos botões da planta, “principalmente na queda de temperatura das noites, que não pode ser mais elevada do que 12°C. Sendo assim, até o outono as Cymbidiums podem permanecer ao ar livre. Caso a temperatura seja mais alta que essa, os botões podem cair”, adverte.
Para criar essa queda de temperatura durante a noite em regiões onde o inverno é mais ameno, a sugestão do engenheiro é borrifar a planta com água gelada à noite e colocar pedras de gelo sobre as bordas do vaso ou deixá-la exposta a céu aberto no frio da madrugada.
Luminosidade
Avila diz que, muitas vezes, as pessoas confundem luminosidade com temperatura, mas são variantes bem diferentes.
“Um ambiente bastante iluminado não é necessariamente quente. Uma boa luminosidade significa raios solares indiretos ou sob telas de sombreamento, evitando que as folhas se queimem com a incidência solar direta, além de não permitir que o substrato seque antes do tempo”, ensina.
“Para saber se a Cymbidium está recebendo quantidade de luz ideal, basta verificar a cor de suas folhas: coloração verde muito claro ou amarela, significa exposição demasiada; folhas verde-escuro sugerem pouca luminosidade”, orienta Avila.
Umidade
Outro fator que causa confusão é a umidade, “que não tem nada a ver com regas, mas com a umidade relativa do ar. Esse é um dos maiores problemas encontrados no cultivo de orquídeas”, assegura.
Segundo Avila, este entrave ocorre porque nem todos que cultivam orquídeas investem em um aparelho para medir a umidade do ar.
“No caso dos ambientes internos, como apartamentos ou lugares menores, que geralmente são isolados do solo, costumam ser extremamente secos, devido a inúmeros fatores, como, por exemplo, falta de circulação do ar, cortinas, tapetes, móveis estofados e até livros, todos capazes de retirar a umidade do ar e tornar o ambiente mais seco”, alerta o especialista.
Para ele, essa baixa umidade relativa do ar, além de desidratar e debilitar a planta, favorece o crescimento de pragas, como cochonilhas e pulgões. “A umidade perfeita para o cultivo das orquídeas Cymbidiums é de 40% a 60%, ou seja, não é um valor de alta umidade”.
No entanto, Matheus Avila esclarece que essa umidade do ar vai depender bastante do clima e da temperatura externos, “pois durante o verão, as temperaturas podem subir mais, sendo necessário criar um ambiente mais úmido para as orquídeas”.
Ele recomenda, para que a umidade seja potencializada, colocar uma vasilha com água próximo da orquídea, ou embaixo dela, desde que o vaso seja elevado, colocando-se seixos (pedras) nessa vasilha, para que suas raízes não toquem na água. “Outra opção é cultivar orquídeas próximas a fontes de água e aquários ou usar umidificadores de ar”.
Ventilação
Segundo Avila, este é o fator mais fácil de ser disponibilizado, já que praticamente todas as espécies de orquídeas, sem exceção, necessitam de ventilação similar, ou seja, correntes de ar de temperatura moderada.
No entanto, ele recomenda cuidado ao deixá-las ao ar livre durante a primavera por causa da temperatura mais elevada, ou durante a floração, para não arrancar suas flores e botões.
“A regra geral é mantê-las em local ventilado para que as temperaturas não se elevem demais, mas fora de correntes de ar muito bruscas, para não derrubá-las, arrancar suas flores ou secar muito rápido o substrato e a umidade do ar”, destaca Avila.
Substrato ideal
Como a maioria das outras orquídeas, a Cymbidium necessita de substratos para o seu bom desenvolvimento quando plantadas em vasos. “O ideal para esta espécie é uma mistura de húmus esterilizado e areia de rio, devendo ter uma consistência leve, porosa e capaz de manter um pouco da umidade por tempo prolongado”, aconselha o especialista.
Ele orienta que os substratos mais recomendados são a argila, seixos, brita e pedriscos de tamanhos variados, casca de pinheiro, fibra de coco, carvão vegetal e casca de orquídeas. “Esta última é indicada a fina e média para Cymbidiums menores de 15 centímetros e a casca de orquídea grossa é apropriada para as maiores que 15 centímetros”, ressalta.
Irrigação
O sucesso do cultivo de orquídeas depende muito da quantidade de água fornecida à planta. “Regar em excesso pode apodrecer as raízes, ocasionar várias doenças e, finalmente, matar a orquídea”, alerta Avila.
