Mercado de soluções e produtos espaciais para o agronegócio também utilizam veículos aéreos remotamente pilotados, os RPAs
Empresas privadas, além dos institutos de pesquisas e universidades públicas, também estão investindo no mercado de soluções e produtos espaciais utilizando veículos aéreos remotamente pilotados (RPAs). E uma das primeiras do país é a SkyDrones, fundada em 2008.
“Nosso diferencial sempre foi o de prover uma solução e não simplesmente vender o equipamento. Produzimos um vant de asa fixa para mapeamento chamado Zangão. Ele é capaz de voar a mais de cem quilômetros por hora, na velocidade necessária em diversas partes do Brasil, onde os ventos atuam constantemente”, informa Ulf Bogdawa, diretor e CEO da SkyDrones Tecnologia Aviônica S/A, em entrevista à revista A Lavoura.
De acordo com o executivo, o Zangão é totalmente automatizado (não se usa o termo “autônomo”, porque o piloto sempre possui comando sobre a aeronave, explica Bodgawa).
O miniavião decola por catapulta e pousa por paraquedas. “Ele pode fazer mapeamentos de 2D ou 3D, ou ainda buscar anomalias e doenças na área de agricultura de precisão com câmeras multiespectrais.”
Histórico
Bogdawa conta que a SkyDrones surgiu da percepção de um mercado emergente e “pela paixão pela aviação”, levando em conta que todos os sócios se relacionam com essa área.
“O background de automação e aviônica dos sócios, diferente das empresas que são startups de universidades – somos a única empresa no brasil fundada por empresários –, nos fez desenvolver soluções para o mercado B2B.”
Conforme o CEO, “isso nos motivou a escrever a proposta utilizada pela Anac e Decea, para criar a atual regulamentação desse mercado no país”. “Esta proposta foi publicada em maio, após quatro anos de luta.”
Perspectiva para mercado B2B
Após a regulamentação do uso de drones no Brasil, especialmente na agricultura, Bogdawa visualiza um futuro e tanto para esse setor, considerando que o mercado B2B (transações entre empresas ou Business to Business) “não podia operar no mercado não regulamentado (ou até maio de 2017)”.
“Esse foi um dos motivos que nos levou a escrever a proposta para a atual regulamentação (da Anac). Temíamos que os legisladores não aproveitassem a experiência de outros países, como Austrália, que possui sua legislação desde 2001, mas já cometeu inúmeros erros e fez diversos ajustes”, comenta o executivo.
O CEO acrescenta que, “como já estávamos muito atrasados em relação ao resto do mundo, e o contrabando é (era) o resultado dessa falta de regulamentação, precisávamos fazer essa pressão”.
“Na época, a Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) nos deu apoio institucional, mas o processo demorou muito mais que o necessário. Para ter uma ideia, a regulamentação já estava pronta desde 2015”, lembra.
Quadricóptero
Outro equipamento produzido pela SkyDrones é o Strix, um multirrotor (quadricóptero) que possui versões para a inspeção industrial, com câmeras térmicas Flir (usado em redes elétricas ou nas diversas indústrias), e para a agricultura (Strix AG), que oferece um mapeamento em alta resolução de áreas ou identificação georreferenciada de doenças na lavoura.
“Quando utilizados para mapeamentos agrícolas, nossos dois equipamentos geram dados georreferenciados para aplicação pulverizada de produtos químicos. Essa aplicação localizada é feita por meio de um drone chamado Pelicano, que possui radar e outros sensores que garantem que um voo sempre seja paralelo à superfície”, relata Bogdawa.
Conforme o executivo, “desse modo, garantimos que a altura da pulverização acompanhe a curvatura do terreno, com a aplicação feita automaticamente”. O CEO da SkyDrones destaca que os equipamentos podem custar entre R$ 60 mil e R$ 150 mil.
Aplicativos
Para melhorar o uso de miniaviões na agricultura de precisão, a SkyDrones também oferece aplicativos via internet.
“Tanto para iOS como para Android, nós disponibilizamos um app gratuito, pelo qual podem ser feitos mapeamentos com drones da marca DJI (a SkyDrones é distribuidora oficial dessa marca no brasil). Também produzimos apps específicos para projetos de clientes e para sistemas de monitoramento de perímetros de uma fábrica (ronda eletrônica), por exemplo. Esses projetos especiais são pagos”, informa Bogdawa.
Para mais informações, acesse https://skydrones.com.br
Por Marjorie Avelar. Especial para A Lavoura
Fontes: Anac, Horus Aeronaves e Strider