De sabor incomparável, coloração intensa e qualidade acentuada, as frutas do Vale do Submédio São Francisco cativaram a preferência dos consumidores do Brasil e do exterior. A Indicação de Procedência (IP), conquistada em 2010, agrega mais valor e garantia ao consumidor da origem e qualidade do produto
Insolação anual de três mil horas – equivalentes a 300 dias de sol por ano –, temperatura média de 26° C, umidade relativa de 50%, e precipitação média anual de 450 mm fazem do Vale do Submédio São Francisco uma região única para a produção de frutas. Os números e dados, aqui divulgados, foram publicados na edição impressa nº 703, no ano de 2014, da revista A Lavoura.
A água do Rio São Francisco é usada para irrigar cerca de 110 mil hectares, permitindo altas produtividades nas duas safras e meia anuais nesse polo produtor, reconhecido internacionalmente. O manejo com alta tecnologia complementa o conjunto de fatores que garantem os diferenciados níveis de produtividade e peculiaridades quanto a qualidade das mangas e uvas de mesa daquela região.
O Vale do Submédio São Francisco está localizado na região sertaneja no semiárido do Nordeste do Brasil, a oeste do estado de Pernambuco e norte do estado da Bahia, com uma área de 125.755 quilômetros.
Procedência
Procedência Registro IG 200701 INPI Indicação de Procedência/2009 Área Geográfica Delimitada: 125.755 km Semiárido Nordestino (oeste de Pernambuco e norte da Bahia)
Um milhão de toneladas de frutas
A região tem uma produção anual de mais de um milhão de toneladas de frutas, das quais 80% são uvas de mesa e mangas, responsáveis por aproximadamente 80% da área de frutas plantadas no local.
A região é responsável por 95% das exportações brasileiras de uvas e mangas. Ali são cultivadas quatro variedades de uvas de mesa sem sementes — Festival Seedless, Crimson Seedless e Princess — e cinco variedades de uvas de mesa com sementes: Itália, Benitaka, Red Globe, Brasil e Itália Melhorada. Entre as variedades de manga, são produzidas a Tommy, Aktins, Keitt, Haden e Palmer.
Certificação internacional
Além de um padrão estabelecido pelo Conselho da Univale, que congrega 12 associações e cooperativas de produtores da região, e da qualidade diferenciada, as frutas recebem certificações internacionais.
Para receberem o selo da IP, as frutas precisam ser produzidas em propriedades certificadas Globalgap, Tesco, PI (Produção Integrada de Frutas) ou outra que ateste a adoção de boas práticas agrícolas.
O cultivo de frutas no Vale do São Francisco, incentivado por políticas públicas desde meados do século 20, agrega tecnologias modernas e procedimentos que respeitam o meio ambiente, preservam a saúde e a segurança do trabalhador. Cuidados que também garantem frutas saudáveis para o consumidor.
Adaptação
Embora originárias de ambientes de clima temperado (uva) e tropical úmido (manga), as duas frutas tiveram boa adaptação ao cultivo irrigado sob o clima quente e seco do semiárido do Vale do São Francisco. É desses pomares que, há cerca de 10 anos, se colhe mais de 90% das frutas exportadas pelo país, principalmente para os Estados Unidos e União Europeia.
Indicação de Procedência
Os produtores da região empenharam-se pela Indicação de Procedência (IP) para proteger o nome “Vale do Submédio São Francisco”, que tem sido apoderado por outros agricultores de fora daquela região.
No parecer que aprovou o pedido de Indicação de Procedência, os técnicos do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) reconhecem que as mangas e uvas finas de mesa possuem “profunda conexão e identidade comum, tanto na produção com uso intensivo de tecnologia quanto na comercialização”.
A temperatura e a luminosidade, que predominam na região também imprimem características originais aos pomares, como o aumento da atividade fisiológica das plantas, que por meio do manejo produzem em qualquer período do ano, ou duas safras anuais, no caso das videiras.
Maior polo de fruticultura irrigada do Brasil, a região do submédio São Francisco cultiva mais de 23.000 hectares de manga pouco mais de 12.000 ha de uvas finas de mesa, dos quais 19.400 ha e 9.900 hectares, respectivamente, estão em produção.