Problemas também podem acontecer se a planta deixar de ser regada, explica o engenheiro, “pois o seu substrato vai secar e ela vai ficar fraca, permanecendo sem florescer por dois anos, podendo até morrer”.
O especialista ensina alguns cuidados básicos que devem ser seguidos em relação à irrigação das Cymbidiums.
O primeiro deles é, se possível, a água ser de chuva, senão, que esteja em temperatura ambiente. “Por as Cymbidiums terem raízes grossas e muito absorventes, devido à resistência aos ambientes mais hostis na natureza, as regas podem ser feitas semanalmente”.
Ele aconselha que as Cymbidiums sejam regadas com mais frequência durante os meses mais quentes (duas a três vezes por semana), quando a umidade costuma ser mais baixa e a temperatura mais elevada, evaporando a água mais rapidamente.
Outro conselho de Avila é regar apenas quando o substrato estiver quase seco. “Quando os pseudobulbos pararem de crescer, as regas podem ser reduzidas, uma vez que nesta fase a planta não precisará mais de tanta água. Durante o inverno, o ideal é regar apenas uma vez por semana”, orienta.
De acordo com o engenheiro, durante a floração, é aconselhável evitar molhar as flores “para prevenir infecções ou ataque de doenças, regando apenas as folhas e as raízes. Mas as regas devem ser mais frequentes e abundantes, deixando-as úmidas, mas nunca encharcadas”, enfatiza.
Adubação/Fertilização
Alguns cuidados deverão ser observados na hora de adubar a Cymbidium, “para não atrapalhar o crescimento da orquídea em determinadas fases”, explica o especialista.
Segundo ele, a sua fertilização deve ser feita com regularidade, mas alterando a proporção de acordo com o estágio de desenvolvimento da planta, porque, como na irrigação, a falta ou o excesso de adubos podem prejudicar a floração.
“Além disso, para não prejudicar a planta, é recomendável observar se o substrato está seco, uma vez que não se pode adubar a orquídea caso esteja completamente seca, pois o adubo pode queimar suas raízes e folhas. Por este motivo, a adubação é sempre feita juntamente com a rega, para não correr esse risco”, salienta Avila.
São dois os tipos de adubação: orgânica e química. “No caso da adubação orgânica, uma boa opção é utilizar farinha de osso e torta de mamona. Na adubação inorgânica, basicamente, existem os adubos conhecidos pela fórmula NPK, sendo mais fácil de utilizar, principalmente no cultivo dentro de casa”, sugere o engenheiro.
Ele ensina que “em geral, a orquídea Cymbidium deve ser adubada com uma mistura na proporção de NPK 30:10:10, que significa 30 partes de azoto (Nitrogênio N), 10 partes de Fósforo (P) e 10 partes de Potássio (K), durante a fase de crescimento”.
Já na fase de floração da planta, de acordo com Avila, “é necessário aumentar a quantidade de fósforo na fórmula, variando para NPK 10:30:20, para em seguida equilibrar a fórmula utilizando NPK 10:10:10 ou NPK 20:20:20 nos demais períodos”.
Ele lembra que essa aplicação deve ser feita duas vezes por semana, com o produto dissolvido em água de irrigação, “numa porcentagem bem baixa, em torno de 0,5%, não excedendo um grama por litro de água. Ou seja, em uma proporção duas vezes menor do que o recomendado na embalagem”, sublinha.
Pragas e Doenças
Quando cultivada de maneira correta, a Cymbidium, normalmente, é bastante resistente ao ataque de pragas e insetos, mas Avila recomenda alguns cuidados para que isso não aconteça.
“Uma das principais pragas que podem atacar a Cymbidium é o ácaro vermelho, porém, só ocorre caso a orquídea esteja em ambiente muito seco ou sem regas. Para exterminá-lo é preciso utilizar um bom acaricida e deixar o solo e o ar úmidos, evitando encharcar o vaso para não apodrecer a raiz”, orienta Avila.
Pulgões, cochonilhas, bactérias e fungos, também podem, eventualmente, aparecer, devido à falta e/ou excesso de umidade, luz e substrato ruim.
Como plantar
Para facilitar o cultivo da Cymbidium, é essencial escolher o melhor vaso. “o ideal é que ele tenha uma boa drenagem e escoamento de água, além de ser pequeno, mais apertado e alto”, destaca o especialista
.
“Preenchendo estes requisitos, temos o vaso de terracota com furos em suas laterais. No entanto, ela também pode ser plantada em árvores, pedaços de troncos e na terra, caso seja uma espécie terrestre”, ele completa.
Avila ressalta, no entanto, que, para plantar a orquídea Cymbidium na terra, é preciso saber que nem todas podem ser colocadas diretamente no solo. “Por isso, é preferível utilizar vasos, pois eles têm maior probabilidade de se adaptar à espécie”.
Ele orienta que, para plantá-la no vaso, basta retirar, com cuidado, a orquídea do vaso original e colocá-la dentro do novo vaso escolhido. Se forem o de terracota ou de fibra, é necessário hidratá-los um dia antes, deixando-os submersos, por algumas horas, em água.
“No dia seguinte, o fundo do vaso deve ser preenchido com isopor, ou brita ou argila expandida (um destes materiais, ou combinação deles), que têm a função de impedir que a água se acumule e prejudique o desenvolvimento das raízes das orquídeas”, ensina Avila.
A planta, então, é colocada sobre esse material de dreno e o restante do vaso preenchido com os substratos, ou seja, musgo úmido (esfagno) e cascas de árvore para que ela fique firme, sem abafar suas raízes. Por fim, é preciso regar um pouco e deixar escoando bem a água, conforme orientação do engenheiro.
Como replantar
Segundo o especialista, a Cymbidium precisa de replantio, em média, a cada dois ou três anos, podendo ser dividida ou replantada em vaso maior.
“À medida em que as orquídeas crescem, vão ficando muito grandes para o tamanho do vaso e os substratos também tornam-se velhos, retendo água em demasia ou não conseguindo reter água . Esta é a hora de se fazer o replantio, necessário para que a orquídea seja bem cultivada”, ensina.
Ele informa que o melhor momento para se replantar uma orquídea, é entre duas a três semanas após o término da floração, seguindo as mesmas precauções e passos do plantio.
Como recuperar
Mesmo com todos os cuidados a ela dispensados, nenhuma orquídea está livre de sofrer de alguns danos, seja por falta de conhecimento ou negligência no cultivo, causando raízes apodrecidas ou, ao contrário, desidratadas.
Mas segundo Matheus Avila, é possível recuperá-la. “No caso da desidratação das raízes, basta utilizar soro fisiológico com um borrifador, aplicando na orquídea durante 15 dias”.
Ele relata que também existe uma técnica conhecida por “UTI das orquídeas”, que consiste em colocar a planta em uma garrafa PET com substrato.
“Para utilizar a técnica, basta limpar bem a planta, retirando as partes apodrecidas e lavando com cuidado. Em seguida, usar uma garrafa PET, previamente lavada e desinfetada, cortá-la no meio (na altura do rótulo) e colocar a planta no fundo do recipiente, com o esfagno, fechando-a”.
O especialista ressalta que o esfagno tem de ser fervido por 10 minutos para hidratá-lo e esterilizá-lo e a garrafa PET deve ficar em local sombreado, sem luz direta, por alguns dias, ou até que a planta apresente resultados de melhora.
Como fazer florir
Os novos brotos das orquídeas Cymbidium, costumam surgir durante a primavera e o verão, sendo que as hastes começam a despontar no outono, florescendo no inverno, segundo explicação do engenheiro.
“No entanto, novos brotos podem surgir em outras épocas do ano, mas hastes e flores somente desenvolvem-se durante o outono e o inverno, induzidos pela queda de temperatura típica destas estações”, explica.
De acordo com Avila, isto acontece porque a Cymbidium é nativa de países asiáticos como China, Indonésia e Japão, ocorrendo mais em locais de climas temperados e altitudes elevadas, cujo clima fica mais propício nessa época do ano. “Por isso, é mais difícil cultivar esta espécie de orquídea em regiões de climas mais quentes”, ressalta.
Ele destaca ainda que “fazer a Cymbidium florescer, quando cultivada dentro de casa ou apartamento, é um desafio quase impossível e, dificilmente, dará flores, pois ela se desenvolve melhor em jardins e áreas externas, já que, além de orquídeas epífitas, elas também são orquídeas terrestres”, esclarece.
“Além disso, nem sempre são erros de cultivo os culpados da orquídea Cymbidium não florescer, existem também alguns motivos naturais, como ela ser muito nova ou estar em um período posterior ao replantio, quando demoram de seis meses a um ano para florescer”, sublinha.
Segundo Matheus Avila, esse é um dos maiores desafios enfrentados por orquidófilos e enumera alguns fatores, abordando-os mais detalhadamente abaixo:
Temperatura
O primeiro deles é que a Cymbidium necessita de um clima mais ameno ou frio para florir, sendo necessárias variações na temperatura. Ou seja, precisam de uma queda de temperatura durante a noite.
“Essa queda de temperatura faz com que as hastes florais se soltem para que a floração aconteça. Por isso, é recomendado tentar baixar a temperatura à noite para dez graus centígrados”.
Local e Iluminação
Caso os botões estejam caindo antes de abrir as flores, isso pode ser um sinal de que o local não esteja apropriado. “talvez a Cymbidium tenha sido mudada de lugar e ela não gosta disso, pois demora a se climatizar, atrapalhando a floração”, explica.
Assim, é importante escolher o melhor local para colocar a orquídea e trocá-la o menos possível. Avila aconselha também observar se ela está recebendo quantidade suficiente de luz. “Quando as Cymbidiums não recebem muita iluminação, as flores demoram a surgir, ou quando a luz é excessiva, as folhas são queimadas, suprindo a floração”, lembra ele.
Água e Adubação
Outro item que pode afetar a floração da Cymbidium, de acordo com o especialista, é a água utilizada durante as regas. “Água com um teor de sal muito elevado, faz as folhas caírem, deixando as pontas pretas, podendo até matar a planta”, adverte.
“A adubação incorreta também pode atrapalhar, pois ela precisa de uma quantidade de nutrientes específicos para realizar a sua floração ou ela pode estar sendo sobrecarregada com excesso de adubo. Se for excesso de adubo, nesse caso, as raízes começarão a apodrecer”.
Haste Floral
Além dos cuidados para fazer esta espécie de orquídea florir, é preciso também dispensar alguns cuidados durante a floração, para que as flores durem. “Por exemplo, quando a haste ou cachos estiverem bem formados, é preciso fornecer um tutor para suporte”, indica Avila.
Este suporte pode ser uma vareta de bambu ou alguma estaca. “É necessário amarrá-los para evitar que as hastes quebrem durante seu desenvolvimento e prejudique novas florações. Elas devem se manter eretas. Após o uso, é preciso descartar as estacas de madeira utilizadas e não as reutilizar, para evitar transmitir doenças para as outras orquídeas”, orienta.
Brotos
Caso o aparecimento de brotos sejam observados, é ótimo sinal para a floração da Cymbidium, “pois significa que em cerca de quatro a seis meses vão aparecer as flores.
Sendo assim, não se pode retirar nenhuma muda nesse período e é recomendável tomar cuidado com brotos em excesso, pois eles podem atrapalhar sua floração. Se isso ocorrer , o procedimento correto é quebrar alguns deles, para não sobrecarregar muito a orquídea”, ensina.
Como podar e propagar
A poda da Cymbidium também merece cuidado especial. Segundo Avila, o correto é retirar apenas os pseudobulbos velhos, caso estejam ocupando muito espaço no vaso.
“Isso porque, mesmo com má aparência, eles ainda fornecem nutrientes para a planta toda – e também contribuem para que ela floresça todo ano. Quando a orquídea não estiver mais utilizando estes pseudobulbos, eles ficam tão secos que você vai poder retirá-los com a mão, sem precisar cortar”, salienta o especialista.
Para ele, a poda dos pseudobulbos velhos só deve ser realizada em casos de melhorar a aparência da planta para uma exposição, por exemplo, ou para ganhar espaço no vaso – e somente após a floração -, removendo as flores e as folhas que estiverem mortas.
“Já a propagação é feita por divisão de touceiras, a fim de retirar as mudas. Basta dividir sempre com pelo menos dois pseudobulbos, evitando sacrificar a planta-mãe, não danificando as raízes ao retirar a muda”, orienta Avila.
Tipos e espécies
O especialista relata que as orquídeas Cymbidium podem ser de hastes eretas, semi-pendentes e pendentes. “Muitas espécies são utilizadas em cruzamentos híbridos para produzir orquídeas bem famosas como as Cymbidiums amarelas ou brancas. Enquanto outras são muito conhecidas comercialmente”, sublinha.
Segundo o engenheiro, as principais espécies desse gênero são: Cym.canaliculatum, Cym.dayanum, Cym.devonianum, Cym.eburneum, Cym.ensifolium, Cym.insigne, Cym.lowianum, Cym.madidum, Cym.parishii, Cym. traceyanum.
Enfim, são muitas as espécies de Cymbidium e, seguindo as dicas de Avila, esta bela orquídea estará sempre florida.